Por 29 votos a 16, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro barrou nesta quinta-feira (12) a abertura do processo de impeachment do prefeito Marcelo Crivella do PRB por crime de responsabilidade e improbidade administrativa. Rejeitado, o processo será arquivado. O resultado foi muito comemorado pela base do prefeito na Câmara.
Estiveram presentes 47 vereadores. Quatro se ausentaram. São eles: Carlos Bolsonaro (PSC), Chiquinho Brazão (Avante), Marcelo Siciliano (PHS) e Verônica Costa (MDB).
Para que o processo apresentado pela oposição fosse aberto, a proposta deveria ser aprovada por mais da metade dos vereadores presentes na votação.
O prefeito havia sido acusado de ter privilegiado um grupo de apoiadores religiosos no acesso a cirurgias de cataratas realizadas pelo município. Crivella também teria feito promessas de atendimentos de saúde e isenção de IPTU para igrejas.
Os vereadores de oposição que pediram abertura do processo de impeachment ainda alegavam que Crivella teria realizado um encontro secreto, com aproximadamente 200 presentes, o que não permite caracterizar a reunião com secreta.
No plenário, Átila Nunes ressaltou, em seu discurso da tribuna, que o prefeito não poderia governar apenas para uma parcela da população. Já o líder do governo na Câmara, vereador Doutor Jairinho (MDB), considerou que o país passa por problemas muito mais graves para serem resolvidos e que a reunião de Crivella não é motivo para impeachment.
Com a rejeição do pedido de impeachment, Crivella ainda poderá enfrentar denúncia por violar o princípio do estado laico na administração municipal e privilegiar apenas um segmento religioso em diversos atos. A ação Civil Pública foi ajuizada nesta quarta-feira (11) pelo Ministério Público Estadual. Se condenado, o prefeito pode perder o cargo e pagar multa equivalente a R$ 500 mil.