Professora destaca a necessidade de discutir a pauta racial no âmbito corporativo

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Promover o lugar de fala de profissionais negros, especialmente de quem vem se dedicando ao tema há anos, no “Mês da Consciência Negra”. Praticar black money, empoderar economicamente pessoas pretas. Levar/reforçar a importância dessa pauta racial nas empresas com ações antirracistas – especialmente pautadas em ESG -, e como forma de alavancar investimentos, são caminhos […]

POR Redação SRzd12/11/2021|4 min de leitura

Professora destaca a necessidade de discutir a pauta racial no âmbito corporativo

Juliana Kaiser. Foto: Divulgação

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Promover o lugar de fala de profissionais negros, especialmente de quem vem se dedicando ao tema há anos, no “Mês da Consciência Negra”. Praticar black money, empoderar economicamente pessoas pretas. Levar/reforçar a importância dessa pauta racial nas empresas com ações antirracistas – especialmente pautadas em ESG -, e como forma de alavancar investimentos, são caminhos apontados pela professora de Diversidade da PUC-Rio e da Universidade Federal do Rio de Janeiro Juliana Kaiser, negra, judia, educadora ativista pela equidade pelo muito que sempre enfrentou, para colocar em prática a urgência e importância do tema.

Ela aponta a necessidade de olhar o fenômeno chamado porta giratória nesta caminhada: menos de 30% dos talentos negros contratados nos programas de diversidade pedem demissão antes de seis meses. “Sob este ponto de vista, as mentorias para talentos negros também podem colaborar e diminuir os altos números de turnover nas empresas, promovendo o aceleramento de carreiras”, indica.

A falta de letramento, segundo Kaiser, é uma das causas de demissões voluntárias de pessoas negras. A solução? Palestras e outros treinamentos para cobrir uma questão que não é ensinada, a ninguém, na escola.

“Conversando com meus alunos gestores de RH eles relatam que as entrevistas de desligamento são vazias. Os talentos negros, mesmo com bons salários e pacote de benefícios atraentes, simplesmente pedem para sair, mesmo sem ter algo em vista. Meu feeling de pesquisadora diz que esse é o ponto: Não adianta altos salários se não houver um onboarding bem feito, times negros no RH e mentorias para que esses talentos recém-contratados aprendam a lidar com a falta de preparo dos times com as questões de letramento racial”, diz Juliana Kaiser.

A sensibilização da alta liderança acerca da diversidade racial – a partir do apoio e desenhando processos seletivos exclusivos para talentos negros – ajuda na prática. Para fazer processos seletivos exclusivos para pessoas negras, é fundamental contratar uma pessoa negra de RH. “Ela vai ajudar a mitigar os chamados vieses inconscientes. Depois, contratar algum profissional negro de comunicação para não só pensar as peças gráficas, como redigir o texto da vaga”, afirma a profissional que está avaliando o perfil econômico de mulheres negras, brasileiras, no “pós George Floyd”; o compilado será transformado em livro.

O objetivo é validar, mais uma vez, a necessidade de se promover práticas que levem à mexida de fato na pirâmide econômica e social do país. “Até o momento, temos 89 respostas. Algumas entrevistadas deixam seus números de whatsapp, porque querem falar. Em mais de 85% dos casos elas relatam já terem sofrido racismo no ambiente de trabalho. Frases como “seu cabelo não combina com o ambiente corporativo” foram substituídas por ‘não vejo você como líder, porque acho que ainda não tem postura’”, entrega.

Para as marcas, ter uma comunicação voltada para a diversidade racial, combatendo também campanhas equivocadas sobre o tema e o desgaste, treinar porta-vozes sobre diversidade racial e apoiar a condução de Grupos de Afinidade Étnico-racial nas empresas são maneiras de se trabalhar preventivamente e evitar a necessidade de gerenciamento de crises, sobretudo porque as redes sociais são implacáveis nas avaliações dos acontecimentos.

Juliana Kaiser participará no próximo dia 19 do “Divas na Liderança”, promovido pela Avon, Profissas e Potências Negras, com o objetivo de fomentar a liderança feminina e negra no Brasil. Em sua participação, que ocorrerá às 18h30, ela destacará os desafios da mulher negra e líder ao apoiar a gestão e desenvolvimento das pessoas; o porquê das pessoas primeiro; a importância das mulheres negras criando e conduzindo estratégias pautadas em pessoas. Online e gratuito, o evento recebe inscrições através deste link.

Promover o lugar de fala de profissionais negros, especialmente de quem vem se dedicando ao tema há anos, no “Mês da Consciência Negra”. Praticar black money, empoderar economicamente pessoas pretas. Levar/reforçar a importância dessa pauta racial nas empresas com ações antirracistas – especialmente pautadas em ESG -, e como forma de alavancar investimentos, são caminhos apontados pela professora de Diversidade da PUC-Rio e da Universidade Federal do Rio de Janeiro Juliana Kaiser, negra, judia, educadora ativista pela equidade pelo muito que sempre enfrentou, para colocar em prática a urgência e importância do tema.

Ela aponta a necessidade de olhar o fenômeno chamado porta giratória nesta caminhada: menos de 30% dos talentos negros contratados nos programas de diversidade pedem demissão antes de seis meses. “Sob este ponto de vista, as mentorias para talentos negros também podem colaborar e diminuir os altos números de turnover nas empresas, promovendo o aceleramento de carreiras”, indica.

A falta de letramento, segundo Kaiser, é uma das causas de demissões voluntárias de pessoas negras. A solução? Palestras e outros treinamentos para cobrir uma questão que não é ensinada, a ninguém, na escola.

“Conversando com meus alunos gestores de RH eles relatam que as entrevistas de desligamento são vazias. Os talentos negros, mesmo com bons salários e pacote de benefícios atraentes, simplesmente pedem para sair, mesmo sem ter algo em vista. Meu feeling de pesquisadora diz que esse é o ponto: Não adianta altos salários se não houver um onboarding bem feito, times negros no RH e mentorias para que esses talentos recém-contratados aprendam a lidar com a falta de preparo dos times com as questões de letramento racial”, diz Juliana Kaiser.

A sensibilização da alta liderança acerca da diversidade racial – a partir do apoio e desenhando processos seletivos exclusivos para talentos negros – ajuda na prática. Para fazer processos seletivos exclusivos para pessoas negras, é fundamental contratar uma pessoa negra de RH. “Ela vai ajudar a mitigar os chamados vieses inconscientes. Depois, contratar algum profissional negro de comunicação para não só pensar as peças gráficas, como redigir o texto da vaga”, afirma a profissional que está avaliando o perfil econômico de mulheres negras, brasileiras, no “pós George Floyd”; o compilado será transformado em livro.

O objetivo é validar, mais uma vez, a necessidade de se promover práticas que levem à mexida de fato na pirâmide econômica e social do país. “Até o momento, temos 89 respostas. Algumas entrevistadas deixam seus números de whatsapp, porque querem falar. Em mais de 85% dos casos elas relatam já terem sofrido racismo no ambiente de trabalho. Frases como “seu cabelo não combina com o ambiente corporativo” foram substituídas por ‘não vejo você como líder, porque acho que ainda não tem postura’”, entrega.

Para as marcas, ter uma comunicação voltada para a diversidade racial, combatendo também campanhas equivocadas sobre o tema e o desgaste, treinar porta-vozes sobre diversidade racial e apoiar a condução de Grupos de Afinidade Étnico-racial nas empresas são maneiras de se trabalhar preventivamente e evitar a necessidade de gerenciamento de crises, sobretudo porque as redes sociais são implacáveis nas avaliações dos acontecimentos.

Juliana Kaiser participará no próximo dia 19 do “Divas na Liderança”, promovido pela Avon, Profissas e Potências Negras, com o objetivo de fomentar a liderança feminina e negra no Brasil. Em sua participação, que ocorrerá às 18h30, ela destacará os desafios da mulher negra e líder ao apoiar a gestão e desenvolvimento das pessoas; o porquê das pessoas primeiro; a importância das mulheres negras criando e conduzindo estratégias pautadas em pessoas. Online e gratuito, o evento recebe inscrições através deste link.

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