Metade das pessoas diagnosticadas com Covid-19 apresentam sequelas que podem perdurar por mais de um ano. A constatação é procedente de um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado nesta quarta-feira (11), que identificou sintomas pós-infecção em 50,2% dos 646 pacientes analisados entre 2020 e 2021. O estágio, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é caracterizado como Covid longa.
Ao todo, a pesquisa contabilizou 23 sintomas após o término da infecção aguda. Fadiga, que se caracteriza por cansaço extremo e dificuldade em realizar atividades rotineiras, é a principal queixa entre os pacientes, relatada por 115 pessoas (35,6%). Também entre as sequelas mais mencionadas estão tosse persistente (110; 34,0%), dificuldade para respirar (86; 26,5%), perda do olfato ou paladar (65; 20,1%) e dores de cabeça frequentes (56; 17,3%).
Além disso, também chamam a atenção os transtornos mentais, como insônia (26; 8%), ansiedade (23; 7,1%) e tontura (18; 5,6%). Entre os relatos estão ainda sequelas mais graves, como a trombose, diagnosticada em 20 pacientes, ou seja, 6,2% da população monitorada.
Os resultados mostraram ainda que os sintomas pós-infecção se manifestam nas três formas da doença: grave, moderada e leve. Na forma grave, de um total de 260 pacientes, 86 (33,1%), tiveram sintomas duradouros, enquanto 43 dos 57 diagnosticados com a forma moderada da doença (75,4%) manifestaram sequelas. Dos 329 pacientes com a forma leve, 198 (59,3%) apresentaram sintomas meses após o término da infecção aguda.
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