O procurador da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ), Rodrigo Mondego, afirmou que há indícios de execuções e tortura durante a operação realizada pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope), Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal na Vila Cruzeiro, Zona Norte do Rio, que deixou 25 mortos. Entre as vítimas fatais, uma moradora da comunidade.
“Existe indícios de execuções, em algumas regiões. Indícios de que pelo menos uma pessoa foi torturada antes de ser morta, ontem. E existe indícios de mortos a facadas. Então, a gente está aguardando o desenrolar da perícia do IML para ver em que condições essas pessoas foram mortas”, disse ao G1.
Na manhã desta quarta-feira (25), representantes da OAB-RJ e da Defensoria Pública foram enviados à região do confronto. Ouvidor-geral da Defensoria Pública, Guilherme Pimentel, foi à favela conversar com moradores.
“A gente está escutando o que eles têm a dizer. Eles vieram aqui nos mostrar a área onde tudo aconteceu e isso faz parte da nossa apuração para que a gente consiga prestar o melhor serviço para a população, principalmente para as famílias afetadas”, declarou Pimentel.
A operação conjunta que resultou em chacina é alvo de investigação nos Ministérios Públicos federal e do estado do Rio de Janeiro. O objetivo é apurar violações de direitos durante a ação da Polícia Militar, da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal na comunidade da Zona Norte carioca.
A operação na Vila Cruzeiro é considerada a segunda mais letal da história do Rio de Janeiro, atrás somente da ação no Jacarezinho, de maio de 2021, que resultou em 28 mortes.
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