O procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato de Curitiba, não irá comparecer à audiência para a qual foi convidado na Comissão de Direitos Humanos. O encontro estava marcado para esta terça-feira (9), às 14h.
A solicitação de presença no colegiado foi feita pelo deputado Rogério Correa do PT, após o site “The Intercept Brasil” começar a publicar mensagens trocadas entre a força-tarefa e o ex-juiz Sergio Moro pelo aplicativo Telegram.
Apesar de usar as redes sociais para expor suas posições políticas em votações do Congresso Nacional, Dallagnol alegou em ofício enviado a Câmara dos Deputados, que prefere exercer somente a sua “função técnica” como membro do Ministério Público.
“Esse trabalho técnico consiste em investigar fatos e buscar a aplicação da lei penal de modo eficiente e justo, de acordo com a Constituição e com as leis, atividade funcional sujeita à apreciação do Poder Judiciário. Diante disso, muito embora tenha sincero respeito e profundo apreço pelo papel do Congresso Nacional nos debates de natureza política que realiza e agradeça o convite para neles participar, acredito ser importante concentrar na esfera técnica minhas manifestações sobre mensagens de origem criminosa, cuja veracidade e autenticidade não reconhecemos, e que vêm sendo usadas para atacar a Operação Lava Jato”, escreveu o procurador em mensagem ao Congresso para justificar a sua ausência.
O ministro da Justiça, Sergio Moro, e Dallagnol são os principais personagens de uma série de conversas vazadas em reportagens do “The Intercept”. Moro anunciou que irá se afastar do cargo temporariamente por “motivos pessoais”.