O presidente Luiz Inácio Lula da Silva será submetido nesta sexta-feira (29) a cirurgia no quadril para tratar uma artrose no fêmur. A operação será realizada no Hospital Sírio Libanês, em Brasília.
O mandatário irá realizar um procedimento chamado artroplastia do quadril no lado direito, em que é colocado uma prótese na articulação desgastada. A cirurgia deve levar de uma a duas horas e proporcionar a recuperação do movimento da articulação, além do conforto para realização de atividades diárias.
A artrose é caracterizada pelo desgaste da cartilagem que reveste a articulação, levando a um atrito ósseo e uma inflamação. De acordo com os médicos do petista, a única abordagem efetiva para essa condição é a cirurgia, que envolve a substituição do osso afetado por uma prótese.
“Artrose é um desgaste, uma degeneração da articulação. A articulação do quadril é formada pela cabeça do fêmur e pelo acetábulo. Ou seja, a ligação entre a bacia e as pernas, os membros inferiores no caso, é feito nessa articulação que a gente chama de acetábulo. É como se fosse uma fechadura, a chave seria a cabeça do fêmur e a fechadura seria o acetábulo. Quando há um problema nesse encaixe, acaba tendo essa situação de desgaste”, explicou ao IG o médico ortopedista Cleber Furlan, especialista em Cirurgia do Quadril e membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia.
As causas da artrose são variadas, podendo ser originadas de uma infecção, como uma necrose, que é a morte das células ósseas na articulação, e pode ocorrer por fraturas e também por doenças autoimunes.
+ Alckmin não vai assumir Presidência da República com cirurgia de Lula
Durante uma live, Lula se queixou que sente dores na região todos os dias. “Não é mole você levantar com dor todo dia, de sábado, de domingo, de segunda, você não pode entrar na piscina porque se você fizer movimento com os pés dói, então é um negócio enjoado”, contou durante edição do “Conversa com o Presidente”.
O presidente está acompanhado do médico Roberto Kalil Filho, da médica da Presidência da República, Ana Helena Germoglio, e uma equipe do hospital.
A previsão é de que o político fique no Sírio Libanês até o dia 3 de outubro. Após a alta, o mandatário passa a despachar do Palácio do Alvorada por pelo menos três semanas. Ele também terá que ficar de quatro a seis semanas sem poder fazer viagens.
Lula: “Não vão me ver de andador”
O presidente, que já tem realizado sessões de fisioterapia, e continuará a fazer após o procedimento, comentou na última terça-feira (26), sobre a cirurgia e disse estar “otimista”.
“Eu vou ter que ter um pouco de cuidado porque a operação parece simples, mas a recuperação, a fisioterapia e a dedicação, o tratamento, é fundamental. Então eu vou me cuidar com muito carinho. Estou muito otimista. Vocês não vão me ver de andador, de muleta. (…) A operação parece simples, mas a recuperação, a fisioterapia e a dedicação no tratamento é fundamental”, declarou.
Em julho, Lula passou por dois procedimentos para aliviar as dores na região. O primeiro foi uma infiltração, onde recebeu uma injeção de medicamentos diretamente na área afetada. Dias depois, passou por uma “denervação percutânea no quadril direito”, utilizando substâncias para tentar aliviar as terminações nervosas causadoras de dor.