Crítica ao Governo Crivella reaproxima desafetos César Maia e Eduardo Paes

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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, – atual presidente da República em exercício -, disse no ano passado que a relação entre o seu pai, o vereador César Maia e o então prefeito do Rio Eduardo Paes “já foi péssima, hoje é ruim. Há uma forte mágoa pelas insinuações que o Eduardo fez […]

POR Sidney Rezende20/06/2017|5 min de leitura

Crítica ao Governo Crivella reaproxima desafetos César Maia e Eduardo Paes

César Maia e Eduardo Paes. Foto: Reprodução

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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, – atual presidente da República em exercício -, disse no ano passado que a relação entre o seu pai, o vereador César Maia e o então prefeito do Rio Eduardo Paes “já foi péssima, hoje é ruim. Há uma forte mágoa pelas insinuações que o Eduardo fez sobre o mau uso do dinheiro na obra da Cidade da Música(hoje chama-se Cidade das Artes)“. A frase não está completamente desatualizada, mas há um evidente alinhamento de pensamento quando o tema ‘finanças ganha’ a etiqueta ‘Marcelo Crivella’.

Há dois dias, César Maia escreveu que “no dia 30 de maio de 2017, a execução orçamentária publicada no Diário Oficial mostra Disponibilidades de Caixa de mais de R$ 3 bilhões de reais. Corrigindo pela antecipação do IPTU e pelo gasto próximo com a folha de pagamentos e parte do décimo terceiro, se verifica que a prefeitura do Rio tinha em caixa – livres – em 30 de abril de 2017, cerca de R$ 2 bilhões de reais. Saldo mais que suficiente para não propor remédios amargos como aumento do IPTU, do ITBI e da contribuição dos servidores. E fica até ridículo falar em reduzir o apoio de R$ 13 milhões ao desfile das escolas de samba; e grotesco falar em reduzir a merenda escolar”. (Leia resposta da Secretaria Municipal de Fazenda no final da reportagem).

Bastou esta conclusão de Maia para Eduardo Paes compartilhar no seu twitter com 500 mil seguidores:

Tweet de Eduardo Paes. Reprodução
Tweet de Eduardo Paes. Reprodução

Uma simples replicada vale mais que mil palavras. É um tremendo avanço se levarmos em conta que eles são desafetos há anos. Sobre Paes, Maia já foi bastante contundente: “Ele está no partido certo, no PMDB. Um partido que tem seus candidatos promovidos pela milícia. Foi no governo anterior, do PMDB, que as milícias se expandiram tanto” disparou Cesar Maia em agosto de 2008 sobre Eduardo Paes, a quem chegou a chamar de “Dudu Milícia” na ocasião.

Sobre as contas do Rio o deputado Pedro Paulo, candidato de Paes derrotado na última eleição, também mirou Crivella. “Além do dinheiro deixado em caixa pela administração do governo Eduardo Paes ter sido maior do que o saldo dos restos a pagar, nada justifica a redução da verba do Carnaval. O maior espetáculo da Terra traz de retorno para a cidade aproximadamente R$3 bilhões. O que são R$ 13 milhões perto dos R$ 6,5 bilhões do orçamento da Educação. O Rio não precisa deixar de investir em Educação para realizar o Carnaval, Cultura, Transportes, basta querer e saber administrar as contas públicas”, disse Pedro Paulo ao SRzd.

Em documento enviado ao nosso site, o deputado Pedro Paulo analisou o perfil de receitas e despesas 2016 e 2017 :

As despesas com dívida orçadas para 2017 somam R$ 1,3 bilhão, que correspondem a meros 4,4% do orçamento anual. Até 2009, os gastos com encargos de dívida consumiam 10% do orçamento carioca. Em 2009, com um orçamento quase três vezes menor, se pagou os mesmos 1,2 bilhão de encargos de dívida total previstos para 2017 (a valores nominais de então, trazidos para hoje daria quase R$ 2 bi) e não se interrompeu nada.

A Disponibilidade de Caixa informada em 30 de abril de 2013, primeiro ano do mandato da gestão passada, a disponibilidade de caixa total (recursos livres e vinculados) era de R$ 5,2 bilhões, que corrigidos pela inflação seria hoje equivalente a R$ 6,8 bilhões. Mais do que o dobro do que temos em caixa neste ano.

Essa estimativa feita em meados de 2016 é conservadora, usualmente há economia de gastos nessa rubrica em relação à LOA de cada ano ao redor de R$ 100 milhões. As despesas de dívida de 2017 são maiores que 2016 pois as operações tiveram desembolsos ao longo ano passado e a carência de principal se encerrou no meio do ano simplesmente pq as obras financiadas foram entregues. Nada tinha a ver com empurrar para mandato seguinte, é a lógica de sempre: enquanto está construindo, carência de principal; ficou pronto, começa a amortizar.

Em suma, o gasto anual com todos os agentes financiadores somados (BNDES + CEF + BIRD + BID + Governo Federal) corresponde a apenas um mês de folha de pagamento bruta.

A pedido do SRzd a secretaria municipal de Fazenda fez um resumo da sua posição sobre as conclusões de César Maia:

O saldo de R$ 3 bilhões, é o somatório dos saldos de todas as fontes de recursos: fontes -livres que podem ser usadas para pagar qualquer tipo de despesas e fontes vinculadas que podem ser usadas apenas para determinados fins. Por exemplo, recursos do SUS são usados para pagar exclusivamente despesas com a saúde.

Desse total, apenas R$1,3 bilhões são recursos de aplicação livre. Esse montante refere-se , em grande parte, ao acúmulo de caixa com o recebimento da cota única do IPTU no primeiro trimestre do ano. Esse saldo tende a cair ao longo do exercício. Despesas com dívida, parte significativa da folha e do custeio são pagas com estes recursos. O segundo semestre do ano concentra despesas maiores do que o primeiro. Um exemplo é o pagamento do décimo terceiro salário.

Para efeitos de comparação, na Disponibilidade de Caixa informada em 30 de abril de 2013, primeiro ano do mandato da gestão passada, a disponibilidade de caixa total (recursos livres e vinculados) era de R$ 5,2 bilhões, que corrigidos pela inflação seria hoje equivalente a R$ 6,8 bilhões. Mais do que o dobro do que temos em caixa neste ano.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, – atual presidente da República em exercício -, disse no ano passado que a relação entre o seu pai, o vereador César Maia e o então prefeito do Rio Eduardo Paes “já foi péssima, hoje é ruim. Há uma forte mágoa pelas insinuações que o Eduardo fez sobre o mau uso do dinheiro na obra da Cidade da Música(hoje chama-se Cidade das Artes)“. A frase não está completamente desatualizada, mas há um evidente alinhamento de pensamento quando o tema ‘finanças ganha’ a etiqueta ‘Marcelo Crivella’.

Há dois dias, César Maia escreveu que “no dia 30 de maio de 2017, a execução orçamentária publicada no Diário Oficial mostra Disponibilidades de Caixa de mais de R$ 3 bilhões de reais. Corrigindo pela antecipação do IPTU e pelo gasto próximo com a folha de pagamentos e parte do décimo terceiro, se verifica que a prefeitura do Rio tinha em caixa – livres – em 30 de abril de 2017, cerca de R$ 2 bilhões de reais. Saldo mais que suficiente para não propor remédios amargos como aumento do IPTU, do ITBI e da contribuição dos servidores. E fica até ridículo falar em reduzir o apoio de R$ 13 milhões ao desfile das escolas de samba; e grotesco falar em reduzir a merenda escolar”. (Leia resposta da Secretaria Municipal de Fazenda no final da reportagem).

Bastou esta conclusão de Maia para Eduardo Paes compartilhar no seu twitter com 500 mil seguidores:

Tweet de Eduardo Paes. Reprodução
Tweet de Eduardo Paes. Reprodução

Uma simples replicada vale mais que mil palavras. É um tremendo avanço se levarmos em conta que eles são desafetos há anos. Sobre Paes, Maia já foi bastante contundente: “Ele está no partido certo, no PMDB. Um partido que tem seus candidatos promovidos pela milícia. Foi no governo anterior, do PMDB, que as milícias se expandiram tanto” disparou Cesar Maia em agosto de 2008 sobre Eduardo Paes, a quem chegou a chamar de “Dudu Milícia” na ocasião.

Sobre as contas do Rio o deputado Pedro Paulo, candidato de Paes derrotado na última eleição, também mirou Crivella. “Além do dinheiro deixado em caixa pela administração do governo Eduardo Paes ter sido maior do que o saldo dos restos a pagar, nada justifica a redução da verba do Carnaval. O maior espetáculo da Terra traz de retorno para a cidade aproximadamente R$3 bilhões. O que são R$ 13 milhões perto dos R$ 6,5 bilhões do orçamento da Educação. O Rio não precisa deixar de investir em Educação para realizar o Carnaval, Cultura, Transportes, basta querer e saber administrar as contas públicas”, disse Pedro Paulo ao SRzd.

Em documento enviado ao nosso site, o deputado Pedro Paulo analisou o perfil de receitas e despesas 2016 e 2017 :

As despesas com dívida orçadas para 2017 somam R$ 1,3 bilhão, que correspondem a meros 4,4% do orçamento anual. Até 2009, os gastos com encargos de dívida consumiam 10% do orçamento carioca. Em 2009, com um orçamento quase três vezes menor, se pagou os mesmos 1,2 bilhão de encargos de dívida total previstos para 2017 (a valores nominais de então, trazidos para hoje daria quase R$ 2 bi) e não se interrompeu nada.

A Disponibilidade de Caixa informada em 30 de abril de 2013, primeiro ano do mandato da gestão passada, a disponibilidade de caixa total (recursos livres e vinculados) era de R$ 5,2 bilhões, que corrigidos pela inflação seria hoje equivalente a R$ 6,8 bilhões. Mais do que o dobro do que temos em caixa neste ano.

Essa estimativa feita em meados de 2016 é conservadora, usualmente há economia de gastos nessa rubrica em relação à LOA de cada ano ao redor de R$ 100 milhões. As despesas de dívida de 2017 são maiores que 2016 pois as operações tiveram desembolsos ao longo ano passado e a carência de principal se encerrou no meio do ano simplesmente pq as obras financiadas foram entregues. Nada tinha a ver com empurrar para mandato seguinte, é a lógica de sempre: enquanto está construindo, carência de principal; ficou pronto, começa a amortizar.

Em suma, o gasto anual com todos os agentes financiadores somados (BNDES + CEF + BIRD + BID + Governo Federal) corresponde a apenas um mês de folha de pagamento bruta.

A pedido do SRzd a secretaria municipal de Fazenda fez um resumo da sua posição sobre as conclusões de César Maia:

O saldo de R$ 3 bilhões, é o somatório dos saldos de todas as fontes de recursos: fontes -livres que podem ser usadas para pagar qualquer tipo de despesas e fontes vinculadas que podem ser usadas apenas para determinados fins. Por exemplo, recursos do SUS são usados para pagar exclusivamente despesas com a saúde.

Desse total, apenas R$1,3 bilhões são recursos de aplicação livre. Esse montante refere-se , em grande parte, ao acúmulo de caixa com o recebimento da cota única do IPTU no primeiro trimestre do ano. Esse saldo tende a cair ao longo do exercício. Despesas com dívida, parte significativa da folha e do custeio são pagas com estes recursos. O segundo semestre do ano concentra despesas maiores do que o primeiro. Um exemplo é o pagamento do décimo terceiro salário.

Para efeitos de comparação, na Disponibilidade de Caixa informada em 30 de abril de 2013, primeiro ano do mandato da gestão passada, a disponibilidade de caixa total (recursos livres e vinculados) era de R$ 5,2 bilhões, que corrigidos pela inflação seria hoje equivalente a R$ 6,8 bilhões. Mais do que o dobro do que temos em caixa neste ano.

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