Pesquisa feita pelo Instituto Pólis com base em dados da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, empregadas domésticas, pedreiros e motoristas de táxi e aplicativo estão entre as atividades ocupacionais que mais registram mortes por Covid-19 na cidade de São Paulo, entre março de 2020 e março deste ano.
Os dados mostram que 37,8% das pessoas que morreram estavam empregadas no mercado de trabalho, e que das mais de 30 mil mortes registradas, 23,6 mil (76,7%) não completaram 11 anos de estudo.
Segundo os autores do estudo “Trabalho, território e Covid no município de São Paulo”, em reportagem do site “Agora São Paulo”, os números demonstram que a mortalidade por Covid-19 é maior entre os trabalhadores e trabalhadoras mais pobres, que, em sua maioria são informais, se viram obrigados a continuar trabalhando durante a pandemia sem possibilidade de atuar de forma remota.
Os dados tabulados revelam que ao menos 960 profissionais mortos por Covid-19 são do agrupamento transporte e tráfego. Destes, ao menos 78,7% são taxistas ou motoristas de aplicativo.
Empregadas e empregados domésticos mortos, totalizam 2,4%. O grupo é composto, em sua maioria, por mulheres (90,8%) e negras (53,6%).
Já no setor da construção civil, a maior parte de mortes foi registrada entre pedreiros, com 33% do total. Apenas 10,6% foram engenheiros. “Em tese os engenheiros têm um nível de exposição melhor, pela formação e padrão de renda, geral ou pelo fato de ter ensino superior”, afirmam os autores.