‘Um Lugar Silencioso’ é o maior desafio de John Krasinski no cinema
Ator bastante popular nos Estados Unidos tanto no cinema quanto na televisão, John Krasinski tem se arriscado mais, demonstrando grande amadurecimento profissional, conforme observado em sua atuação em “13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi” (13 Hours: The Secret Soldiers of Benghazi – 2016), de Michael Bay. No entanto, sua aposta mais arriscada não foi […]
POR Ana Carolina Garcia04/04/2018|4 min de leitura
Ator bastante popular nos Estados Unidos tanto no cinema quanto na televisão, John Krasinski tem se arriscado mais, demonstrando grande amadurecimento profissional, conforme observado em sua atuação em “13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi” (13 Hours: The Secret Soldiers of Benghazi – 2016), de Michael Bay. No entanto, sua aposta mais arriscada não foi em frente às câmeras, mas nos bastidores exercendo as funções de produtor, roteirista e diretor de longas-metragens. E nesta quinta-feira, dia 05, o maior desafio cinematográfico de Krasinski chega às salas de exibição brasileiras: “Um Lugar Silencioso” (A Quiet Place – 2018).
Depois de dirigir as comédias “Brief Interviews with Hideous Men” (Idem – 2009) e “Família Hollar” (The Hollars – 2016), John Krasinski estreia com competência nos gêneros do suspense e do terror com uma trama sobre monstros cegos e com forte armadura que dizimam a humanidade, sendo atraídos pelos sons produzidos pelas pessoas. Ou seja, o silêncio absoluto é imprescindível para garantir a sobrevivência. E numa situação capaz de levar todos ao limite, principalmente emocional, uma família faz o que pode para não ser atacada por três destas criaturas que rondam sua propriedade, localizada nos arredores da cidade, agora, fantasma.
“Um Lugar Silencioso” começa no 89o dia após a invasão dos monstros de origem desconhecida, apresentando a dinâmica familiar dos Abbott e todas as privações que lhes são impostas pela ameaça constante. Tudo isso é mostrado na primeira metade da produção que, neste ponto, segue fórmula parecida com a do primeiro blockbuster da história do cinema, “Tubarão” (Jaws – 1975), ambientando o espectador à rotina dos personagens e aos elementos que os rodeiam, dando vez ao terror propriamente dito somente em sua segunda metade e sem abusar de efeitos visuais.
Com uma fotografia eficiente e trilha sonora inserida com precisão pela montagem de Christopher Tellefsen para aumentar a atmosfera de tensão, o longa chama realmente a atenção pela maneira com a qual os momentos de silêncio são explorados, assim como por seus efeitos sonoros e edição de som impecáveis. É um trabalho interessante que agrega bastante valor à trama, influenciando diretamente seu resultado final.
Contudo, o único deslize de “Um Lugar Silencioso” está justamente no roteiro assinado por Krasinski, Bryan Woods e Scott Beck. O trio foi feliz em partir de uma premissa batida pelo cinema pipoca, a de ataque de criaturas misteriosas, utilizando elementos originais e certa roupagem de filme de arte, mas negligenciou um pouco a construção psicológica dos personagens, defendidos com garra por todo o elenco. Desta forma, algumas situações mal resolvidas surgem esporadicamente na tela, sobretudo no que tange ao relacionamento entre pai e filha, Lee (Krasinski) e Regan (Millicent Simmonds), abalado pelo forte sentimento de culpa originado por uma tragédia familiar.
Tendo como fio condutor a preocupação de um homem para com a segurança de sua família, “Um Lugar Silencioso” não é uma obra-prima, mas uma produção que acerta ao evitar clichês e trabalhar suspense e terror com muito cuidado. E ao final da projeção, a sensação que fica é a de que John Krasinski, tal qual Ben Affleck, provou não ser apenas mais um rosto bonitinho do showbusiness americano. É um profissional dedicado e competente que não tem medo de sair de sua zona de conforto para se arriscar em filmes mais densos, independente das funções que se propõe a assumir. Basta lembrarmos que ele é um dos produtores executivos de “Manchester à Beira-Mar” (Manchester by the Sea – 2016), vencedor de duas estatuetas do Oscar e indicado a outras quatro, inclusive de melhor filme.
Assista ao trailer oficial legendado:
Ator bastante popular nos Estados Unidos tanto no cinema quanto na televisão, John Krasinski tem se arriscado mais, demonstrando grande amadurecimento profissional, conforme observado em sua atuação em “13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi” (13 Hours: The Secret Soldiers of Benghazi – 2016), de Michael Bay. No entanto, sua aposta mais arriscada não foi em frente às câmeras, mas nos bastidores exercendo as funções de produtor, roteirista e diretor de longas-metragens. E nesta quinta-feira, dia 05, o maior desafio cinematográfico de Krasinski chega às salas de exibição brasileiras: “Um Lugar Silencioso” (A Quiet Place – 2018).
Depois de dirigir as comédias “Brief Interviews with Hideous Men” (Idem – 2009) e “Família Hollar” (The Hollars – 2016), John Krasinski estreia com competência nos gêneros do suspense e do terror com uma trama sobre monstros cegos e com forte armadura que dizimam a humanidade, sendo atraídos pelos sons produzidos pelas pessoas. Ou seja, o silêncio absoluto é imprescindível para garantir a sobrevivência. E numa situação capaz de levar todos ao limite, principalmente emocional, uma família faz o que pode para não ser atacada por três destas criaturas que rondam sua propriedade, localizada nos arredores da cidade, agora, fantasma.
“Um Lugar Silencioso” começa no 89o dia após a invasão dos monstros de origem desconhecida, apresentando a dinâmica familiar dos Abbott e todas as privações que lhes são impostas pela ameaça constante. Tudo isso é mostrado na primeira metade da produção que, neste ponto, segue fórmula parecida com a do primeiro blockbuster da história do cinema, “Tubarão” (Jaws – 1975), ambientando o espectador à rotina dos personagens e aos elementos que os rodeiam, dando vez ao terror propriamente dito somente em sua segunda metade e sem abusar de efeitos visuais.
Com uma fotografia eficiente e trilha sonora inserida com precisão pela montagem de Christopher Tellefsen para aumentar a atmosfera de tensão, o longa chama realmente a atenção pela maneira com a qual os momentos de silêncio são explorados, assim como por seus efeitos sonoros e edição de som impecáveis. É um trabalho interessante que agrega bastante valor à trama, influenciando diretamente seu resultado final.
Contudo, o único deslize de “Um Lugar Silencioso” está justamente no roteiro assinado por Krasinski, Bryan Woods e Scott Beck. O trio foi feliz em partir de uma premissa batida pelo cinema pipoca, a de ataque de criaturas misteriosas, utilizando elementos originais e certa roupagem de filme de arte, mas negligenciou um pouco a construção psicológica dos personagens, defendidos com garra por todo o elenco. Desta forma, algumas situações mal resolvidas surgem esporadicamente na tela, sobretudo no que tange ao relacionamento entre pai e filha, Lee (Krasinski) e Regan (Millicent Simmonds), abalado pelo forte sentimento de culpa originado por uma tragédia familiar.
Tendo como fio condutor a preocupação de um homem para com a segurança de sua família, “Um Lugar Silencioso” não é uma obra-prima, mas uma produção que acerta ao evitar clichês e trabalhar suspense e terror com muito cuidado. E ao final da projeção, a sensação que fica é a de que John Krasinski, tal qual Ben Affleck, provou não ser apenas mais um rosto bonitinho do showbusiness americano. É um profissional dedicado e competente que não tem medo de sair de sua zona de conforto para se arriscar em filmes mais densos, independente das funções que se propõe a assumir. Basta lembrarmos que ele é um dos produtores executivos de “Manchester à Beira-Mar” (Manchester by the Sea – 2016), vencedor de duas estatuetas do Oscar e indicado a outras quatro, inclusive de melhor filme.