A Prefeitura de São Paulo vai utilizar vans escolares para transportar os corpos das vítimas de Covid-19. A decisão foi tomada por causa do aumento dos enterros.
Foram contratados carros particulares que será adaptado para o serviço funerário. Em nota a prefeitura informou que serão “50 veículos particulares dos tipos van, minivan ou furgão, com a altura de até 2,51m e quatro veículos de passeio”.
Para a locação das vans foi contratada a Empresa Era Técnica Engenharia Construções e Serviços que, por sua vez, contratou alguns motoristas do transporte escolar que estavam parados por causa da suspensão das aulas presenciais.
Os veículos serão adaptados, os bancos retirados e o adesivo amarelo, que fica na lateral e o identifica como transporte escolar, também será retirado. 50 motoristas foram contratados. De acordo com G1, a procura foi três vezes maior que o número de vagas disponíveis e 150 motoristas se apresentaram para a contratação.
Os profissionais contratados vão receber até R$ 28 por hora, sendo que a previsão de trabalho é de 10 a 12 horas por dia. Após o fim do período de trabalho, a Prefeitura vai higienizar os veículos usados para o transporte de corpos.
O governo municipal também revelou que “além desses, foram alugados mais 4 veículos de passeio para transporte dos agentes funerários. Com essa medida, o Serviço Funerário, que atualmente conta com 45 veículos, dobra o número de carros”.
A suspensão das aulas presenciais afetou diretamente o trabalho dos profissionais de transporte escolar, que tiveram os seus rendimentos reduzidos a quase nada.
“Eu arrumei um serviço pra ganhar R$ 1.500, meu carro ano passado faturava R$ 10 mil, R$ 11 mil, por mês. Mas eu estou ficando na casa dos meus pais porque eu não tenho condições nem de pagar as despesas pra minha casa”, disse Sandra ao G1, que é motorista de van escolar há 20 anos e que participou da reunião de inscrição para transportar os caixões.
O presidente da União Geral do Transporte Escolar de São Paulo (UGTESP), Anderson Malafaia, afirmou que a categoria está sendo explorada: “Trabalhar as 10 horas por dia, você via ter uma receita líquida de R$ 150. R$ 150 com a despesa que você tem com a sua van para trabalhar de forma clandestina, transportando corpos, você teria que trabalhar 10 dias só para pagar essa despesa. Fico de coração partido vendo a nossa categoria ser explorada dessa forma”.