CPI: Dimas Covas diz que ações e omissões do governo prejudicaram vacinação
O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, foi o depoente desta quinta-feira (27), na CPI da Covid-19, no Senado Federal. A sessão foi encerrada no final desta tarde. + Veja a cobertura completa da CPI da Covid-19 no Senado Federal Em seu principal momento, Dimas afirmou que as declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) […]
POR Redação SRzd27/05/2021|4 min de leitura
O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, foi o depoente desta quinta-feira (27), na CPI da Covid-19, no Senado Federal. A sessão foi encerrada no final desta tarde.
Em seu principal momento, Dimas afirmou que as declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) prejudicaram as negociações para o Brasil adquirir a CoronaVac. O então ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, anunciou a intenção de compra em 19 de outubro, ação que não se concretizou.
“Após o dia 20 de outubro, isso foi absolutamente interrompido. De fato, nunca recebi um ofício dizendo que a intenção de compra feita no dia 19 não era mais válida, mas, na prática, não houve consequência. A consequência foi no dia 7 de janeiro e, mesmo assim, em detrimento de outras iniciativas. Houve a tentativa de trazer vacina da Índia, que não foi bem sucedida. Houve a dificuldade da própria AstraZeneca. Naquele momento, a única vacina disponível era a do Butantan. Óbvio que isso causa uma frustração da nossa parte. Voltamos ao Butantan e continuamos o projeto. Mas aí já com algumas dificuldades. A inexistência de um contrato com o ministério, que é nosso único cliente, colocava uma incerteza em termos de financiamento. E já tínhamos contratado com a Sinovac uma parte importante do projeto”, explicou.
Relator da CPI, o senador Renan Calheiros (MDB) disse que Bolsonaro fez 14 declarações contrárias a CoronaVac e questionou se o Butantan observou alguma resistência das pessoas à vacina em razão das falas do presidente:
“Em outubro, tivemos dificuldade de recrutamento, em razão dos ataques. Mas com o começo da vacinação, essa percepção desapareceu”.
Covas detalhou que, em dezembro do ano passado, havia 5,5 milhões de doses prontas e outras 4 milhões em processamento, mas, ainda sem contrato com o Ministério. A vacinação, porém, não poderia começar naquele momento, porque a aprovação da Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, só foi dada em 17 de janeiro.
“Não houve mais progressos nessas tratativas até janeiro. O contrato com a outra vacina da AstraZeneca foi feito em agosto. Esta só foi contratada em janeiro, seis meses depois da primeira oferta”.
Ao encerrar a reunião o vice-presidente da Comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede), registrou o agradecimento da “ampla maioria dos membros da CPI” ao Instituo Butantan, que é responsável, até o momento, pela imunização de 64% dos brasileiros vacinados.
+ assista ao depoimento de Dimas Covas na íntegra:
O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, foi o depoente desta quinta-feira (27), na CPI da Covid-19, no Senado Federal. A sessão foi encerrada no final desta tarde.
Em seu principal momento, Dimas afirmou que as declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) prejudicaram as negociações para o Brasil adquirir a CoronaVac. O então ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, anunciou a intenção de compra em 19 de outubro, ação que não se concretizou.
“Após o dia 20 de outubro, isso foi absolutamente interrompido. De fato, nunca recebi um ofício dizendo que a intenção de compra feita no dia 19 não era mais válida, mas, na prática, não houve consequência. A consequência foi no dia 7 de janeiro e, mesmo assim, em detrimento de outras iniciativas. Houve a tentativa de trazer vacina da Índia, que não foi bem sucedida. Houve a dificuldade da própria AstraZeneca. Naquele momento, a única vacina disponível era a do Butantan. Óbvio que isso causa uma frustração da nossa parte. Voltamos ao Butantan e continuamos o projeto. Mas aí já com algumas dificuldades. A inexistência de um contrato com o ministério, que é nosso único cliente, colocava uma incerteza em termos de financiamento. E já tínhamos contratado com a Sinovac uma parte importante do projeto”, explicou.
Relator da CPI, o senador Renan Calheiros (MDB) disse que Bolsonaro fez 14 declarações contrárias a CoronaVac e questionou se o Butantan observou alguma resistência das pessoas à vacina em razão das falas do presidente:
“Em outubro, tivemos dificuldade de recrutamento, em razão dos ataques. Mas com o começo da vacinação, essa percepção desapareceu”.
Covas detalhou que, em dezembro do ano passado, havia 5,5 milhões de doses prontas e outras 4 milhões em processamento, mas, ainda sem contrato com o Ministério. A vacinação, porém, não poderia começar naquele momento, porque a aprovação da Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, só foi dada em 17 de janeiro.
“Não houve mais progressos nessas tratativas até janeiro. O contrato com a outra vacina da AstraZeneca foi feito em agosto. Esta só foi contratada em janeiro, seis meses depois da primeira oferta”.
Ao encerrar a reunião o vice-presidente da Comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede), registrou o agradecimento da “ampla maioria dos membros da CPI” ao Instituo Butantan, que é responsável, até o momento, pela imunização de 64% dos brasileiros vacinados.
+ assista ao depoimento de Dimas Covas na íntegra: