Filme de abertura da 20a edição do Festival do Rio, “As Viúvas” (Widows – 2018) marca o retorno de Steve McQueen à direção de longas-metragens após hiato de cinco anos – seu último trabalho na função foi “12 Anos de Escravidão” (12 Years a Slave – 2013), que venceu as estatuetas do Oscar de melhor […]
POR Ana Carolina Garcia02/11/2018|4 min de leitura
Filme de abertura da 20a edição do Festival do Rio, “As Viúvas” (Widows – 2018) marca o retorno de Steve McQueen à direção de longas-metragens após hiato de cinco anos – seu último trabalho na função foi “12 Anos de Escravidão” (12 Years a Slave – 2013), que venceu as estatuetas do Oscar de melhor filme, roteiro adaptado e atriz coadjuvante (Lupita N’Yongo).
Baseado na obra homônima de Lynda La Plante, o longa conta a história de quatro mulheres que enveredam pelo mundo do crime após ficarem viúvas, seguindo as instruções do caderno do marido de uma delas, Veronica Rawlings (Viola Davis). Aos poucos, o plano aparentemente simples se torna complexo, sobretudo por envolver dois candidatos a vereador do 18o distrito de Chicago.
Apesar do roteiro bem delineado, repleto de reviravoltas e sem nenhum clichê, e da montagem que costura flashbacks e subtramas com eficiência, apesar de o roteiro não explorar o suficiente a subtrama do personagem de Liam Neeson (Harry Rawlings), “As Viúvas” se desenvolve no ritmo lento em sua primeira metade, ganhando força e agilidade na segunda. Isto se deve em parte ao desempenho de seu elenco, que está em total sintonia, agregando valor a este filme que contém cenas de ação coreografadas com esmero.
Contudo, o destaque é a protagonista Viola Davis. Vencedora do Oscar de melhor atriz coadjuvante por “Um Limite Entre Nós” (Fences – 2016), Davis consegue transmitir ao espectador toda a dor de sua personagem, uma mulher que vê sua vida desmoronar após a morte do marido e a ameaça de um dos candidatos, que deseja reaver os US$ 2 milhões roubados por Harry. É um trabalho complexo e rico que arranca da atriz uma de suas melhores interpretações.
Gigante em cena, Viola Davis conta com um time de coadjuvantes de peso, no qual se destacam Michelle Rodriguez (Linda), Cynthia Erivo (Belle), Elizabeth Debicki (Alice) e Daniel Kalluya (Jatemme Manning), que encarna o homem inescrupuloso, assassino a sangue frio, que faz tudo pelo poder. O personagem ajuda Kalluya, indicado ao Oscar de melhor ator este ano por “Corra!” (Get Out – 2017), a se firmar como um dos principais nomes da Hollywood contemporânea.
Com estreia marcada para o dia 29 de novembro no circuito comercial, “As Viúvas” acerta o tom ao abordar temas difíceis como segregação racial e violência contra jovens negros equilibrando naturalidade e brutalidade por meio de cenas de violência gráfica capazes de impactar a plateia. Além disso, mostra o modus operandi de campanhas políticas de candidatos com interesses escusos numa Chicago dividida por classes sociais.
É um filme de difícil digestão que surge como promessa na temporada de premiações americana, inclusive no Oscar, pois tem chances reais de conquistar indicações ao Golden Boy em categorias importantes como melhor filme, direção, atriz para Davis, ator coadjuvante para Kalluya e roteiro adaptado.
Filme de abertura da 20a edição do Festival do Rio, “As Viúvas” (Widows – 2018) marca o retorno de Steve McQueen à direção de longas-metragens após hiato de cinco anos – seu último trabalho na função foi “12 Anos de Escravidão” (12 Years a Slave – 2013), que venceu as estatuetas do Oscar de melhor filme, roteiro adaptado e atriz coadjuvante (Lupita N’Yongo).
Baseado na obra homônima de Lynda La Plante, o longa conta a história de quatro mulheres que enveredam pelo mundo do crime após ficarem viúvas, seguindo as instruções do caderno do marido de uma delas, Veronica Rawlings (Viola Davis). Aos poucos, o plano aparentemente simples se torna complexo, sobretudo por envolver dois candidatos a vereador do 18o distrito de Chicago.
Apesar do roteiro bem delineado, repleto de reviravoltas e sem nenhum clichê, e da montagem que costura flashbacks e subtramas com eficiência, apesar de o roteiro não explorar o suficiente a subtrama do personagem de Liam Neeson (Harry Rawlings), “As Viúvas” se desenvolve no ritmo lento em sua primeira metade, ganhando força e agilidade na segunda. Isto se deve em parte ao desempenho de seu elenco, que está em total sintonia, agregando valor a este filme que contém cenas de ação coreografadas com esmero.
Contudo, o destaque é a protagonista Viola Davis. Vencedora do Oscar de melhor atriz coadjuvante por “Um Limite Entre Nós” (Fences – 2016), Davis consegue transmitir ao espectador toda a dor de sua personagem, uma mulher que vê sua vida desmoronar após a morte do marido e a ameaça de um dos candidatos, que deseja reaver os US$ 2 milhões roubados por Harry. É um trabalho complexo e rico que arranca da atriz uma de suas melhores interpretações.
Gigante em cena, Viola Davis conta com um time de coadjuvantes de peso, no qual se destacam Michelle Rodriguez (Linda), Cynthia Erivo (Belle), Elizabeth Debicki (Alice) e Daniel Kalluya (Jatemme Manning), que encarna o homem inescrupuloso, assassino a sangue frio, que faz tudo pelo poder. O personagem ajuda Kalluya, indicado ao Oscar de melhor ator este ano por “Corra!” (Get Out – 2017), a se firmar como um dos principais nomes da Hollywood contemporânea.
Com estreia marcada para o dia 29 de novembro no circuito comercial, “As Viúvas” acerta o tom ao abordar temas difíceis como segregação racial e violência contra jovens negros equilibrando naturalidade e brutalidade por meio de cenas de violência gráfica capazes de impactar a plateia. Além disso, mostra o modus operandi de campanhas políticas de candidatos com interesses escusos numa Chicago dividida por classes sociais.
É um filme de difícil digestão que surge como promessa na temporada de premiações americana, inclusive no Oscar, pois tem chances reais de conquistar indicações ao Golden Boy em categorias importantes como melhor filme, direção, atriz para Davis, ator coadjuvante para Kalluya e roteiro adaptado.