Edmar Moreira Dantas, funcionário do doleiro Alvaro José Novis, disse aos procuradores do Ministério Público Federal ter feito pagamentos em nome da federação para o prefeito do Rio, Marcelo Crivella. Trata-se da mesma pessoa que relatou aos procuradores o suposto pagamento de propinas ao governador Luiz Fernando Pezão.
A delação trata do esquema de propina envolvendo a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro, a Fetranspor.
O colaborador detalhou que foram cinco os pagamentos, entre os anos de 2010 e 2012. Os valores, teriam sido entregues a um homem chamado Mauro Macedo, na Rua da Candelária, no Centro, número 9. A sala, disse ele, era alugada por Crivella e usada como comitê partidário.
O delator disse ainda que já havia visto Crivella no endereço citado e deu detalhes de como ocorreram os pagamentos a Mauro Macedo. Em planilhas entregues ao MPF, aparecem duas de quatro doações ao prefeito do Rio, no valor de R$ 100 mil. Macedo foi tesoureiro da campanha de Crivella ao Senado Federal, em 2008.
Em nota, o prefeito negou “veeementemente” receber o valor citado na delação – R$ 450 mil em dinheiro vivo – e alegou que “a suposta acusação ocorreu porque não concedeu aumento na passagem de ônibus e apoiou a redução no preço das tarifas”.
Crivella declarou também que Mauro Macedo nunca exerceu funções em suas campanhas eleitorais, não foi nomeado no Senado e tampouco na prefeitura.