Pedro Cardoso sobre Silvio Santos: ‘Nunca serviu ao bem do Brasil, mas ao seu próprio’

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Sem medo. O ator Pedro Cardoso foi na direção contrária das múltiplas homenagens ao apresentador Silvio Santos, que morreu no último final de semana, e usou seu perfil no Instagram para mostrar indignação. Não só pela trajetória do empresário, mas também direcionada ao ex-ministro Delfim Netto, falecido na semana passada. Segundo o ator, os dois […]

POR Redação SRzd20/08/2024|5 min de leitura

Pedro Cardoso sobre Silvio Santos: ‘Nunca serviu ao bem do Brasil, mas ao seu próprio’

Silvio Santos . Reprodução de vídeo

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Sem medo. O ator Pedro Cardoso foi na direção contrária das múltiplas homenagens ao apresentador Silvio Santos, que morreu no último final de semana, e usou seu perfil no Instagram para mostrar indignação. Não só pela trajetória do empresário, mas também direcionada ao ex-ministro Delfim Netto, falecido na semana passada.

Segundo o ator, os dois serviram à Ditadura Militar (1964-1985) e defendiam seus interesses próprios.

Delfim morreu no último dia 12, aos 96 anos. Silvio Santos, no sábado (17), aos 93 anos, ambos em São Paulo. Veja o que escreveu o artista:

“Bom dia. Silvio Santos e Delfim Neto. Eu nada teria a dizer sobre eles. Suas atuações públicas dizem antes; são degradantes. Os dois serviram a ditadura militar torturadora de 61, 64, 68. A ditadura que assassinou pessoas que a ela se opunham, como todas as ditaduras o fazem. Por mim, o falecimento deles seria deixado na intimidade de seus familiares. Toda dor merece ser respeitada. Mas quando a morte parece redimir automaticamente abusadores do brasil, tais esses dois funcionários da ditadura recente, e um bando de “celebridades” – alguns que ontem se diziam lutar pela democracia quando do ataque bolsonarista – vem enaltece-los as proezas, sinto-me ofendido. E, mais grave, sinto o peso da gigantesca hipocrisia dos que desejam enriquecer agradando aos que já são ricos. A verdade tem que ser dita. Silvio e Delfim foram empregados da ditadura militar. Enriqueceram porque serviram a ela; e jamais por conta de possuírem dotes intelectuais excepcionais. Talvez os tivessem, mas o que os fez ricos e poderosos não foram suas qualidades, mas os seus defeitos, suas fraquezas éticas! Deixar que soe elogio póstumo a eles sem resistir contribuiria para que os servidores das ambições ditatoriais de hoje possam ser tomados também por pessoas benéficas para o brasil. Silvio e Delfim nunca serviram ao bem do brasil; mas ao seu próprio. E, para tanto, se empregaram a serviço de uma ditadura assassina. É imensa a hipocrisia dos interesseiros! Eu não ia falar nada. Mas a avalanche de elogios a eles me exasperou . Não!, eu grito sem voz, nessa inutilidade instagramica. Elon, outro soldado do autoritarismo, revoltadinho com a soberania brasileira do STF, faz teatro de que se vai. Já iria tarde, se fosse. É realmente hora de erguermos a nossa voz, colegas! Se não afirmarmos a verdade, sucumbiremos a uma realidade falsificada made USA, ou Russia, ou China, brasil ou de qualquer outro estado poderoso. Que se diga de Silvio e Delfim a verdade do que fizeram. E de Elon que ele trabalha pelo mesmo mundo autoritário que trabalharam um e outro. Certamente que nesses mesmos dias morreram outras pessoas sem fama, cujas as vidas merecem sinceros elogios. Meus sentimentos aos merecedores” (veja a postagem original):

Sem medo. O ator Pedro Cardoso foi na direção contrária das múltiplas homenagens ao apresentador Silvio Santos, que morreu no último final de semana, e usou seu perfil no Instagram para mostrar indignação. Não só pela trajetória do empresário, mas também direcionada ao ex-ministro Delfim Netto, falecido na semana passada.

Segundo o ator, os dois serviram à Ditadura Militar (1964-1985) e defendiam seus interesses próprios.

Delfim morreu no último dia 12, aos 96 anos. Silvio Santos, no sábado (17), aos 93 anos, ambos em São Paulo. Veja o que escreveu o artista:

“Bom dia. Silvio Santos e Delfim Neto. Eu nada teria a dizer sobre eles. Suas atuações públicas dizem antes; são degradantes. Os dois serviram a ditadura militar torturadora de 61, 64, 68. A ditadura que assassinou pessoas que a ela se opunham, como todas as ditaduras o fazem. Por mim, o falecimento deles seria deixado na intimidade de seus familiares. Toda dor merece ser respeitada. Mas quando a morte parece redimir automaticamente abusadores do brasil, tais esses dois funcionários da ditadura recente, e um bando de “celebridades” – alguns que ontem se diziam lutar pela democracia quando do ataque bolsonarista – vem enaltece-los as proezas, sinto-me ofendido. E, mais grave, sinto o peso da gigantesca hipocrisia dos que desejam enriquecer agradando aos que já são ricos. A verdade tem que ser dita. Silvio e Delfim foram empregados da ditadura militar. Enriqueceram porque serviram a ela; e jamais por conta de possuírem dotes intelectuais excepcionais. Talvez os tivessem, mas o que os fez ricos e poderosos não foram suas qualidades, mas os seus defeitos, suas fraquezas éticas! Deixar que soe elogio póstumo a eles sem resistir contribuiria para que os servidores das ambições ditatoriais de hoje possam ser tomados também por pessoas benéficas para o brasil. Silvio e Delfim nunca serviram ao bem do brasil; mas ao seu próprio. E, para tanto, se empregaram a serviço de uma ditadura assassina. É imensa a hipocrisia dos interesseiros! Eu não ia falar nada. Mas a avalanche de elogios a eles me exasperou . Não!, eu grito sem voz, nessa inutilidade instagramica. Elon, outro soldado do autoritarismo, revoltadinho com a soberania brasileira do STF, faz teatro de que se vai. Já iria tarde, se fosse. É realmente hora de erguermos a nossa voz, colegas! Se não afirmarmos a verdade, sucumbiremos a uma realidade falsificada made USA, ou Russia, ou China, brasil ou de qualquer outro estado poderoso. Que se diga de Silvio e Delfim a verdade do que fizeram. E de Elon que ele trabalha pelo mesmo mundo autoritário que trabalharam um e outro. Certamente que nesses mesmos dias morreram outras pessoas sem fama, cujas as vidas merecem sinceros elogios. Meus sentimentos aos merecedores” (veja a postagem original):

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