O responsável por realizar uma transmissão ao vivo exibindo uma “cura milagrosa” da Covid-19 por meio de uma página no Facebook será ouvido pela Polícia Civil de Piraquara, região metropolitana do Paraná. Ele deve prestar esclarecimentos na segunda-feira (18) e poderá ser responsabilizado criminalmente durante o inquérito.
A página que ele administra possui 18 mil curtidas. Uma mulher, de 63 anos, convidada para participar da transmissão ao vivo e divulgar uma receita descontaminante foi indiciada por dois crimes – curandeirismo e charlatanismo.
A publicação fez com que a Prefeitura de Piraquara enviasse um ofício ao Ministério Público do Paraná, com o temor de que as pessoas acreditem e se intoxiquem com o produto.
Depois após a repercussão negativa que a “Live” teve diante dos expectadores, o conteúdo foi excluído pelo responsável. Mesmo assim, o material já havia sido identificado e enviado à análise tanto policial quanto por parte do Conselho Regional de Medicina (CRM) do Paraná.
“Vamos ouvi-lo na segunda-feira sobre de que forma aconteceu essa divulgação de live e remetido à justiça pública para as providências. Ela foi notificada e está proibida de divulgar qualquer anúncio milagroso de cura ou administrar qualquer remédio para esse tipo de doença que é o Coronavírus”, disse o delegado Paulo Caldas.
O vice-presidente do Conselho Regional de Medicina do Paraná, Wilmar Mendonça Guimarães, afirmou que é assustador pessoas divulgarem este tipo de falso tratamento.
“Existe previsão no Código Penal de que pessoas que exercem curandeirismo podem ser presas. A senhora deste vídeo, dá para se ver que tem limitações culturais, mas ela dá o endereço e propõem tratamentos, como se recebesse uma cura de Deus, o que pode causar um grande dano”, ressaltou.
Mendonça fez questão de destacar que o Coronavírus não tem cura e que, infelizmente, muitas informações acabam confundindo as pessoas.