Em mais um ataque ao governador de São Paulo, João Doria, Jair Bolsonaro criticou a obrigatoriedade da vacina contra Covid-19, disse que não paga o imunizante produzido em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac e ameaçou privatizar o SUS. As declarações foram feitas durante live transmitida em suas páginas de redes sociais nesta quinta-feira (29).
“Então, querido governador de São Paulo, você sabe que sou apaixonado por você, sabe disso. Poxa, fica difícil, né? E outra coisa: ninguém vai tomar tua vacina na marra, não, tá ok? Procura outra. E eu, que sou governo, não vai comprar sua vacina também não. Procura outro pra pagar sua vacina”, disse Bolsonaro.
João Doria tinha afirmado anteriormente que a vacinação contra o novo Coronavírus em São Paulo será obrigatória, exceto para pessoas que apresentem alguma restrição avalizada por um médico.
Um dia após revogar o decreto que autorizava a equipe econômica a preparar modelo de privatização para unidades básicas de saúde (UBS) , o presidente afirmou nesta quinta-feira que deverá reeditar “na semana que vem” o texto. Referindo-se a situação como “probleminha”, Bolsonaro disse que o decreto “não tinha nada a ver com privatização”, mas ressaltou que foi revogado por causa da reação negativa.
“Tivemos um probleminha ontem, um decreto sobre o SUS, que não tinha nada a ver com privatização . Mas lamentavelmente grande parte da mídia fez um carnaval em cima disso, ‘vai privatizar o SUS, o pobre não vai poder ser atendido pelo SUS’. Revoguei o decreto, fiz uma nota explicando o que era o decreto, dizendo que nos próximos dias poderemos reeditar o decreto, o que deve acontecer na semana que vem”, disse o presidente
O decreto, publicado na terça-feira (27), autorizava a equipe econômica a preparar modelo de privatização para UBS. A medida incluiu a política de fomento ao setor de atenção primária à saúde no âmbito do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) da Presidência da República.
Bolsonaro ainda rebateu críticas da ex-presidente Dilma Rousseff sobre o decreto, dizendo que ela já defendeu algo semelhante. O presidente fez referência a uma fala de Dilma durante a campanha de 2010, em que a então candidata defendeu parcerias com a iniciativa privada para melhorar a saúde. Bolsonaro, no entanto, disse que ela já era presidente na ocasião.
“É exatamente o que foi proposto agora. Ela propôs lá trás, não teve sucesso, para variar nada dava certo no governo dela, mas exatamente o mesmo decreto , mudança em uma palavra ou outra, apresentamos, e ela critica”, afirmou.