Brasil perde três posições em ranking de liberdade de imprensa

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Na mesma semana em que o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a retirada do ar de reportagens sobre o presidente da corte, Dias Toffoli, a ONG Repórteres Sem Fronteiras divulgou o ranking de liberdade de imprensa de 2019. Na edição deste ano, o Brasil perdeu três posições e agora ocupa a 105ª posição entre as […]

POR Redação SRzd20/04/2019|5 min de leitura

Brasil perde três posições em ranking de liberdade de imprensa

Liberdade de imprensa e expressão. Foto: Reprodução de Internet

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Na mesma semana em que o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a retirada do ar de reportagens sobre o presidente da corte, Dias Toffoli, a ONG Repórteres Sem Fronteiras divulgou o ranking de liberdade de imprensa de 2019. Na edição deste ano, o Brasil perdeu três posições e agora ocupa a 105ª posição entre as 180 nações que compõem a lista.

“No Brasil, desde a campanha eleitoral, a imprensa se tornou alvo para os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, tanto nas redes sociais quanto durante as coberturas”, aponta a ONG. Entre os vizinhos da América do Sul, apenas Bolívia (113), Colômbia (129) e Venezuela (148) têm condições piores de trabalho para jornalistas que o Brasil.

A entidade ressalta o clima mais hostil no mundo à prática jornalística neste ano. “A hostilidade contra os jornalistas, e até mesmo o ódio transmitido em muitos países por lideranças políticas, resultou em atos de violência mais graves e frequentes, que aumentam os riscos e, como resultado, geram um nível de medo inédito em determinados lugares”.

“O número de países onde os jornalistas podem exercer com total segurança sua atividade profissional continua a diminuir, enquanto os regimes autoritários reforçam seu controle sobre os meios de comunicação”, completou a ONG.

Dados do relatório

Apenas 24% dos 180 países na pesquisa oferecem condições boas ou relativamente boas de trabalho aos profissionais da imprensa. No ranking de 2018, a parcela chegava a 26%.

Segundo o relatório, o mundo passa por um momento de uma “mecânica do medo”, mostrando que o ódio aos jornalistas se transformou em violência, o que aumenta o temor entre os profissionais de imprensa.

ranking divide o mapa de países em cinco cores. Mesmo naqueles que oferecem melhores condições aos jornalistas, os critérios de liberdade de imprensa caíram. No ano passado, 26% dos países analisados estavam classificados em situações “boa” ou “relativamente boa”. Este ano, a proporção caiu para 24%. A Noruega se manteve na liderança da liberdade de imprensa. A Finlândia subiu duas posições e alcançou o segundo lugar, deixando a Suécia em terceiro. No total, 15 países são considerados com situação boa, com a cor branca no mapa. No ano passado eram 17.

Os países considerados em situação “difícil” e “muito grave”, em preto, representam 40% do total, 1 ponto percentual a mais do que no ano passado. O Turcomenistão perdeu duas posições e chegou ao último lugar do ranking, antes ocupado pela Coreia do Norte, que ficou em penúltimo. Em 178º, está a Eritreia, e a China fica em 177º, devido ao alto controle estatal sobre as comunicações.

A Nicarágua perdeu 24 posições e ficou em 114º, após agressões, perseguições e prisões de jornalistas vistos como oponentes do regime do presidente Daniel Ortega. Na Venezuela, as represálias a jornalistas, detenção de profissionais estrangeiros e corte de sinal de emissoras críticas ao governo fizeram o país perder cinco posições, ficando em 148º lugar.

Brasil

Segundo o diretor da RSF para a América Latina, Emmanuel Colombié, o Brasil está na pior posição desde que o ranking começou a ser publicado, em 2002. Ele cita o assassinato, no ano passado, de quatro jornalistas no país por causa do exercício da profissão. O Brasil fica atrás apenas do México, que registrou o assassinato de dez jornalistas no ano passado e ficou em 144º no ranking em termos de violência na região.

Segundo Colombié, a situação piorou muito no ano passado, com pelo menos 150 ataques a jornalistas no contexto eleitoral: “A proliferação de estratégias de desinformação, em particular durante o período eleitoral, e um discurso público cada vez mais orientado para a crítica à imprensa alavancaram um sentimento de desconfiança para o jornalismo e os jornalistas. Uma desconfiança que frequentemente se materializa em discurso de ódio, campanhas de difamação, processos judiciais abusivos e acaba configurando uma autocensura.”

No mapa, o Brasil aparece com uma situação classificada como “problemática”, identificada com a cor laranja. Para o diretor da RSF, o país corre o risco de mudar o status no próximo ano para “situação difícil”, em vermelho, onde estão os Estados Unidos, do presidente Donald Trump. O país também caiu três posições no último levantamento, indo do 45º para o 48º, mas mudando a cor de amarela, classificada como “situação relativamente boa”, para laranja.

O diretor da RSF cita também como problemáticos os obstáculos impostos aos jornalistas na cobertura da posse presidencial, no dia 1º de janeiro, quando os profissionais tiveram a circulação pelos espaços da Esplanada dos Ministérios restrita, além da unificação da emissora pública “TV Brasil” com o canal estatal “NBR”, o que, segundo ele, “é um péssimo sinal para a comunicação pública do país”, já que “a comunicação pública deve estar separada da comunicação governamental, se não estamos falando de propaganda”.

Na mesma semana em que o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a retirada do ar de reportagens sobre o presidente da corte, Dias Toffoli, a ONG Repórteres Sem Fronteiras divulgou o ranking de liberdade de imprensa de 2019. Na edição deste ano, o Brasil perdeu três posições e agora ocupa a 105ª posição entre as 180 nações que compõem a lista.

“No Brasil, desde a campanha eleitoral, a imprensa se tornou alvo para os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, tanto nas redes sociais quanto durante as coberturas”, aponta a ONG. Entre os vizinhos da América do Sul, apenas Bolívia (113), Colômbia (129) e Venezuela (148) têm condições piores de trabalho para jornalistas que o Brasil.

A entidade ressalta o clima mais hostil no mundo à prática jornalística neste ano. “A hostilidade contra os jornalistas, e até mesmo o ódio transmitido em muitos países por lideranças políticas, resultou em atos de violência mais graves e frequentes, que aumentam os riscos e, como resultado, geram um nível de medo inédito em determinados lugares”.

“O número de países onde os jornalistas podem exercer com total segurança sua atividade profissional continua a diminuir, enquanto os regimes autoritários reforçam seu controle sobre os meios de comunicação”, completou a ONG.

Dados do relatório

Apenas 24% dos 180 países na pesquisa oferecem condições boas ou relativamente boas de trabalho aos profissionais da imprensa. No ranking de 2018, a parcela chegava a 26%.

Segundo o relatório, o mundo passa por um momento de uma “mecânica do medo”, mostrando que o ódio aos jornalistas se transformou em violência, o que aumenta o temor entre os profissionais de imprensa.

ranking divide o mapa de países em cinco cores. Mesmo naqueles que oferecem melhores condições aos jornalistas, os critérios de liberdade de imprensa caíram. No ano passado, 26% dos países analisados estavam classificados em situações “boa” ou “relativamente boa”. Este ano, a proporção caiu para 24%. A Noruega se manteve na liderança da liberdade de imprensa. A Finlândia subiu duas posições e alcançou o segundo lugar, deixando a Suécia em terceiro. No total, 15 países são considerados com situação boa, com a cor branca no mapa. No ano passado eram 17.

Os países considerados em situação “difícil” e “muito grave”, em preto, representam 40% do total, 1 ponto percentual a mais do que no ano passado. O Turcomenistão perdeu duas posições e chegou ao último lugar do ranking, antes ocupado pela Coreia do Norte, que ficou em penúltimo. Em 178º, está a Eritreia, e a China fica em 177º, devido ao alto controle estatal sobre as comunicações.

A Nicarágua perdeu 24 posições e ficou em 114º, após agressões, perseguições e prisões de jornalistas vistos como oponentes do regime do presidente Daniel Ortega. Na Venezuela, as represálias a jornalistas, detenção de profissionais estrangeiros e corte de sinal de emissoras críticas ao governo fizeram o país perder cinco posições, ficando em 148º lugar.

Brasil

Segundo o diretor da RSF para a América Latina, Emmanuel Colombié, o Brasil está na pior posição desde que o ranking começou a ser publicado, em 2002. Ele cita o assassinato, no ano passado, de quatro jornalistas no país por causa do exercício da profissão. O Brasil fica atrás apenas do México, que registrou o assassinato de dez jornalistas no ano passado e ficou em 144º no ranking em termos de violência na região.

Segundo Colombié, a situação piorou muito no ano passado, com pelo menos 150 ataques a jornalistas no contexto eleitoral: “A proliferação de estratégias de desinformação, em particular durante o período eleitoral, e um discurso público cada vez mais orientado para a crítica à imprensa alavancaram um sentimento de desconfiança para o jornalismo e os jornalistas. Uma desconfiança que frequentemente se materializa em discurso de ódio, campanhas de difamação, processos judiciais abusivos e acaba configurando uma autocensura.”

No mapa, o Brasil aparece com uma situação classificada como “problemática”, identificada com a cor laranja. Para o diretor da RSF, o país corre o risco de mudar o status no próximo ano para “situação difícil”, em vermelho, onde estão os Estados Unidos, do presidente Donald Trump. O país também caiu três posições no último levantamento, indo do 45º para o 48º, mas mudando a cor de amarela, classificada como “situação relativamente boa”, para laranja.

O diretor da RSF cita também como problemáticos os obstáculos impostos aos jornalistas na cobertura da posse presidencial, no dia 1º de janeiro, quando os profissionais tiveram a circulação pelos espaços da Esplanada dos Ministérios restrita, além da unificação da emissora pública “TV Brasil” com o canal estatal “NBR”, o que, segundo ele, “é um péssimo sinal para a comunicação pública do país”, já que “a comunicação pública deve estar separada da comunicação governamental, se não estamos falando de propaganda”.

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