O clima ficou tenso no plenário da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (24). Deputados bateram boca e trocaram empurrões durante a sessão após Aliel Machado do PSB falar sobre a liberação de emendas parlamentares em troca da aprovação da reforma da Previdência.
De acordo com reportagem do jornal “Folha de S. Paulo”, o governo liberará R$ 40 milhões em emendas para os deputados favoráveis às alterações na aposentadoria.
A citação feita por Aliel Machado irritou o deputado José Medeiros (Pode-MT) que foi pra cima do deputado acertando um soco no microfone. A partir daí, deu início a um empurra-empurra e os microfones foram cortados até os parlamentares se acalmarem.
Minutos antes da fala de Aliel, o deputado João Daniel do PT havia discursado criticando o esquema, afirmando que os R$ 40 milhões seriam o preço que “Bolsonaro está impondo para esta Casa, para aprovar um projeto contra o povo trabalhador”.
Apesar do parlamentar não citar nomes, a base governista começou a gritar pedindo respeito e dizendo que as acusações deveriam ser provadas.
“O senhor vai ser levado ao Conselho de Ética. Porque não é aceitável que esteja acostumado com um governo corrupto”, disse o deputado Daniel Freitas do PSL.
Em seguida, Aliel Machado foi ao microfone e voltou a falar sobre o assunto, afirmando que “o governo ofertou R$ 40 milhões para comprar votos”, acusando os parlamentares de estarem “se vendendo”.
Os microfones chegaram a ser cortados. A deputada Geovania de Sá do PSDB, que presidia a sessão no momento, disse que os deputados não estavam respeitando os colegas. “Não suspenderei a sessão. Querem agitar. Agitem onde quiserem, não nesse plenário”, disse ela.
Deputados de seis partidos confirmaram à Folha que houve a oferta do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, para a liberação de recursos extraorçamentários — ou seja, não referentes às emendas impositivas —, mas não foi celebrado acordo.
A reforma da Previdência foi aprovada nesta terça-feira (23) em sua primeira fase, na CCJ (Comissão de Constituição de Justiça) da Câmara. Agora, segue para comissão especial.