A área conhecida como Amazônia Legal perdeu 10.222 km² de floresta, entre os meses de janeiro e novembro de 2021, o equivalente a sete vezes o tamanho da cidade de São Paulo.
Este é o maior acumulado dos últimos 10 anos para o período, segundo dados do Sistema de Alerta de Desmatamento, do Imazon, publicados nesta segunda-feira (20).
Apenas no mês passado, foram 480 km² desmatados na região, a segunda pior taxa para o mês em dez anos. O recorde havia sido registrado em 2020, com 484 km².
Mais da metade do desmatamento mensal, 54%, está concentrada em uma categoria chamada pelo Imazon de “áreas privadas ou terras públicas sob diversos estágios de posse”, que compreendem: terras públicas não destinadas, terras públicas inscritas no Cadastro Ambiental Rural e imóveis privados cadastrados no Incra.
“Não conseguimos separar o desmatamento mensal ocorrido em áreas privadas das áreas públicas em diferentes estágios de posse por causa da falta de dados sobre a posse de terras na Amazônia, que são defasados”, explica a pesquisadora do Imazon Larissa Amorim.
Já dados do Ipam, o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, obtidos pela BBC News Brasil, mostram que 54% do desmatamento registrado entre janeiro e outubro de 2021 ocorreram somente em terras públicas da Amazônia, sendo 32% em terras públicas não destinadas.
Diferentemente do Imazon, o Ipam usa dados do Instituto de Pesquisas Espaciaiso, Inpe, órgão do governo Federal, e consegue fazer a distinção de onde ocorreu exatamente o desmatamento.
Ainda de acordo com o Ipam, considerando o período entre agosto de 2020 e julho de 2021 – meses em que se mede a temporada do desmatamento na Amazônia – o principal responsável pelo desmatamento foi a invasão de terras públicas não destinadas (28%), seguido pelo desmatamento em imóveis rurais (áreas privadas; 26%) e, em terceiro, em assentamentos (23%).