A força do crime organizado em comunidades e favelas do Rio de Janeiro, incluindo o tráfico de drogas e milícias, será um desafio a ser superado nas eleições do próximo ano, avaliou o ministro da Justiça, Torquato Jardim.
“Os criminosos controlam os votos em suas áreas de atuação, favorecendo candidatos que se dispõem a pagar”, disse Jardim que participou do seminário Eleições 2018: a Democracia em debate, realizado nesta sexta-feira (6) na sede regional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
“No Rio de Janeiro, o crime organizado está livre para eleger quem quiser. Já está mapeado no TRE [Tribunal Regional Eleitoral] daqui, nas 850 zonas de conflito dentro das comunidades cariocas, quais são as seções eleitorais e quem ganha mais votos naquelas seções. Isto está documentado, é desafio para os serviços de segurança, para as eleições no ano que vem, no Brasil e no Rio de Janeiro em particular”, revelou o ministro.
Segundo ele, os criminosos cobram uma espécie de pedágio em dinheiro para quem quiser fazer campanha em determinadas comunidades e favelas.
“No caso do Rio de Janeiro, a grande interrogação é o crime organizado. Hoje você chega na entrada de uma comunidade e diz eu quero tantos mil votos, está aqui o dinheiro. Você não entra, mas o voto vem. É assim que opera o crime organizado na política, em várias cidades”, afirmou.
Fonte: Agência Brasil