O presidente Jair Bolsonaro disse que vai tentar a reeleição em 2022 se o governo não conseguir aprovar uma boa reforma política e “se o povo quiser”. A declaração foi feita em sua participar da “Marcha para Jesus”, evento realizado nesta quinta-feira (20) na Zona Norte de São Paulo.
“Se tiver uma boa reforma política eu posso até jogar fora a possibilidade de reeleição. Agora, se não tiver uma boa reforma política e se o povo quiser, estamos aí para continuar mais quatro anos”, disse o presidente, em uma rápida coletiva de imprensa.
Bolsonaro já havia falado sobre reeleição mais cedo . Durante evento em Eldorado, cidade do interior de São Paulo onde passou parte da infância, ele declarou que, “lá na frente“, todos votarão nele.
O presidente foi recebido no palco do evento entre vaias e gritos de “mito” pelo público que acompanhava a maratona de shows de música gospel. Bolsonaro é o primeiro presidente da República a participar da Marcha para Jesus, principal encontro evangélico do Brasil.
O evento ocorre na capital paulista há 27 anos e reúne milhares de pessoas, de diversas denominações evangélicas. Hoje os protestantes são cerca de 30% da população do país, aproximadamente 60 milhões.
Não é a primeira vez que Bolsonaro vai ao evento. No ano passado, ainda como pré-candidato à Presidência da República, ele foi à marcha acompanhado do então senador Magno Malta, que é pastor, não se reelegeu e foi traído por Bolsonaro que havia prometido a ele um ministério.
Jair Bolsonaro tem no segmento evangélico sua base popular mais fiel. Desde que percebeu a força deste grupo social, ele se batizou e passou a frequentar cultos. Sua esposa é uma evangélica fervorosa. Na eleição do ano passado, ampla maioria deste segmento votou nele para presidente.
Durante os discursos, alguns líderes religiosos indicaram que endossam a proposta. O apóstolo Cesar Augusto, presidente da Igreja Apostólica Fonte da Vida, disse que pretende ver o presidente no evento “por mais oito anos”.
“Quem manda sou eu”, diz Bolsonaro sobre criação de novas terras indígenas
O presidente Jair Bolsonaro afirmou que assume o bônus e ônus sobre o processo de demarcação de terras indígenas no país. A informação é do jornal “Folha de S.Paulo”.
“Quem demarca terra indígena sou eu! Não é ministro. Quem manda sou eu. Nessa questão, entre tantas outras. Eu sou um presidente que assume ônus e bônus.”
Um dia antes, o presidente havia editado uma nova medida provisória que reverte a decisão de maio do Congresso e devolve a tarefa de demarcação de terras indígenas no país ao Ministério da Agricultura.
Publicada no Diário Oficial, a nova MP estabelece que constituem áreas de competência do Ministério da Agricultura a reforma agrária, a regularização fundiária de áreas rurais, a Amazônia Legal, as terras indígenas e as terras quilombolas.
A reportagem ainda informa que, na sequência, o texto afirma que tais competências incluem “a identificação, o reconhecimento, a delimitação, a demarcação e a titulação das terras ocupadas pelos remanescentes das comunidades dos quilombos e das terras tradicionalmente ocupadas por indígenas”.
Indagado nesta quinta-feira sobre a mudança na demarcação de terras indígenas, afirmou: “A reestruturação do governo é competência minha. O Congresso diz sim ou não”.