O tenente-coronel Mauro Cid foi afastado de suas funções nas Forças Armadas, informou o Exército Brasileiro, através de nota neste domingo (10), atendendo pedido do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“O Centro de Comunicação Social do Exército informa que o Exército Brasileiro cumprirá a decisão judicial expedida pelo Ministro Alexandre de Moraes e o Tenente-Coronel Mauro César Barbosa Cid ficará agregado ao Departamento-Geral do Pessoal (DGP) sem ocupar cargo e exercer função”, diz a nota.
A medida foi tomada em decorrência de uma decisão do ministro, que concedeu ao ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, liberdade provisória no sábado (9). Alexandre também ordenou que o comandante das Forças Armadas, general Tomás Paiva, retirasse o militar de suas atribuições.
Mauro Cid, apesar do afastamento, seguirá recebendo a remuneração de oficial superior, correspondente à patente de tenente-coronel do Exército, e outros benefícios, como moradia para militares em Brasília.
Delação homologada
Um dos principais auxiliares de Jair Bolsonaro nos quatro anos de governo, Cid teve seu acordo de delação premiada com a Polícia Federal homologado neste sábado (9). No mesmo dia, Moraes concedeu-lhe liberdade, preso havia quatro meses em um batalhão do Exército, em Brasília.
Uso de tornozeleira eletrônica, não sair de casa à noite, proibição de utilizar redes sociais, suspensão imediata de porte de arma de fogo, bem como de realizar atividades de colecionador, tiro desportivo e caça, além do afastamento do Exército são algumas condições impostas pelo magistrado.
Com a homologação, Mauro deverá dar mais detalhes e entregar aos investigadores elementos que ajudem a esclarecer suspeitas que envolvam seu ex-chefe, como a de fraude em cartões de vacinação, a venda de joias recebidas pelo governo brasileiro e a trama para uma tentativa de golpe no país. Em contrapartida, ele poderá ter redução ou até mesmo um perdão de uma eventual pena em caso de condenação.