O ex-presidente Lula defendeu nesta sexta (24) punição ao autoritarismo do juiz Sérgio Moro na Lava-Jato. Ele discursou no encerramento do seminário “O que a Lava Jato tem feito pelo Brasil” promovido pelo diretório nacional do PT.
Lula orientou a entrada do partido na briga pela aprovação da lei que pune abusos de juízes e integrantes do Ministério Público.
Na parte da manhã, o senador Roberto Requião (PMDB-PR), relator do projeto de abuso de poder no Senado, esteve na abertura do encontro em São Paulo.
Emocionado, o petista disse que a Lava-Jato acha primeiro o culpado para depois achar o crime.
“Todo mundo está com medo. A sociedade está com medo. Tem gente que não sai na rua com medo”, afirmou o ex-presidente. “Primeiro criminaliza a pessoa, depois fica procurando o crime para incutir nessa pessoa.”
“Eles deram azar porque mexeram com quem não deveriam ter mexido. Nem o Moro, nem o Dallagnol, nem o delegado da PF, tem a lisura, a ética, a honestidade que eu tenho nesses 70 anos de idade”.
Para o ex-presidente, a Lava-Jato é uma moeda que tem a cara da Globo e não tem a cara do povo que está sendo prejudicado.
Lula reclamou que desde a ditadura militar não se tinha tanta dificuldade de conhecer um habeas corpus. Virou uma coisa a ponto que o TRF-4 garantiu a Lava Jato poder de exceção. Ele disse que o Vaccari está preso há dois anos.
“O PT tem obrigação de brigar no Congresso Nacional pela aprovação da lei de abuso de autoridade porque ninguém está acima das instituições e das leis”, discursou.
Lula disse que vai enfrentar a guerra e seus horrores. “Vou nessa briga até o fim”.
Sobre o procurador Dallagnol, o petista disparou uma pergunta: “O que aquele moleque entende de política?”.
“Se eles querem prender o Lula, não prejudiquem o Brasil. Tem gente caindo na escala social”, afirmou ao anunciar que comparecerá ao interrogatório de Moro no dia 3 de maio.
Antes de Lula discursaram no seminário Raimundo de Oliveira (ex-presidente do Clube de Engenharia do Rio de Janeiro), José Maria (Federação Única dos Petroleiros), o jornalista Mino Carta (Carta Capital), e o jornalista Fernando Morais.
Texto de Esmael Morais