Mudança na construção

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Se já começou a construção, que se coloque nela uma pá de cal. Se ainda não, melhor ainda, que a utilização dos 64 mil metros quadrados daquela área no Catumbi seja reorientada e o quanto antes. Conto com o apoio e a admiração de alguém do bem, de um homem do bem. Já, já digo quem e para quê.

POR Redação SRzd12/06/2006|3 min de leitura

Mudança na construção
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Se já começou a construção, que se coloque nela uma pá de cal.

Se ainda não, melhor ainda, que a utilização dos 64 mil metros quadrados daquela área no Catumbi seja reorientada e o quanto antes. Conto com o apoio e a admiração de alguém do bem, de um homem do bem. Já, já digo quem e para quê.

Depois dessa confusão toda com a Batalha de Maio, a guerra civil de São Paulo que matou 200 pessoas (pela versão oficial) numa vendeta envolvendo integrantes de uma facção criminosa, a polícia do estado mais rico do Brasil e alguns inocentes-úteis (ou inúteis, na visão dos executadores), pude experimentar a serenidade de um senhor técnico do sistema prisional.

Na conversa inconclusa e entrecortada no Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim, no Rio, com Astério Pereira dos Santos (ele fala com a imprensa, principalmente nos momentos mais críticos) descobri a encrenca que é chefiar a Secretaria de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro (Seap).

Ele disse que dorme sem a ajuda de muletas químicas e, por conta do ocorrido em São Paulo, relembrou histórias sobre tentativas de humanização no sistema carcerário. Uma delas, que caiu nas graças da Arquidiocese do Rio de Janeiro, foi a transformação de uma solitária, no presídio de Água Santa (Ary Franco) lá pelos anos 70, numa capela, com reproduções de motivos da Via Sacra. Outra foi a implantação de melhorias na infra-estrutura da pesca empreendida pelos detentos do Presídio da Ilha Grande (Instituto Penal Cândido Mendes) – cadeia ora desativada, e que abrigou e obrigou à reclusão o escritor Graciliano Ramos, autor de ‘Memórias do cárcereâ?.

Conversa vai, conversa vem, enquanto a chamada do vôo para Brasília não era feita, surgiu na conversa a transformação das instalações do Complexo Frei Caneca num condomínio, peça de marketing de mudança qualitativa empreendida pelo atual governo estadual, em conjunto com o Prefeitura do Rio.

Nessa hora, me veio a idéia, nada original, de sugerir que em lugar da construção de moradias, se transformasse o Frei Caneca numa escola. Não uma escola convencional, mas um Complexo Educativo, que mesclasse no corpo discente os filhos dos presidiários e dos moradores das comunidades vizinhas. E que, preferencialmente, ali fossem empregadas as mulheres dos detentos, uma forma de dar liberdade, por meio do pagamento de salários, às famílias que tinham experimentado o sabor amargo de ter seu provedor subtraído pela prisão.

A idéia não é nova, mas todos sabemos o poder libertarário que tem a educação e a força simbólica da implantação de uma escola no local que abrigou um complexo de presídios.

A educação é a chave da mudança e a solução dos nossos problemas passa, necessariamente, pelos bancos escolares e não pela construção de mais cadeias. Estas têm quem existir, mas não constituem a resposta.

Educação é tudo, disse o secretário Astério Pereira, a caminho de Brasília para participar de um encontro sobre segurança pública.

Edmilson Silva é jornalista.

Se já começou a construção, que se coloque nela uma pá de cal.

Se ainda não, melhor ainda, que a utilização dos 64 mil metros quadrados daquela área no Catumbi seja reorientada e o quanto antes. Conto com o apoio e a admiração de alguém do bem, de um homem do bem. Já, já digo quem e para quê.

Depois dessa confusão toda com a Batalha de Maio, a guerra civil de São Paulo que matou 200 pessoas (pela versão oficial) numa vendeta envolvendo integrantes de uma facção criminosa, a polícia do estado mais rico do Brasil e alguns inocentes-úteis (ou inúteis, na visão dos executadores), pude experimentar a serenidade de um senhor técnico do sistema prisional.

Na conversa inconclusa e entrecortada no Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim, no Rio, com Astério Pereira dos Santos (ele fala com a imprensa, principalmente nos momentos mais críticos) descobri a encrenca que é chefiar a Secretaria de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro (Seap).

Ele disse que dorme sem a ajuda de muletas químicas e, por conta do ocorrido em São Paulo, relembrou histórias sobre tentativas de humanização no sistema carcerário. Uma delas, que caiu nas graças da Arquidiocese do Rio de Janeiro, foi a transformação de uma solitária, no presídio de Água Santa (Ary Franco) lá pelos anos 70, numa capela, com reproduções de motivos da Via Sacra. Outra foi a implantação de melhorias na infra-estrutura da pesca empreendida pelos detentos do Presídio da Ilha Grande (Instituto Penal Cândido Mendes) – cadeia ora desativada, e que abrigou e obrigou à reclusão o escritor Graciliano Ramos, autor de ‘Memórias do cárcereâ?.

Conversa vai, conversa vem, enquanto a chamada do vôo para Brasília não era feita, surgiu na conversa a transformação das instalações do Complexo Frei Caneca num condomínio, peça de marketing de mudança qualitativa empreendida pelo atual governo estadual, em conjunto com o Prefeitura do Rio.

Nessa hora, me veio a idéia, nada original, de sugerir que em lugar da construção de moradias, se transformasse o Frei Caneca numa escola. Não uma escola convencional, mas um Complexo Educativo, que mesclasse no corpo discente os filhos dos presidiários e dos moradores das comunidades vizinhas. E que, preferencialmente, ali fossem empregadas as mulheres dos detentos, uma forma de dar liberdade, por meio do pagamento de salários, às famílias que tinham experimentado o sabor amargo de ter seu provedor subtraído pela prisão.

A idéia não é nova, mas todos sabemos o poder libertarário que tem a educação e a força simbólica da implantação de uma escola no local que abrigou um complexo de presídios.

A educação é a chave da mudança e a solução dos nossos problemas passa, necessariamente, pelos bancos escolares e não pela construção de mais cadeias. Estas têm quem existir, mas não constituem a resposta.

Educação é tudo, disse o secretário Astério Pereira, a caminho de Brasília para participar de um encontro sobre segurança pública.

Edmilson Silva é jornalista.

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