Caso Marielle. O sargento da reserva da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Ronnie Lessa, é o autor dos disparos que mataram a vereadora do PSOL, Marielle Franco, e o motorista Anderson Gomes. Essa é a versão apresentada na delação do ex-PM Élcio de Queiroz.
Em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (24), o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), informou os avanços da investigação do duplo assassinato, que chocou o país e segue sem resolução sobre as motivações e o mandante.
Lessa foi preso em 12 de março de 2019, junto do ex-PM Élcio, que confessou ter dirigido o carro usado no atentado. Na mesma delação premiada, Élcio disse ambos se conhecem há mais de 30 anos e que ele tem uma “dívida de gratidão” com Lessa.
A ficha criminal de Ronnie inclui investigações do Ministério Público por suspeitas de ligação com o jogo do bicho — ele sofreu um atentado a bomba ao sair do batalhão. O crime, que levou o policial a perder uma das pernas, teria sido um acerto de contas entre bicheiros.
A suspeita é que Lessa também atuava no ramo de tráfico de armas. O ex-sargento foi condenado por tráfico internacional de acessórios de armas de fogo. Ainda foi indicado como um dos chefes do grupo paramilitar atuante nas comunidades de Rio das Pedras e da Gardênia Azul.
O ex-sargento também atuava em negócios de distribuição de galões de água e o sócio dele neste ramo seria um outro policial militar, este, ainda na ativa. Antes de ser preso, Lessa planejava expandir seu negócio de distribuição de água para áreas dominadas por traficantes de drogas.
Quando foi preso, Ronnie Lessa ostentava um padrão de vida acima de seus rendimentos oficiais de R$ 7 mil como sargento da reserva, e morava em um condomínio na Barra da Tijuca, cujas casas são avaliadas em pelo menos R$ 3 milhões. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem sua residência no Rio no mesmo condomínio de Ronnie.
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