O ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Sergio Moro (Podemos), revelou, nesta sexta-feira (28), durante transmissão em uma rede social, ter recebido US$ 45 mil mensais durante doze meses de contrato com o escritório americano de consultoria Alvarez & Marsal.
A Alvarez & Marsal é dona do escritório responsável pela administração judicial de empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato.
Moro ainda informou ter recebido neste período, o que chamou de “bônus de contratação”, no valor US$ 150 mil, dos quais diz ter devolvido R$ 67 mil por ter encerrado o contrato antes do seu término.
Na somatória total, considerados os valores informados pelo ex-juiz, os rendimentos chegam aos R$ 3,65 milhões, conforme cotação do dólar de hoje.
A divulgação acontece após questionamento do TCU, o Tribunal de Contas da União, responsável pela abertura de procedimento para apurar possível conflito de interesses na relação entre o ex-ministro e o escritório que atuou como administrador judicial da Odebrecht, OAS e Galvão Engenharia, alvos de investigação da Lava Jato.
Moro disse que não estava revelando os detalhes do contrato como consequência da ação do TCU, o qual classificou como ato de “abuso de poder”. Pré-candidato ao Palácio do Planalto nas eleições deste ano, Moro aproveitou para desafiar os dois melhores colocados nas pesquisas de intenção de voto para a disputa presidencial, Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT): “Abram as contas BolsoLula, essa é a campanha que estamos abrindo hoje”, disse. Mais tarde, reiterou o “pedido” em suas redes sociais:
+ O que diz o TCU:
O subprocurador-geral do Ministério Público junto ao TCU, Lucas Furtado, avalia que Sergio Moro pode ter cometido práticas ilegítimas de revolving door, onde um agente público migra para o setor privado na mesma área de atuação e repassa informações privilegiadas e de lawfare, que seria a utilização do sistema jurídico para se beneficiar.
Leia também:
+ Anvisa aprova venda de autotestes para Covid-19 no Brasil
+ Rio já tem mais casos de Covid-19 do que no primeiro ano de pandemia