A CPI da Covid-19 ouve, nesta terça-feira (22), o deputado federal Osmar Terra – tido como um dos líderes do “gabinete paralelo” que teria assessorado e aconselhado o presidente Jair Bolsonaro no combate à pandemia.
Senadores membros da comissão devem questioná-lo a respeito dos posicionamentos de Terra, que são rechaçados pela comunidade científica, como a “imunidade de rebanho” – superação da pandemia devido ao número altíssimo de infectados – e o uso de remédios sem comprovação científica.
De acordo com a apuração da GloboNews, o parlamentar teria se reunido 17 vezes com o presidente Bolsonaro desde o início da pandemia. Em um determinado vídeo no Palácio do Planalto, em setembro de 2020, Osmar acompanha Bolsonaro em um evento com médicos que manifestam-se de maneira contrária à vacina. Também é defendido o uso de farmacos ineficazes, a criação de um “shadow cabinet” (‘gabinete das sombras’ em tradução livre) para aconselhar o presidente.
No requerimento de convocação de Osmar Terra, os senadores Rogério Carvalho e Humberto Costa argumentam que “ações equivocadas e omissões lesivas ao interesse coletivo podem decorrer da forma como as principais autoridades do país viam e continuam vendo a ameaça do novo Coronavírus. Neste ponto, é essencial saber qual a verdadeira concepção que o maior mandatário do país tem sobre o contexto no qual estamos inseridos e quem ajudou a construir esta noção”.
Outros requerimentos também serão votados antes da oitiva de Osmar. Nela, estarão em pautas pedidos de informação, quebras de sigilo e convocações de depoentes. Entre elas, a do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro – que não poderá ser votada devido ao entendimento da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal ( STF ), que suspendeu a convocação para depoimento dos executivos municipais.