Uma vez que o Brasil não tem ministro da Cultura, o principal representante do país na 1ª Conferência dos Ministros da Cultura do G20, em Roma, na Itália, na semana passada, foi Gilson Machado Neto, que comanda a Pasta do Turismo.
Em sua intervenção no encontro falou sobre meio ambiente e apresentou queixa diante de uma suposta falta de reconhecimento das nações da Europa aos esforços do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) nas ações de preservação ambiental.
Nas redes sociais, escreveu: “Diante de ataques recorrentes contra nosso país, não pude me calar. Calei a todos no G20 com números. Nenhum deles nem chegam aos nossos pés em preservação ambiental”:
Na conferência, ainda perguntou quais dos presentes já havia estado na Amazônia.
“Muitas pessoas não sabem, mas 66% do território brasileiro se encontra do mesmo jeito que estava quando Jesus veio à Terra. 84% da Amazônia brasileira. Isso é um tabu aqui. Alguém aqui já esteve na Amazônia? Alguém já esteve na Amazônia? 84% da Amazônia brasileira está do mesmo jeito que estava quando Jesus veio à Terra”.
Machado se apresentou como músico e disse que a pandemia da Covid-19 gerou aceleração do processo de digitalização da cultura que já estava em curso e destacou o Carnaval e a Festa do Peão de Barretos como contribuições nacionais.
Em Roma, Machado estava acompanhado do ator Mario Frias, Secretário Especial da Cultura. O evento acabou na última sexta-feira (30) e, no domingo, o ministro participou das manifestações em favor do governo Bolsonaro e do voto impresso, no estado de Pernambuco.
As declarações de Machado casaram incredulidade e espanto na comunidade internacional e, nem mesmo na cúpula do governo, ganham ressonância. O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou, nesta segunda-feira, que, provavelmente, não será cumprida a meta de redução de desmatamento na Amazônia. Mourão preside o Conselho Nacional da Amazônia Legal:
“Fechou o ciclo, o ciclo fechou no dia 31 de julho, provavelmente não vou cumprir aquilo que eu achava que seria o nosso papel de chegar a 10% de redução. Acho que vai dar na faixa de 4% a 5%, uma redução muito pequena, muito irrisória, mas já é um caminho andado”, disse Mourão.
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