Prefeito da Baixada Fluminense come lagosta e irrita servidores com salários atrasados

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Não convidem para a mesma mesa o prefeito de Belford Roxo, Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho, e os servidores de Educação do município. Os trabalhadores acusam a prefeitura de “má gestão” e de não pagar os salários em dia. Belford Roxo é a sétima cidade mais populosa do Rio de Janeiro, contando com 479.386 […]

POR Redação SRzd 8/7/2017| 4 min de leitura

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Lagosta com risoto de frutos do mar. Foto: Rede Social

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Não convidem para a mesma mesa o prefeito de Belford Roxo, Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho, e os servidores de Educação do município. Os trabalhadores acusam a prefeitura de “má gestão” e de não pagar os salários em dia.

Belford Roxo é a sétima cidade mais populosa do Rio de Janeiro, contando com 479.386 habitantes, segundo a estimativa do IBGE para 2014, e possui o 14º maior PIB do estado. A renda per capita, em 2008, era de R$ 7.140,38, uma das mais baixas do estado. O IDH é 0.684, abaixo da média do estado do Rio de Janeiro (0.768), e da média brasileira (0.744).

De fato, a realidade dos servidores da Educação no município de Belford Roxo é muito desigual. O pior é que ninguém sabe quanto recebe, já que a prefeitura não fornece contra-cheques (holerite). Para se ter uma ideia da confusão, em fevereiro de 2017, um setor do funcionalismo recebeu o salário de novembro de 2016. Surpreendentemente, outros grupos ficaram de fora.

Almoço. Foto: Reprodução Redes Sociais
Almoço. Foto: Reprodução Redes Sociais

Segundo levantamento de sindicatos que representam as várias categorias que prestam serviço, são conhecidos inúmeros casos de servidores que receberam parte do pagamento atrasado, mas com descontos indevidos. Em outros casos, de acordo com o Sepe, que defende professores, existem “profissionais que estão com pagamentos cortados como punição por participarem da luta por reivindicações ou simplesmente porque o prefeito, no passado, teve desavenças”.

“Temos cerca de 300 professores que, em 2016, fizeram hora extra, ou seja, assumiram mais turmas e até hoje não receberam os salários de setembro a dezembro de 2016. Os funcionários contratados não recebem desde outubro de 2016 e uma parte desses funcionários contratados que ficaram nessa nova gestão também estão até hoje sem receber seis meses, de janeiro a junho de 2017”, diz um integrante da direção do Sepe.

Os contratados que entraram este ano também estão sem receber. Uma professora contou ao SRzd que “esse pessoal que está sem salário somente irá receber a partir da data da assinatura do contrato. Enquanto isso a Prefeitura fazendo “trabalho escravo”. De janeiro até o período da assinatura do contrato (quando assinar), esse trabalhador não está recolhendo para a Previdência”, disse.

O SRzd apurou que “os servidores que têm empréstimos consignados estão sofrendo constrangimentos, pois os bancos ligam e cobram o empréstimo. A prefeitura desconta e não repassa o empréstimo para o banco”.

O Sepe informou que “o procedimento se repete na relação com o PREVID, Instituto de Previdência. Se tem o hábito de descontar dos servidores 11% e não repassa para o PREVID (11% dos servidores e 11% parte da prefeitura). Hoje 70% da folha do Previd é de aposentados da educação”.

Situação dos professores de Belford Roxo:
10% da rede não recebeu novembro/2016;
10% da rede não recebeu dezembro/2016;
15% da rede não recebeu janeiro, fevereiro e março/2017;
58% da rede não recebeu abril e maio/2017;
e 42% da rede recebeu com descontos indevidos em abril e maio/2017.

Para piorar, a prefeitura não pagou as férias dos servidores em abril/2017 como determina a Lei Orgânica. Não cumpriu a determinação da Justiça de pagar décimo terceiro. Tanto é que até hoje ninguém recebeu.

Chegou ao conhecimento do SRzd denúncia de que muitos servidores não receberam quase nada. Devido ao desconto, levaram para casa valores que variam de R$ 11,70 a R$ 53,00. Uma professora que não será identificada fez um relato triste: “Eu estou sem receber o salário desde abril. Tudo está atrasado. Estou sendo perseguida por reivindicar salários atrasados e melhoria na infraestrutura da educação”, disse.

Com este quadro de tensão, para deteriorar ainda mais a relação dos profissionais de Educação e a Prefeitura, está circulando nos grupos de Whatsapp da cidade fotos de um almoço servido ao prefeito Waguinho na quinta-feira (6). No cardápio: lagosta e risoto de frutos do mar.

Uma professora escreveu ao SRzd: “Estamos desde outubro de 2016 sem receber nossos contra-cheques. Somos obrigados a receber nossos salários com descontos indevidos e abusivos sem nem sabermos do que se trata. Quando pedimos esse documento, nos dizem que o sistema do RH da Prefeitura se encontra defeituoso, com problemas, obsoleto; nem mesmo abrindo processo para a obtenção do contra-cheque, nós conseguimos os mesmos. Somos achincalhados, desvalorizados, tivemos nossos direitos cassados, trabalhamos em setores sem recurso material, sem infraestrutura, sem as mínimas condições de receber o público, ou os alunos, nos casos das escolas e creches”.

Procurada pelo SRzd, a prefeitura preferiu não se pronunciar.

Não convidem para a mesma mesa o prefeito de Belford Roxo, Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho, e os servidores de Educação do município. Os trabalhadores acusam a prefeitura de “má gestão” e de não pagar os salários em dia.

Belford Roxo é a sétima cidade mais populosa do Rio de Janeiro, contando com 479.386 habitantes, segundo a estimativa do IBGE para 2014, e possui o 14º maior PIB do estado. A renda per capita, em 2008, era de R$ 7.140,38, uma das mais baixas do estado. O IDH é 0.684, abaixo da média do estado do Rio de Janeiro (0.768), e da média brasileira (0.744).

De fato, a realidade dos servidores da Educação no município de Belford Roxo é muito desigual. O pior é que ninguém sabe quanto recebe, já que a prefeitura não fornece contra-cheques (holerite). Para se ter uma ideia da confusão, em fevereiro de 2017, um setor do funcionalismo recebeu o salário de novembro de 2016. Surpreendentemente, outros grupos ficaram de fora.

Almoço. Foto: Reprodução Redes Sociais
Almoço. Foto: Reprodução Redes Sociais

Segundo levantamento de sindicatos que representam as várias categorias que prestam serviço, são conhecidos inúmeros casos de servidores que receberam parte do pagamento atrasado, mas com descontos indevidos. Em outros casos, de acordo com o Sepe, que defende professores, existem “profissionais que estão com pagamentos cortados como punição por participarem da luta por reivindicações ou simplesmente porque o prefeito, no passado, teve desavenças”.

“Temos cerca de 300 professores que, em 2016, fizeram hora extra, ou seja, assumiram mais turmas e até hoje não receberam os salários de setembro a dezembro de 2016. Os funcionários contratados não recebem desde outubro de 2016 e uma parte desses funcionários contratados que ficaram nessa nova gestão também estão até hoje sem receber seis meses, de janeiro a junho de 2017”, diz um integrante da direção do Sepe.

Os contratados que entraram este ano também estão sem receber. Uma professora contou ao SRzd que “esse pessoal que está sem salário somente irá receber a partir da data da assinatura do contrato. Enquanto isso a Prefeitura fazendo “trabalho escravo”. De janeiro até o período da assinatura do contrato (quando assinar), esse trabalhador não está recolhendo para a Previdência”, disse.

O SRzd apurou que “os servidores que têm empréstimos consignados estão sofrendo constrangimentos, pois os bancos ligam e cobram o empréstimo. A prefeitura desconta e não repassa o empréstimo para o banco”.

O Sepe informou que “o procedimento se repete na relação com o PREVID, Instituto de Previdência. Se tem o hábito de descontar dos servidores 11% e não repassa para o PREVID (11% dos servidores e 11% parte da prefeitura). Hoje 70% da folha do Previd é de aposentados da educação”.

Situação dos professores de Belford Roxo:
10% da rede não recebeu novembro/2016;
10% da rede não recebeu dezembro/2016;
15% da rede não recebeu janeiro, fevereiro e março/2017;
58% da rede não recebeu abril e maio/2017;
e 42% da rede recebeu com descontos indevidos em abril e maio/2017.

Para piorar, a prefeitura não pagou as férias dos servidores em abril/2017 como determina a Lei Orgânica. Não cumpriu a determinação da Justiça de pagar décimo terceiro. Tanto é que até hoje ninguém recebeu.

Chegou ao conhecimento do SRzd denúncia de que muitos servidores não receberam quase nada. Devido ao desconto, levaram para casa valores que variam de R$ 11,70 a R$ 53,00. Uma professora que não será identificada fez um relato triste: “Eu estou sem receber o salário desde abril. Tudo está atrasado. Estou sendo perseguida por reivindicar salários atrasados e melhoria na infraestrutura da educação”, disse.

Com este quadro de tensão, para deteriorar ainda mais a relação dos profissionais de Educação e a Prefeitura, está circulando nos grupos de Whatsapp da cidade fotos de um almoço servido ao prefeito Waguinho na quinta-feira (6). No cardápio: lagosta e risoto de frutos do mar.

Uma professora escreveu ao SRzd: “Estamos desde outubro de 2016 sem receber nossos contra-cheques. Somos obrigados a receber nossos salários com descontos indevidos e abusivos sem nem sabermos do que se trata. Quando pedimos esse documento, nos dizem que o sistema do RH da Prefeitura se encontra defeituoso, com problemas, obsoleto; nem mesmo abrindo processo para a obtenção do contra-cheque, nós conseguimos os mesmos. Somos achincalhados, desvalorizados, tivemos nossos direitos cassados, trabalhamos em setores sem recurso material, sem infraestrutura, sem as mínimas condições de receber o público, ou os alunos, nos casos das escolas e creches”.

Procurada pelo SRzd, a prefeitura preferiu não se pronunciar.

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