Por mais que, para maioria das pessoas, no dia 31 de outubro se comemore o “Halloween” ou Dia do Saci, existe outra data muito importante comemorada nessa data, que nos leva a importantes reflexões o Dia Mundial da Poupança, e é sobre ela que o brasileiro deveria ter maior foco no momento de crise vivido.
O objetivo da data, claro, é incentivar as pessoas a pouparem mais, o que é algo ótimo e válido, já que muitas são as pessoas que não possuem esse hábito, e pior, que se encontram endividadas ou até inadimplentes. A falta de educação financeira é um fato inegável e que merece toda a atenção, especialmente em tempos difíceis, como o que estamos passando.
Mas poupar por poupar é a saída para todos os problemas? Com certeza não. Criar o costume de guardar parte do dinheiro que recebe é muito bom e traz benefícios em todos os aspectos, mas não é apenas isso que conta; é preciso ter atenção especial ao que se faz com esse valor, ou seja, quais as metas que se quer atingir com isso.
Sim, o dinheiro precisa estar “carimbado”, já ter um propósito bem definido e planejado, caso contrário, ele será alvo fácil de gastos impulsivos e supérfluos.
Então, como proceder?
Simples. Primeiro é preciso se educar financeiramente e tomar consciência de tudo o que descrevi nesse texto até o momento. A partir daí, começar a estabelecer quais são esses sonhos que precisam de dinheiro para serem realizados. É hora de pesquisar todos eles, saber quanto custam e quais os melhores preços e condições e quanto conseguirá guardar mensalmente para cada um deles.
Feito isso, separe-os em curto (até um ano), médio (de um a dez anos) e longo prazos (acima de dez anos). Isso porque é só com essa informação que conseguirá dar um passo importante: se tornar um investidor. Era nesse ponto que eu queria chegar; o Dia Mundial da Poupança pode – e deve – representar mais do que apenas a ideia de poupar. Vamos fazer dessa data um marco de mudança de comportamento da vida financeira. Ninguém nunca mais voltará a ser o que era antes.
Mas onde investir?
Bom, nesse momento, estamos em um estágio avançado, em que a tarefa é obter mais conhecimento sobre o universo dos investimentos.
Quando estiver pronto para aplicar, procure atrelar ao tipo de sonho (curto, médio e longo prazo) e ao seu perfil: conservador (sem riscos; aplicação estável), moderado (riscos somente em uma pequena parte do investimento) e arrojado (mais riscos, porém mais retorno na aplicação).
Se os objetivos forem de curto prazo, a caderneta de poupança e alguns títulos do tesouro direto são ótimas opções. Para os de até 10 anos, aconselho fazer uma previdência privada, títulos do tesouro (também) ou aplicar nos fundos de renda fixa ou variável. A vantagem, nesse caso, é que quanto maior o prazo de investimento, menor o imposto cobrado. Há também CDB, títulos do tesouro direto, ouro, entre outros, porém, esses requerem ajuda de especialistas.
Já aos investimentos de longo prazo, oriento fazer previdência privada ou comprar ações na Bolsa de Valores ou títulos do Tesouro Direto (novamente). Vale a pena procurar saber sobre cada um e ver o que a educação financeira pode fazer para que o dinheiro trabalhe a seu favor.
* Artigo de autoria de Reinaldo Domingos -PhD em Educação Financeira, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira. Autor de diversos livros sobre o tema, como o best-seller “Terapia Financeira”.