O senador Eunício Oliveira é o novo presidente do Senado para o biênio 2017/2018 após receber 61 votos, contra 10 de seu adversário, o senador José Medeiros. A votação foi realizada na tarde desta quarta-feira (1). Houve ainda 10 votos em branco.

Todos os 81 senadores registraram presença no plenário. Um a um, eles foram convocados a votar secretamente na urna eletrônica colocada à esquerda da mesa diretora, seguindo como ordem os estados que representam.

Eunício substitui o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) no cargo. Calheiros passará a ocupar a liderança do partido na Casa, cargo antes ocupado por Eunício.

A eleição confirmou o favoritismo de um partido nos últimos 12 anos no comando da Casa. Outro ponto que deve ser levado em consideração é o fato de nos últimos 28 anos, a Casa ter apenas dois presidentes que não eram filiados ao PMDB: Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), entre 1997 e 2001, e Tião Viana (PT-AC), que ocupou um mandato-tampão de dois meses, em 2007, após a renúncia de Renan Calheiros.

“Digo a todos vocês, colegas que me deram a honra de presidir o Senado, que honrarei esse mandato com toda minha alma e experiência que a vida me deu”, afirmou.

A chapa única que disputava a Mesa foi eleita por 75 votos a 4; 2 senadores não votaram.

Veja quem são os novos membros:

1ª vice-presidência: Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)

2ª vice-presidência: João Alberto Souza (PMDB-MA)

1ª secretaria: José Pimentel (PT-CE)

2ª secretaria: Gladson Cameli (PP-AC)

3ª secretaria: Antonio Carlos Valadares (PSB-PB)

4ª secretaria: Zezé Perrela (PMDB-MG)

Conheça detalhes do novo presidente do Senado Federal

Com 64 anos de idade, o empresário Eunício Oliveira, natural de Lavras da Mangabeira, município cearense a 400 quilômetros de Fortaleza, foi eleito deputado federal pela primeira vez em 1998.

Atual líder do PMDB no Senado, ele se reelegeu para a Câmara em 2002, e em 2006, período em que também chegou a liderar a bancada peemedebista.

Em seu segundo mandato como deputado, em 2004, licenciou-se para assumir o Ministério das Comunicações no governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Apesar de ser senador de primeiro mandato, ocupou duas funções importantes nos últimos seis anos: a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), considerada a mais influente da Casa, e a liderança do PMDB.

Dono da maior bancada do Senado, com 19 senadores, o PMDB de Eunício comandou a Casa ininterruptamente nos últimos 10 anos. A dinastia peemedebista tem dominado a presidência do Senado desde a redemocratização, em 1985.

Eunício não responde a nenhum processo no Supremo Tribunal Federal (STF), Corte responsável pelo julgamento de senadores. O parlamentar também não é alvo de inquéritos em andamento na Suprema Corte.

No entanto, no fim do ano passado, o ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho disse, em seu acordo de pré-delação premiada, que pagou R$ 2,1 milhões em propina para o atual líder do PMDB.

Outro delator da Lava Jato, o ex-diretor de Relações Institucionais da Hypermarcas Nelson Melo disse, declarou, em julho de 2016, que repassou R$ 5 milhões para a campanha de Eunício ao governo do Ceará por meio de contratos fictícios. A defesa do parlamentar nega irregularidades.

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