O que Cláudio Castro disse ao STF sobre a operação mais letal do Brasil?
Rio. Cláudio Castro defendeu, em manifestação ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, a operação contra a expansão do Comando Vermelho nos complexos da Penha e do Alemão, realizada na última terça-feira (28). O governador e o ministro se reuniram para discutir o tema nesta segunda-feira (3), após Moraes, relator do processo […]
PORRedação SRzd4/11/2025|
5 min de leitura
Moradora protesta na comunidade da Vila da Penha. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Rio. Cláudio Castro defendeu, em manifestação ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, a operação contra a expansão do Comando Vermelho nos complexos da Penha e do Alemão, realizada na última terça-feira (28).
O governador e o ministro se reuniram para discutir o tema nesta segunda-feira (3), após Moraes, relator do processo conhecido como ADPF das Favelas, cobrar esclarecimentos sobre as diligências.
Par Castro, a ação seguiu “as diretrizes constitucionais aplicáveis ao emprego do uso da força em territórios de alta vulnerabilidade social”. A megaoperação foi a mais letal da história do Brasil e deixou 121 mortos, incluindo quatro policiais.
Cláudio Castro recebe Moraes. Foto: Governo do Rio de Janeiro
Em audiência com Moraes, que solicitou um detalhamento da operação, Castro enfatizou que a ação foi realizada em consonância com as determinações do STF, no âmbito da ADPF nº 635, a chamada ADPF das Favelas, e às normas internas das corporações, com os princípios da legalidade e da proporcionalidade, seguindo parâmetros constitucionais.
Foi entregue ao ao ministro um ofício, assinado por Claudio Castro, explicado todo o planejamento e execução da operação.
“A Operação Contenção observou os princípios da legalidade, necessidade, proporcionalidade, moderação e conveniência”, diz trecho da peça protocolada pelo político do PL.
+ Comando Vermelho
O documento cita o Comando Vermelho (CV) como uma das mais antigas e estruturadas organizações criminosas do país, com origem no sistema prisional fluminense, especificamente no presídio de Ilha Grande, durante a década de 1970.
O texto destaca que membros da organização ocupam territórios, ameaçam gravemente a população civil, expulsam pessoas de suas casas, limitam a locomoção, extorquem e pilham comerciantes, impedem a prestação de serviços, agridem, estupram e torturam os moradores que resistem às suas práticas.
Corpos na Praça São Lucas. Foto: Tomaz Silva /Agência Brasil
+ Dados apresentados
O governador informou que a operação contou com aproximadamente 2.500 policiais civis e militares, utilizando-se de fuzis e pistolas calibre .40, drones, dois helicópteros de observação, 32 veículos blindados e 12 veículos de demolição.
A Operação Contenção, segundo ofício, teve por finalidade principal o cumprimento de 51 mandados de prisão e 145 mandados de busca e apreensão expedidos pela 42ª Vara Criminal da Capital, no âmbito de investigação envolvendo o Comando Vermelho.
O relatório apontou que outras 99 pessoas foram presas e houve a apreensão de armamentos pesados, incluindo 96 fuzis e 25 pistolas, e duas toneladas de maconha.
Sobre as câmeras corporais, o governador afirmou que houve o emprego de todos os equipamentos em pleno funcionamento, mas admitiu “ocorrências de falhas técnicas”, que supostamente foram “registradas e comunicadas à empresa responsável pela manutenção e suporte dos equipamentos”.
Ação policial no Rio. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Também foi explicado que equipes técnicas das polícias civil e militar se reuniram ao longo de cerca de 60 dias para definir a melhor estratégia de execução, considerando o histórico de operações anteriores na localidade e o modus operandi da facção criminosa.
“Diante desse contexto, o nível de força adotado pelas equipes policiais mostrou-se compatível com as ameaças letais enfrentadas e limitou-se à dotação institucional padrão: fuzis semiautomáticos de uso policial, pistolas semiautomáticas, armas de menor letalidade quando aplicáveis e viaturas blindadas destinadas à proteção e à mobilidade tática”, descreveu o governador, que após a audiência, acompanhou o ministro em uma visita técnica à Sala de Inteligência e Controle do CICC, onde está instalado o sistema de reconhecimento facial e das câmeras operacionais portáteis usadas pela Polícia Militar, com acompanhamento em tempo real dos deslocamentos em todo o território fluminense.
“O Rio de Janeiro tem investido muito em planejamento, tecnologia e transparência para tornar a segurança pública mais eficiente e moderna. O CICC é a expressão desse trabalho coordenado, com tecnologia de ponta. Todo esse aparato garante um serviço de segurança de qualidade para a população”, afirmou o governador.
Participaram da audiência os secretários de Segurança Pública, Victor dos Santos; de Polícia Militar, Marcelo de Menezes; e de Polícia Civil, Felipe Curi, além de representantes do Conselho Nacional do Ministério Público e do Conselho Nacional de Justiça.
Moradores protestam contra execuções na comunidade da Vila da Penha. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
+ Críticas
Diversas ONGs criticaram a violência da operação, enquanto o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos declarou estar “horrorizado” e exigiu investigações céleres.
Uma nota conjunta de 27 organizações da sociedade civil contesta a operação e ressalta que “segurança pública não se faz com sangue”.
Assinam o texto, entre outras, as entidades Anistia Internacional Brasil, Justiça Global, Centro de Estudos de Segurança e Cidadania, Conectas Direitos Humanos, Grupo Tortura Nunca Mais — RJ, Fórum Popular de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Instituto Sou da Paz, Rede Justiça Criminal, Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência, e Plataforma Justa.
Rio. Cláudio Castro defendeu, em manifestação ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, a operação contra a expansão do Comando Vermelho nos complexos da Penha e do Alemão, realizada na última terça-feira (28).
O governador e o ministro se reuniram para discutir o tema nesta segunda-feira (3), após Moraes, relator do processo conhecido como ADPF das Favelas, cobrar esclarecimentos sobre as diligências.
Par Castro, a ação seguiu “as diretrizes constitucionais aplicáveis ao emprego do uso da força em territórios de alta vulnerabilidade social”. A megaoperação foi a mais letal da história do Brasil e deixou 121 mortos, incluindo quatro policiais.
Cláudio Castro recebe Moraes. Foto: Governo do Rio de Janeiro
Em audiência com Moraes, que solicitou um detalhamento da operação, Castro enfatizou que a ação foi realizada em consonância com as determinações do STF, no âmbito da ADPF nº 635, a chamada ADPF das Favelas, e às normas internas das corporações, com os princípios da legalidade e da proporcionalidade, seguindo parâmetros constitucionais.
Foi entregue ao ao ministro um ofício, assinado por Claudio Castro, explicado todo o planejamento e execução da operação.
“A Operação Contenção observou os princípios da legalidade, necessidade, proporcionalidade, moderação e conveniência”, diz trecho da peça protocolada pelo político do PL.
+ Comando Vermelho
O documento cita o Comando Vermelho (CV) como uma das mais antigas e estruturadas organizações criminosas do país, com origem no sistema prisional fluminense, especificamente no presídio de Ilha Grande, durante a década de 1970.
O texto destaca que membros da organização ocupam territórios, ameaçam gravemente a população civil, expulsam pessoas de suas casas, limitam a locomoção, extorquem e pilham comerciantes, impedem a prestação de serviços, agridem, estupram e torturam os moradores que resistem às suas práticas.
Corpos na Praça São Lucas. Foto: Tomaz Silva /Agência Brasil
+ Dados apresentados
O governador informou que a operação contou com aproximadamente 2.500 policiais civis e militares, utilizando-se de fuzis e pistolas calibre .40, drones, dois helicópteros de observação, 32 veículos blindados e 12 veículos de demolição.
A Operação Contenção, segundo ofício, teve por finalidade principal o cumprimento de 51 mandados de prisão e 145 mandados de busca e apreensão expedidos pela 42ª Vara Criminal da Capital, no âmbito de investigação envolvendo o Comando Vermelho.
O relatório apontou que outras 99 pessoas foram presas e houve a apreensão de armamentos pesados, incluindo 96 fuzis e 25 pistolas, e duas toneladas de maconha.
Sobre as câmeras corporais, o governador afirmou que houve o emprego de todos os equipamentos em pleno funcionamento, mas admitiu “ocorrências de falhas técnicas”, que supostamente foram “registradas e comunicadas à empresa responsável pela manutenção e suporte dos equipamentos”.
Ação policial no Rio. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Também foi explicado que equipes técnicas das polícias civil e militar se reuniram ao longo de cerca de 60 dias para definir a melhor estratégia de execução, considerando o histórico de operações anteriores na localidade e o modus operandi da facção criminosa.
“Diante desse contexto, o nível de força adotado pelas equipes policiais mostrou-se compatível com as ameaças letais enfrentadas e limitou-se à dotação institucional padrão: fuzis semiautomáticos de uso policial, pistolas semiautomáticas, armas de menor letalidade quando aplicáveis e viaturas blindadas destinadas à proteção e à mobilidade tática”, descreveu o governador, que após a audiência, acompanhou o ministro em uma visita técnica à Sala de Inteligência e Controle do CICC, onde está instalado o sistema de reconhecimento facial e das câmeras operacionais portáteis usadas pela Polícia Militar, com acompanhamento em tempo real dos deslocamentos em todo o território fluminense.
“O Rio de Janeiro tem investido muito em planejamento, tecnologia e transparência para tornar a segurança pública mais eficiente e moderna. O CICC é a expressão desse trabalho coordenado, com tecnologia de ponta. Todo esse aparato garante um serviço de segurança de qualidade para a população”, afirmou o governador.
Participaram da audiência os secretários de Segurança Pública, Victor dos Santos; de Polícia Militar, Marcelo de Menezes; e de Polícia Civil, Felipe Curi, além de representantes do Conselho Nacional do Ministério Público e do Conselho Nacional de Justiça.
Moradores protestam contra execuções na comunidade da Vila da Penha. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
+ Críticas
Diversas ONGs criticaram a violência da operação, enquanto o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos declarou estar “horrorizado” e exigiu investigações céleres.
Uma nota conjunta de 27 organizações da sociedade civil contesta a operação e ressalta que “segurança pública não se faz com sangue”.
Assinam o texto, entre outras, as entidades Anistia Internacional Brasil, Justiça Global, Centro de Estudos de Segurança e Cidadania, Conectas Direitos Humanos, Grupo Tortura Nunca Mais — RJ, Fórum Popular de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Instituto Sou da Paz, Rede Justiça Criminal, Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência, e Plataforma Justa.