Morte de Dona Marisa aproxima Lula de adversários políticos

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A receptividade de Lula ao aceitar receber  condolências pessoais do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do atual Michel Temer e da cúpula do governo identificada pelos petistas como “golpista”, foi o principal gesto político do ano. O significado é um aceno de vontade de superar a “cultura do ódio” difundida a partir de São Paulo e […]

POR Sidney Rezende04/02/2017|3 min de leitura

Morte de Dona Marisa aproxima Lula de adversários políticos

Lula em velório de Marisa Leticia. Foto: Reprodução de TV

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A receptividade de Lula ao aceitar receber  condolências pessoais do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do atual Michel Temer e da cúpula do governo identificada pelos petistas como “golpista”, foi o principal gesto político do ano. O significado é um aceno de vontade de superar a “cultura do ódio” difundida a partir de São Paulo e que acabou ganhando espaço em outros lugares do Brasil.

A colunista Mônica Bergamo contou que Lula recebeu, aos prantos, o chamado telefônico do ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, e de sua mulher, Guiomar, muito amiga de dona Marisa Lula da Silva. Ao final, ficou claro que Lula gostaria que as diferenças entre eles fossem superadas. E a reaproximação fosse o próximo passo.

Lula e Fernando Henrique. Foto: Ricardo Stuckert
Lula e Fernando Henrique. Foto: Ricardo Stuckert

Para Temer, Lula foi explícito ao dizer que aceitaria “conversar sobre o Brasil”, caso o presidente o convocasse. É um pedido curioso a julgar pelo abismo de votos que os separam.

Todas estas manifestações reabrem a possibilidade de reconstrução de um novo modelo de relação respeitosa que pode sinalizar uma ponte para o futuro. Sem trocadilho.

Se no universo da “política”, os “políticos” firmarem outro tipo de convivência, novamente, o desfecho que prevalecerá será o surrado “espírito de conciliação”. O acordo por cima. Apesar de todos os pesares, é um passo além diante do fundo poço que estamos.

Lula em velório de Marisa Leticia. Foto: Ricardo Stuckert
Lula em velório de Marisa Leticia. Foto: Ricardo Stuckert

Lula é muito mais “agradável” no trato do que Dilma Rousseff. Ele abraça, afaga, fala no ouvido, puxa pelo braço, dá carinho, toma um drinque junto, se precisar. Dilma era grosseira em muitas situações, pavio curto, ela se aborrecia rápido. São incontáveis os causos de quem respira aliviado por não ter que trabalhar perto. Por outro lado, do alto da sua dignidade pessoal e da sua enorme capacidade de suportar a tortura física, explica muito do seu estilo mais franco e reto. Dilma não é mesmo chegada a firulas.

Já é muito conhecida a história de que, quando presidente, Lula recebia os congressistas, até os levava de avião oficial para cima e para baixo, prometia pouco, dava menos ainda, mas a convivência simpática já era de bom tamanho para deputados e senadores, até de partidos adversários. Lula e FHC sempre souberam levar bem no papo.

A reconstrução do diálogo após a morte de Dona Letícia é um fato, mas tem que combinar com o poder Judiciário. A Operação Lava Jato precisa mostrar que consegue alcançar os corruptos do PSDB. Até o momento, o juiz Sérgio Moro não foi convincente em suas sentenças quando o assunto envolve tucanos.

Quando combinamos numa mesma mesa Operação Lava Jato e a eleição de 2018, recoloca-se a pergunta impertinente: Qual será o futuro de Lula?

 

A receptividade de Lula ao aceitar receber  condolências pessoais do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do atual Michel Temer e da cúpula do governo identificada pelos petistas como “golpista”, foi o principal gesto político do ano. O significado é um aceno de vontade de superar a “cultura do ódio” difundida a partir de São Paulo e que acabou ganhando espaço em outros lugares do Brasil.

A colunista Mônica Bergamo contou que Lula recebeu, aos prantos, o chamado telefônico do ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, e de sua mulher, Guiomar, muito amiga de dona Marisa Lula da Silva. Ao final, ficou claro que Lula gostaria que as diferenças entre eles fossem superadas. E a reaproximação fosse o próximo passo.

Lula e Fernando Henrique. Foto: Ricardo Stuckert
Lula e Fernando Henrique. Foto: Ricardo Stuckert

Para Temer, Lula foi explícito ao dizer que aceitaria “conversar sobre o Brasil”, caso o presidente o convocasse. É um pedido curioso a julgar pelo abismo de votos que os separam.

Todas estas manifestações reabrem a possibilidade de reconstrução de um novo modelo de relação respeitosa que pode sinalizar uma ponte para o futuro. Sem trocadilho.

Se no universo da “política”, os “políticos” firmarem outro tipo de convivência, novamente, o desfecho que prevalecerá será o surrado “espírito de conciliação”. O acordo por cima. Apesar de todos os pesares, é um passo além diante do fundo poço que estamos.

Lula em velório de Marisa Leticia. Foto: Ricardo Stuckert
Lula em velório de Marisa Leticia. Foto: Ricardo Stuckert

Lula é muito mais “agradável” no trato do que Dilma Rousseff. Ele abraça, afaga, fala no ouvido, puxa pelo braço, dá carinho, toma um drinque junto, se precisar. Dilma era grosseira em muitas situações, pavio curto, ela se aborrecia rápido. São incontáveis os causos de quem respira aliviado por não ter que trabalhar perto. Por outro lado, do alto da sua dignidade pessoal e da sua enorme capacidade de suportar a tortura física, explica muito do seu estilo mais franco e reto. Dilma não é mesmo chegada a firulas.

Já é muito conhecida a história de que, quando presidente, Lula recebia os congressistas, até os levava de avião oficial para cima e para baixo, prometia pouco, dava menos ainda, mas a convivência simpática já era de bom tamanho para deputados e senadores, até de partidos adversários. Lula e FHC sempre souberam levar bem no papo.

A reconstrução do diálogo após a morte de Dona Letícia é um fato, mas tem que combinar com o poder Judiciário. A Operação Lava Jato precisa mostrar que consegue alcançar os corruptos do PSDB. Até o momento, o juiz Sérgio Moro não foi convincente em suas sentenças quando o assunto envolve tucanos.

Quando combinamos numa mesma mesa Operação Lava Jato e a eleição de 2018, recoloca-se a pergunta impertinente: Qual será o futuro de Lula?

 

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