A mudança do nome do Instituto Luísa Mell para Instituto Caramelo nos últimos dias vem com polêmica e acusações dos dois lados. Na última sexta-feira (28), os organizadores haviam informado sobre a alteração com a justificativa de que “Luisa nunca colocou dinheiro algum no Instituto. Nenhuma doação sequer”.
A ativista Luísa Mell se manifestou neste domingo (30). Ela rebateu o que considerou como “mentiras”. “Doei, minha saúde, meu tempo, minha imagem, meu trabalho, meus contatos… Meu ex-marido sempre fez doações. Eu nunca tive salário no Instituto. Mas a partir do momento que descobri parcerias feitas em meu nome, sem minha autorização, com condições absurdas… resolvi não delegar mais tanto. Aí virei inimiga”, disse.
Em seguida, no mesmo dia, o Instituto Caramelo rebateu a ativista. “Quando mais de 20 pessoas que trabalharam juntas por 8 anos deixam de acreditar em alguém, vale a reflexão de quem está certo: esse alguém ou todo o grupo? Lamentavelmente, em seu posicionamento, Luísa se coloca como vítima e distorce fatos a seu favor”.
Leia abaixo o comunicado do instituto sobre a mudança de nome:
“O Instituto Luisa Mell agora é Instituto Caramelo! O novo nome é a forma que encontramos de homenagear o vira-lata caramelo, personagem conhecido e amado nas redes sociais, que inspira todos os dias o nosso trabalho diante da realidade de abandono e maus tratos no nosso país.
Para quem não sabe, o Instituto Luisa Mell, agora Instituto Caramelo, foi fundado em 2015 por um grupo de pessoas que já ajudava animais há muito tempo. Esse grupo convidou Luisa Mell para participar, com a premissa de que fosse um serviço totalmente voluntário de todos. A opção de o Instituto levar o nome “Luisa Mell” foi para ajudar o maior número de animais possível, partindo de uma marca conhecida com um trabalho real por trás.
Essa mudança vem para despersonificar o trabalho e separar posturas e interesses individuais do propósito do grupo. Ela foi fruto de muita conversa, entendimento e planejamento. E toda nossa equipe se mantém, os animais seguem no abrigo e o nosso espaço, que foi cedido e construído com recursos particulares de uma das fundadoras, permanece o mesmo.
Seguimos com mais de 200 vidas abrigadas entre cãezinhos, gatinhos e cavalos, uma responsabilidade social com 35 famílias que empregamos, além de realizarmos resgates, campanhas de castração e atendimentos populares semanalmente. Todas as nossas contas são auditadas de maneira independente e prezamos pelo respeito e seriedade, tanto pelas pessoas, quanto pelos animais.
Foi o amor pelos animais que uniu diferentes pessoas há 8 anos e agora, como Instituto Caramelo, abraçamos o símbolo brasileiro dos vira-latas para mostrar como esse elo muda vidas. Ao longo desses anos, nos tornamos referência na luta contra os maus-tratos e o abandono de animais, trabalho de uma equipe que se dedica por completo para que o abrigo seja apenas uma fase de passagem na vida dos bichos.
Vamos seguir atuando para que todos os dias sejam escritos mais finais felizes na vida de cada um desses focinhos. Juntos, podemos continuar mudando vidas!”
Veja posicionamento de Luísa Mell:
“Diante de tantas mentiras divulgadas sobre meu trabalho e da tentativa de desqualificar todo meu empenho durante tantos anos de dedicação no Instituto Luisa Mell. Diante da vergonhosa tentativa de usarem deste momento delicado para tentar arranjar um motivo para o golpe que me deram. Tive que vir a público contar a verdade. Facilmente passível de comprovação: Há duas semanas relatei aqui que já tinha perdido o controle no Instituto que estava lutando para recuperá-lo. Sou presidente fundadora e principal responsável civil e criminalmente pelo Instituto. O que pode ser facilmente comprovado. Assim como qualquer pessoa que me acompanha por aqui também é testemunha do quanto sempre me doei para o Instituto. Doei minha saúde, meu tempo, minha imagem, meu trabalho, meus contatos… Meu ex-marido sempre fez doações. Eu nunca tive salário no Instituto. Mas a partir do momento que descobri parcerias feitas em meu nome, sem minha autorização, com condições absurdas… resolvi não delegar mais tanto. Aí virei inimiga. Tendo que ouvir em assembleias extraordinárias que qualquer player poderia me substituir porque eles já tinham a estrutura. E diante da minha postura de não aturar mais nada que não tivesse minha pré-autorização, visto que usavam meu nome e imagem, fui vítima de um golpe onde mudaram o regime de governança para que eu não pudesse decidir mais nada. Sem poder decidir, nem demitir funcionários, sem nenhum controle sobre gastos, sem nenhum poder de decidir de nada, nem os resgates que precisava fazer… como eu poderia continuar pedindo dinheiro para vocês? Espero resolver logo esta questão. E continuar de qualquer maneira meu trabalho. Minha missão. Obrigada pela confiança e carinho.”
Leia resposta do Instituto Caramelo:
“Quando mais de 20 pessoas que trabalharam juntas por 8 anos deixam de acreditar em alguém, vale a reflexão de quem está certo: esse alguém ou todo o grupo?
Lamentavelmente, em seu posicionamento, Luísa se coloca como vítima e distorce fatos a seu favor. Pensando unicamente em si, coloca em xeque a idoneidade de todo o trabalho, de dezenas de pessoas, de uma empresa de auditoria externa renomada, fornecedores e parceiros. Na ponta, em risco todos os animais abrigados, além de desmerecer o esforço de todo o grupo.
Esquece de dizer que abandonou tudo há meses, deixando os animais para trás, inclusive não divulgando eventos de adoção. Esquece em seu pronunciamento que chegou a dizer ao grupo que iria querer ganhar em todas as parcerias do Instituto e loja – o que não permitimos – e chegou a tentar subtrair doações de produtos para si na frente de funcionários e foi impedida por eles.
Prefere chamar de “golpe” a Assembleia onde ela mesma votou a favor da troca do nome e que seguiu todo o rito da Lei. Não diz ainda que sempre teve acesso a todas as contas e assinou todos os balanços, acesso que foi concedido ao seu advogado há mais de mês, quando a convidamos para fazer, com quem ela quisesse, uma segunda auditoria em tudo.
Infelizmente, isso nos obriga a nos posicionar dessa maneira também lamentável e processaremos ela, no cível e criminal, por cada insinuação e acusação para que ela prove na justiça o que afirma ou insinua. Só quem perde aqui é a causa e os animais, algo que tentamos a todo custo evitar. Não iremos ficar em guerras de narrativas nas redes sociais, pois temos muito trabalho, animais e pessoas para cuidar e esse é nosso foco e propósito.”