Funcionários da Funai anunciam greve por morte de Dom e Bruno
Funcionários da Fundação Nacional do Índio (Funai) anunciaram uma greve para quinta-feira (23), a partir das 10h, em todas as unidades dos estados e no Distrito Federal. De acordo com a Indigenistas Associados (INA), ouvidos pelo jornal “Folha de São Paulo”, o objetivo é manifestar “profunda tristeza e indignação pelo assassinato bárbaro” do indigenista Bruno Pereira e […]
POR Redação SRzd19/06/2022|4 min de leitura
Funcionários da Fundação Nacional do Índio (Funai) anunciaram uma greve para quinta-feira (23), a partir das 10h, em todas as unidades dos estados e no Distrito Federal.
De acordo com a Indigenistas Associados (INA), ouvidos pelo jornal “Folha de São Paulo”, o objetivo é manifestar “profunda tristeza e indignação pelo assassinato bárbaro” do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips na Amazônia.
Em nota, o INA declarou que o presidente da Funai “vem promovendo uma gestão anti-indígena e anti-indigenista na instituição”.
Os servidores cobram a identificação e responsabilização de todos os culpados e exigirão a demissão imediata do presidente da entidade, Marcelo Augusto Xavier da Silva.
“Por uma Funai indigenista e para os povos indígenas! Pela proteção das/os indigenistas, dos Povos Indígenas e de suas lideranças, organizações e territórios! Convidamos as/os parceiras/os indígenas, indigenistas e da sociedade em geral para o Ato Nacional de Greve da Funai!”, diz o comunicado.
As vítimas
Dom Phillips e Bruno Araújo Pereira estavam desaparecidos na Amazônia desde o domingo (5). Eles faziam expedições juntos na região desde 2018, de acordo com o jornal “The Guardian”.
Phillips morava em Salvador e fazia reportagens sobre o Brasil há mais de 15 anos para veículos como Washington Post, New York Times e Financial Times, além do The Guardian.
Além de indigenista, Bruno Pereira era servidor federal licenciado da Funai e dava suporte à Univaja em projetos e ações pontuais. Ele denunciou que estaria sofrendo ameaças na região, informação confirmada pela PF, que abriu procedimento investigativo sobre essa denúncia.
Bruno estava atuando como colaborador da União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja), uma entidade mantida pelos próprios indígenas da região, e tinha como foco impedir invasão da reserva por pescadores, caçadores e narcotraficantes.
O que a PF já falou sobre o caso
Segundo a PF, Bruno foi morto por 3 tiros que atingiram a cabeça e o tórax do indigenista. Já Phillips foi baleado uma vez, no tórax.
Três suspeitos estão presos pelo crime. Jefferson da Silva Lima, conhecido como “Pelado da Dinha”, se entregou na delegacia de Atalaia do Norte, e foi detido no sábado (18).
Em nota, a União dos Povos do Javari (Unijava) disse que discorda da conclusão à qual chegou a PF. Segundo a entidade, foram repassadas informações sobre organizações criminosas que estariam atuando na região e que poderiam ser as responsáveis pelas mortes do indigenista e do jornalista.
No documento, a União solicita que as investigações continuem e nenhuma hipótese seja descartada. “Exigimos a continuidade e o aprofundamento das investigações. Exigimos que a PF considere as informações qualificadas que já repassamos à eles em nossos ofícios. Só assim teremos a oportunidade de viver em paz novamente em nosso território, o Vale do Javari”.
Funcionários da Fundação Nacional do Índio (Funai) anunciaram uma greve para quinta-feira (23), a partir das 10h, em todas as unidades dos estados e no Distrito Federal.
De acordo com a Indigenistas Associados (INA), ouvidos pelo jornal “Folha de São Paulo”, o objetivo é manifestar “profunda tristeza e indignação pelo assassinato bárbaro” do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips na Amazônia.
Em nota, o INA declarou que o presidente da Funai “vem promovendo uma gestão anti-indígena e anti-indigenista na instituição”.
Os servidores cobram a identificação e responsabilização de todos os culpados e exigirão a demissão imediata do presidente da entidade, Marcelo Augusto Xavier da Silva.
“Por uma Funai indigenista e para os povos indígenas! Pela proteção das/os indigenistas, dos Povos Indígenas e de suas lideranças, organizações e territórios! Convidamos as/os parceiras/os indígenas, indigenistas e da sociedade em geral para o Ato Nacional de Greve da Funai!”, diz o comunicado.
As vítimas
Dom Phillips e Bruno Araújo Pereira estavam desaparecidos na Amazônia desde o domingo (5). Eles faziam expedições juntos na região desde 2018, de acordo com o jornal “The Guardian”.
Phillips morava em Salvador e fazia reportagens sobre o Brasil há mais de 15 anos para veículos como Washington Post, New York Times e Financial Times, além do The Guardian.
Além de indigenista, Bruno Pereira era servidor federal licenciado da Funai e dava suporte à Univaja em projetos e ações pontuais. Ele denunciou que estaria sofrendo ameaças na região, informação confirmada pela PF, que abriu procedimento investigativo sobre essa denúncia.
Bruno estava atuando como colaborador da União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja), uma entidade mantida pelos próprios indígenas da região, e tinha como foco impedir invasão da reserva por pescadores, caçadores e narcotraficantes.
O que a PF já falou sobre o caso
Segundo a PF, Bruno foi morto por 3 tiros que atingiram a cabeça e o tórax do indigenista. Já Phillips foi baleado uma vez, no tórax.
Três suspeitos estão presos pelo crime. Jefferson da Silva Lima, conhecido como “Pelado da Dinha”, se entregou na delegacia de Atalaia do Norte, e foi detido no sábado (18).
Em nota, a União dos Povos do Javari (Unijava) disse que discorda da conclusão à qual chegou a PF. Segundo a entidade, foram repassadas informações sobre organizações criminosas que estariam atuando na região e que poderiam ser as responsáveis pelas mortes do indigenista e do jornalista.
No documento, a União solicita que as investigações continuem e nenhuma hipótese seja descartada. “Exigimos a continuidade e o aprofundamento das investigações. Exigimos que a PF considere as informações qualificadas que já repassamos à eles em nossos ofícios. Só assim teremos a oportunidade de viver em paz novamente em nosso território, o Vale do Javari”.