Uma colega da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, assassinada a facadas pelo ex-marido, o engenheiro Paulo José Arronenzi, na véspera de Natal, disse que a magistrada abriu mão da escolta oferecida pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro por “pena” dele.
O esquema de proteção havia sido pedido em 14 de setembro. A escolta foi cancelada após dois meses. Segundo informações do jornal “O Globo”, Viviane se sentia incomodada com a presença permanente de seguranças e queria preservar a imagem do ex-marido, com quem foi casada por 11 anos e teve três filhas.
“Ficou evidente que ela tentava preservar a figura do ex-marido como pai. Tentou se proteger e, ao mesmo tempo, protegê-lo. Acabou abrindo mão da escolta por pena dele”, disse a colega da vítima, que pediu anonimato, em entrevista ao jornal.
A juíza Simone Nacif, outra amiga da vítima, lembra que Viviane era uma mulher forte e que sempre quis preservar as filhas.
“Viviane era uma mulher forte, independente financeiramente e reservada. Estava refém de um relacionamento que demonstrava ser fatal”, disse. “Ela procurou os órgãos oficiais, fez um registro de ocorrência e chegou a pedir uma escolta, mas pode ser que tenha achado que o perigo havia passado. Queria preservar as filhas”, completou.
A juíza foi morta a facadas pelo ex-marido na Barra da Tijuca. O assassinato ocorreu na frente das filhas do ex-casal, gêmeas de 7 anos e uma de 9. Ela morreu no local e ele foi preso em flagrante e levado para a Divisão de Homicídios (DH).
O engenheiro passou para prisão preventiva na tarde desta sexta-feira (25) após audiência de custódia realizada no Rio de Janeiro. O homem está na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, zona norte do Rio, e vai passar por uma triagem para ser mandado a um presídio.
O corpo de Viviane será cremado no Cemitério da Penitência, no Caju, Zona Portuária do Rio, na manhã deste sábado (26). A informação é da Associação dos Magistrados do Estado do Rio (Amaerj).