Juíza Federal critica conteúdo de novelas da Globo

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A juíza federal do Trabalho lotada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 6ª Região, Roberta Araujo, que se formou pela Faculdade de Direito do Recife, UFPE, com doutorado na Universidade Federal de Pernambuco, publicou em sua rede social um questionamento sobre as contradições apresentadas pelo Grupo Globo, que resolveu afastar das suas funções o […]

POR Redação SRzd08/04/2017|3 min de leitura

Juíza Federal critica conteúdo de novelas da Globo

Juíza Roberta Araujo. Foto: Facebook

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A juíza federal do Trabalho lotada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 6ª Região, Roberta Araujo, que se formou pela Faculdade de Direito do Recife, UFPE, com doutorado na Universidade Federal de Pernambuco, publicou em sua rede social um questionamento sobre as contradições apresentadas pelo Grupo Globo, que resolveu afastar das suas funções o ator José Mayer por assédio e o apresentador do Vídeo Show Otaviano Costa por “rir de atitude machista no BBB”. Leia o seu testemunho:

“Queridas, antes de divulgar e exultar com a postura da Globo em “ punir” José Mayer por assédio ou afastar Otaviano Costa do vídeo show por rir de atitude machista do Big Brother lembrem-se de que foi a Globo que universalizou entre nós a cobiça por Anita, apresentada como uma “ ninfeta” ousada que seduzia um homem casado e com idade de ser seu pai.

José Mayer. Foto: Divulgação
José Mayer. Foto: Divulgação

Foi a Globo que nos apresentou Angel, uma adolescente que permeou o imaginário dos desejos mantendo um ardoroso caso com o marido da sua própria mãe.

Foi a Globo que em Laços de Família envolveu o Brasil na polêmica trama em que a jovem filha rouba Edu, o namorado da mãe, interpretado por Reynaldo Gianecchini.

Foi a Globo que em Avenida Brasil nos trouxe como núcleo de comédia a trama com três mulheres envolvidas com o mesmo homem- o empresário Cadinho – e que declinam da suas vidas e dignidade para se sujeitarem a viver com ele, mesmo após se descobrirem enganadas.

Em Império, a Globo preencheu o imaginário de desejos com a trama do charmoso Comendador que mesmo casado com Marta mantinha um fogoso affair com uma menina mais jovem que sua própria filha.

Foi a Globo que fez o Brasil se divertir com o programa Zorra Total, que tinha em seu quadro principal duas amigas em um vagão, sendo uma delas, a Janete, bolinada de várias formas e tocada em suas partes íntimas com a batuta de um maestro enquanto a sua amiga Valéria , ao invés de defendê-la, dizia: “aproveita. Tu é muito ruim, babuína. Se joga.”

Então queridas, quando essa emissora diz em nota que “repudia qualquer forma de desrespeito, violência ou preconceito” esta em verdade sendo dissimulada e ofensiva por nos considerar alienadas ou parvas. A verdade é que a Rede Globo coisifica as mulheres, naturaliza a violência, os abusos e assédios, incentiva o desrespeito, ridiculariza o papel e a posição da mulher e subalterna nossa dignidade.

São mensagem explícitas e subliminares como as que esta Rede Globo universaliza e crava no imaginário masculino brasileiro que estupram, abusam, ferem e vitimam milhares de Mirellas que habitam entre nós”.

A juíza federal do Trabalho lotada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 6ª Região, Roberta Araujo, que se formou pela Faculdade de Direito do Recife, UFPE, com doutorado na Universidade Federal de Pernambuco, publicou em sua rede social um questionamento sobre as contradições apresentadas pelo Grupo Globo, que resolveu afastar das suas funções o ator José Mayer por assédio e o apresentador do Vídeo Show Otaviano Costa por “rir de atitude machista no BBB”. Leia o seu testemunho:

“Queridas, antes de divulgar e exultar com a postura da Globo em “ punir” José Mayer por assédio ou afastar Otaviano Costa do vídeo show por rir de atitude machista do Big Brother lembrem-se de que foi a Globo que universalizou entre nós a cobiça por Anita, apresentada como uma “ ninfeta” ousada que seduzia um homem casado e com idade de ser seu pai.

José Mayer. Foto: Divulgação
José Mayer. Foto: Divulgação

Foi a Globo que nos apresentou Angel, uma adolescente que permeou o imaginário dos desejos mantendo um ardoroso caso com o marido da sua própria mãe.

Foi a Globo que em Laços de Família envolveu o Brasil na polêmica trama em que a jovem filha rouba Edu, o namorado da mãe, interpretado por Reynaldo Gianecchini.

Foi a Globo que em Avenida Brasil nos trouxe como núcleo de comédia a trama com três mulheres envolvidas com o mesmo homem- o empresário Cadinho – e que declinam da suas vidas e dignidade para se sujeitarem a viver com ele, mesmo após se descobrirem enganadas.

Em Império, a Globo preencheu o imaginário de desejos com a trama do charmoso Comendador que mesmo casado com Marta mantinha um fogoso affair com uma menina mais jovem que sua própria filha.

Foi a Globo que fez o Brasil se divertir com o programa Zorra Total, que tinha em seu quadro principal duas amigas em um vagão, sendo uma delas, a Janete, bolinada de várias formas e tocada em suas partes íntimas com a batuta de um maestro enquanto a sua amiga Valéria , ao invés de defendê-la, dizia: “aproveita. Tu é muito ruim, babuína. Se joga.”

Então queridas, quando essa emissora diz em nota que “repudia qualquer forma de desrespeito, violência ou preconceito” esta em verdade sendo dissimulada e ofensiva por nos considerar alienadas ou parvas. A verdade é que a Rede Globo coisifica as mulheres, naturaliza a violência, os abusos e assédios, incentiva o desrespeito, ridiculariza o papel e a posição da mulher e subalterna nossa dignidade.

São mensagem explícitas e subliminares como as que esta Rede Globo universaliza e crava no imaginário masculino brasileiro que estupram, abusam, ferem e vitimam milhares de Mirellas que habitam entre nós”.

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