Em seu depoimento para a CPI da Covid-19, nesta terça-feira (18), no Senado Federal, o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou, por diversas vezes, que a atuação de sua pasta no enfrentamento da pandemia seguiu, em grande parte do tempo, diretrizes definidas pelo Ministério da Saúde.
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Na última sexta-feira, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, concedeu ao ex-ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello, o direito de direito de permanecer em silêncio na CPI, onde comparece nesta quarta-feira, sempre que julgar que sua resposta pode incriminá-lo.
Além disso, o general é investigado, em primeira instância, por suposta omissão no episódio da falta de oxigênio em Manaus, no estado do Amazonas.
Em coletiva de imprensa após o término da reunião de hoje, o vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede), e o relator, Renan Calheiros (MDB), pediram que o ex-ministro das Relações Exteriores colabore com as investigações e sugerem que o governo Federal abandonou Pazuello.
+ Randolfe Rodrigues:
“O depoimento deixa claro que quem aderiu ao consórcio Covax Facility com 10% e não com 50% da quantidade de doses foi o Ministério da Saúde. Ele deixa Pazuello numa situação muito difícil para amanhã. Está me parecendo haver um movimento de abandono do ex-ministro da Saúde. Ele deveria colaborar com a CPI, senão, todos os elementos vão levar a apontá-lo como responsável pela morte de centenas de milhares de brasileiros. O que o governo está fazendo com Pazuello é um ato de covardia. Ele está sendo abandonado e entregue aos leões, é o bode expiatório. O que vamos perguntar a ele amanhã? O senhor foi o único responsável? Ninguém compartilha essa responsabilidade? O silencio total depõe contra ele. A essa altura, após o depoimento de Ernesto, [o habeas corpus] é instrumento contra ele. Se estiver nos assistindo, rogo a ele: tente se salvar”.
+ Renan Calheiros:
“Ernesto nos disse que as tratativas foram consequências de indicações do Ministério da Saúde, com exceção da cloroquina e da viagem à Israel, que foram pedidos do presidente Jair Bolsonaro. De modo que, com isso, com esse esforço, ele transfere o ônus dos equívocos para o Ministério da Saúde e para quem o ocupou, no caso, o ex-ministro Pazuello”.
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