A ex-jogadora de vôlei e medalhista olímpica Ana Paula criticou a jogadora trans Tiffany após comentário do técnico Bernardinho durante uma partida. O fato aconteceu após o Bauru/SP, time de Tiffany, eliminar o Sesc/RJ, equipe comandada por Bernardinho, na última quarta-feira (27), válida pela Superliga Feminina de Vôlei.

Durante o jogo, em que a atleta trans foi a maior pontuadora, com 28 pontos, Bernardinho foi flagrado dizendo: “um homem é fo**”. O vídeo do momento gerou uma grande repercussão, e Ana Paula saiu em defesa do técnico. De acordo com ela, Bernardinho apenas “falou a verdade”.

“Leio que a militância a favor de trans no esporte feminino, e contra as mulheres, atacou Bernardinho por ele ter dito a verdade, que Tiffany tem um ataque de homem. Minoria barulhenta que quer empurrar a todo custo que sentimentos são mais importantes que fatos e biologia. Não são. Num post de um perfil LGBT que ataca brutalmente Bernardinho por ter dito a verdade, a lucidez é mostrada exatamente nos comentários da própria comunidade gay que, em absoluta maioria, não concorda com homens biológicos competindo, vencendo e batendo recordes de mulheres”, escreveu a ex-jogadora pelo Twitter.

Bernardinho se desculpou publicamente: “Peço desculpas a todos. Não foi minha intenção de forma alguma ofendê-la, me referia ao gesto técnico e ao controle físico que ela tem, comum aos jogadores do masculino e que a maior parte das jogadoras não tem. Sempre trabalhei e tentei ajudar com meu trabalho diversos jogadores e jogadoras sem qualquer tipo de preconceito”.

Centro de polêmicas que colocaram a sua condição sexual e de gênero no centro do debate esportivo nos últimos dias, Tiffany declarou estar tranquila em relação à fala de Bernardinho, mas criticou duramente Ana Paula e a chamou de oportunista. Para a jogadora do Bauru, a ex-atleta é “uma pessoa que não existe”.

“Essa moça tentou novamente aparecer, oportunista. A senhora Ana Paula que nem no Brasil reside. Você se considera uma mulher americana, então vá cuidar das trans que jogam torneios americanos. Nos Estados Unidos tem muitas trans jogando e você não fala com nenhuma. Por que quer derrubar eu no Brasil? Aquela carta que você mandou para o COI é mentira, ninguém vai acreditar. Quem estudou o corpo de uma trans foi o Comitê Olímpico, não foi você. Você dilata homofobia disfarçada de palavras bonitas. Você está se baseando no achismo. Não implorei para jogar, é uma lei que existe para todas as mulheres trans”, desabafou a jogadora em transmissão pelo Instagram.

“Todas as mulheres são mulheres. Você tem que ter talento, nível e estar nas regras. Não são todas as mulheres trans que têm talento, nível e estão dentro das regras e aptas a jogar voleibol. Ana Paula, vá cuidar das trans americanas e me deixe em paz. Você é uma pessoa que não existe, para o resto do Brasil só coração”, concluiu.