Ex-ministro da Cultura revela que Temer o pressionou no caso Geddel

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Marcelo Calero, ex-ministro da Cultura , declarou em depoimento à Polícia Federal que o presidente da República, Michel Temer, o “enquadrou” visando encontrar uma “saída” para a obra de interesse de Geddel Vieira Lima, ministro da Secretaria de Governo. “Que na quinta, 17, o depoente foi convocado pelo presidente Michel Temer a comparecer no Palácio do […]

POR Redação SRzd24/11/2016|3 min de leitura

Ex-ministro da Cultura revela que Temer o pressionou no caso Geddel
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Marcelo Calero, ex-ministro da Cultura , declarou em depoimento à Polícia Federal que o presidente da República, Michel Temer, o “enquadrou” visando encontrar uma “saída” para a obra de interesse de Geddel Vieira Lima, ministro da Secretaria de Governo.

“Que na quinta, 17, o depoente foi convocado pelo presidente Michel Temer a comparecer no Palácio do Planalto; que nesta reunião o presidente disse ao depoente que a decisão do Iphan havia criado ‘dificuldades operacionais’ em seu gabinete, posto que o ministro Geddel encontrava-se bastante irritado; que então o presidente disse ao depoente para que construísse uma saída para que o processo fosse encaminhado à AGU [Advocacia-Geral da União], porque a ministra Grace Mendonça teria uma solução”, disse Calero, segundo a transcrição do depoimento enviado ao Supremo Tribunal Federal e à Procuradoria-Geral da República”, diz o texto publicado pelo jornal “Folha de São Paulo”.

O ex-ministro da Cultura afirmou que Temer encarava com normalidade a pressão de Geddel, articulador político do governo e há mais de duas décadas amigo do presidente da República.

“Que, no final da conversa, o presidente disse ao depoente ‘que a política tinha dessas coisas, esse tipo de pressão”, prossegue Calero.

Na sequência, o ex-ministro afirma que se sentiu “decepcionado” pelo fato de o próprio presidente da República tê-lo “enquadrado”.

“Que então sua única saída foi apresentar seu pedido de demissão”, declarou Marcelo Calero.

Geddel é acusado de pressionar Calero, que pediu demissão na semana passada, a forçar o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) a conceder licença ao empreendimento mesmo contra parecer técnico da área.

O teor do depoimento prestado pelo ex-ministro à Polícia Federal foi recebido na tarde desta quinta-feira (24) pela Procuradoria Geral da República.

Um inquérito foi aberto para apurar supostos crimes cometidos pelo ministro da Secretaria de Governo em favor da liberação das obras do prédio La Vue, Ladeira da Barra, uma das  áreas mais valorizadas de Salvador.

O pedido de inquérito terá como base depoimento voluntário prestado espontaneamente por Calero à Polícia Federal. Em seu depoimento, Calero relata conversa em que Geddel cobrou dele, de forma enfática, a concessão da licença para o La Vue, mesmo sabendo da recomendação em contrário dos técnicos responsáveis pela proteção do patrimônio histórico do país.

Calero decidiu pedir demissão e denunciar o ex-colega de governo para se proteger de uma eventual investigação por corrupção.

Presidente da Câmara defende Temer

Rodrigo Maia, presidente da Câmara, acusou o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero de ter “enlouquecido” e afirmou que “não é perfil” do presidente Michel Temer fazer pressão sobre aliados.

“Calero enlouqueceu. Michel não faz isso. Não acredito, não é perfil do Michel”, afirmou Maia em depoimento à “Folha”.

Marcelo Calero, ex-ministro da Cultura , declarou em depoimento à Polícia Federal que o presidente da República, Michel Temer, o “enquadrou” visando encontrar uma “saída” para a obra de interesse de Geddel Vieira Lima, ministro da Secretaria de Governo.

“Que na quinta, 17, o depoente foi convocado pelo presidente Michel Temer a comparecer no Palácio do Planalto; que nesta reunião o presidente disse ao depoente que a decisão do Iphan havia criado ‘dificuldades operacionais’ em seu gabinete, posto que o ministro Geddel encontrava-se bastante irritado; que então o presidente disse ao depoente para que construísse uma saída para que o processo fosse encaminhado à AGU [Advocacia-Geral da União], porque a ministra Grace Mendonça teria uma solução”, disse Calero, segundo a transcrição do depoimento enviado ao Supremo Tribunal Federal e à Procuradoria-Geral da República”, diz o texto publicado pelo jornal “Folha de São Paulo”.

O ex-ministro da Cultura afirmou que Temer encarava com normalidade a pressão de Geddel, articulador político do governo e há mais de duas décadas amigo do presidente da República.

“Que, no final da conversa, o presidente disse ao depoente ‘que a política tinha dessas coisas, esse tipo de pressão”, prossegue Calero.

Na sequência, o ex-ministro afirma que se sentiu “decepcionado” pelo fato de o próprio presidente da República tê-lo “enquadrado”.

“Que então sua única saída foi apresentar seu pedido de demissão”, declarou Marcelo Calero.

Geddel é acusado de pressionar Calero, que pediu demissão na semana passada, a forçar o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) a conceder licença ao empreendimento mesmo contra parecer técnico da área.

O teor do depoimento prestado pelo ex-ministro à Polícia Federal foi recebido na tarde desta quinta-feira (24) pela Procuradoria Geral da República.

Um inquérito foi aberto para apurar supostos crimes cometidos pelo ministro da Secretaria de Governo em favor da liberação das obras do prédio La Vue, Ladeira da Barra, uma das  áreas mais valorizadas de Salvador.

O pedido de inquérito terá como base depoimento voluntário prestado espontaneamente por Calero à Polícia Federal. Em seu depoimento, Calero relata conversa em que Geddel cobrou dele, de forma enfática, a concessão da licença para o La Vue, mesmo sabendo da recomendação em contrário dos técnicos responsáveis pela proteção do patrimônio histórico do país.

Calero decidiu pedir demissão e denunciar o ex-colega de governo para se proteger de uma eventual investigação por corrupção.

Presidente da Câmara defende Temer

Rodrigo Maia, presidente da Câmara, acusou o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero de ter “enlouquecido” e afirmou que “não é perfil” do presidente Michel Temer fazer pressão sobre aliados.

“Calero enlouqueceu. Michel não faz isso. Não acredito, não é perfil do Michel”, afirmou Maia em depoimento à “Folha”.

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