O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso declarou na manhã desta sexta-feira (23) que o país caminha para uma situação inédita e muito séria caso tenha um presidente da República denunciado por corrupção.
“O procurador-geral da República, baseado em uma investigação da Polícia Federal, que é submetida à Presidência, se dispõe a mover uma ação contra o presidente. E por corrupção. Isso nunca houve. Se por um lado isso é sinal de que as instituições estão independentes, por outro lado, é gravíssimo”, disse FHC durante evento em São Paulo.
“Quando Getúlio Vargas era presidente, em um tempo em que os militares estavam muito assanhados, existia a chamada ‘República do Galeão’, formada pelo pessoal da Aeronáutica que fazia inquéritos militares. Um dia, chamaram o irmão do Getúlio, Benjamin Vargas. Pouco depois, Getúlio se matou porque descobriu que o irmão
estava metido em confusões junto com o chefe de sua guarda pessoal. Era grave”, disse o ex-presidente, que acrescentou: “Não estou dizendo que o Temer se mate, claro, prefiro outra coisa”.
Além de destacar a ausência de lideranças políticas no cenário brasileiro atual, o tucano, mais uma vez, se posicionou contra eventuais “Diretas já”, mas fez uma sugestão.
“Ele podia chamar as forças políticas e antecipar a eleição para daqui a oito, nove meses. Isso para ter legitimidade”, afirmou.