Quem é Eunice Paiva, interpretada por Fernanda Torres em Ainda Estou Aqui

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Tempos de luta, tempos de glória. Fernanda Torres venceu o Globo de Ouro na categoria de melhor atriz em filme de drama pela atuação em ‘Ainda estou aqui’. Nesta quinta-feira (23), outro dia de glória para o cinema nacional. O longa recebeu três indicações ao Oscar, sendo uma de melhor filme e outra na categoria […]

POR Redação SRzd 23/1/2025| 3 min de leitura

Fernanda Torres no túmulo de Eunice Paiva no cemitério do Araçá em SP. Reprodução das redes sociais

Fernanda Torres no túmulo de Eunice Paiva no cemitério do Araçá em SP. Reprodução das redes sociais

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Tempos de luta, tempos de glória. Fernanda Torres venceu o Globo de Ouro na categoria de melhor atriz em filme de drama pela atuação em ‘Ainda estou aqui’.

Nesta quinta-feira (23), outro dia de glória para o cinema nacional. O longa recebeu três indicações ao Oscar, sendo uma de melhor filme e outra na categoria de melhor atriz para Fernanda, além da indicação de melhor filme estrangeiro.

Na produção, Torres interpreta a paulistana, descendente de italianos, Eunice Paiva, um dos símbolos da luta contra a Ditadura Militar no Brasil (1964-1985).

Eunice esteve sempre ativa numa longa jornada pela busca de desaparecidos políticos perseguidos pelo estado brasileiro.

Ela era casada com o deputado Rubens Paiva, com quem teve cinco filhos, entre eles, o escritor Marcelo Rubens Paiva, autor do livro ‘Ainda estou aqui’, que embasou o filme.

Na obra, o escritor conta a história da mãe e as dificuldades que ela enfrentou para manter a família após o desaparecimento do marido.

Rubens Paiva foi assassinado em 1971 pela Ditadura Militar.

A morte do deputado, porém, só foi oficializada em 1996, ano em que a família obteve, finalmente, um atestado de óbito, dado pelo governo Fernando Henrique Cardoso. À época do desaparecimento de Rubens Paiva, Eunice e a filha Eliana, que tinha 15 anos, também foram presas.

Conforme a biografia de Eunice, hospedada no site Memorias da Ditadura, Eunice permaneceu presa por 12 dias e a filha solta 24 horas depois. Ainda de acordo com a biografia, “após ser solta, dedicou-se em encontrar a resposta sobre o paradeiro de Rubens”.

Em janeiro de 1971, Rubens Paiva foi sequestrado, torturado e assassinado nos porões do DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna) do Rio de Janeiro.

A família morava no Rio quando os militares foram até sua casa e levaram ela, o marido e a filha Eliana ao DOI-CODI, na Rua Barão de Mesquita, nº 425, no bairro da Tijuca. Eunice ingressou na faculdade de direito em 1973 e tornou-se uma advogada renomada.

Eunice Paiva liderou campanhas pela abertura de arquivos sobre vítimas do regime. Com sua militância e crítica ao regime ditatorial, arriscou a própria vida, como mostraram documentos do SNI (Serviço Nacional de Inteligência) que vieram a público em 2013.

Tanto ela quanto seus filhos foram vigiados por agentes militares de 1971 até 1984. Eunice foi uma das principais forças de pressão que culminou com a promulgação da Lei 9.140/95, que reconhece como mortas as pessoas desaparecidas sem paradeiro conhecido ou corpo encontrado em razão de participação em atividades políticas durante aquele período de trevas.

“Eunice combateu a política indigenista do regime até o fim da ditadura, e tornou-se uma das poucas especialistas em direito indígena do país”, afirma a biografia.

Eunice morreu no dia 13 de dezembro de 2018, aos 89 anos, em São Paulo, depois de 15 anos vivendo com o Alzheimer.

Rodapé - brasil

Tempos de luta, tempos de glória. Fernanda Torres venceu o Globo de Ouro na categoria de melhor atriz em filme de drama pela atuação em ‘Ainda estou aqui’.

Nesta quinta-feira (23), outro dia de glória para o cinema nacional. O longa recebeu três indicações ao Oscar, sendo uma de melhor filme e outra na categoria de melhor atriz para Fernanda, além da indicação de melhor filme estrangeiro.

Na produção, Torres interpreta a paulistana, descendente de italianos, Eunice Paiva, um dos símbolos da luta contra a Ditadura Militar no Brasil (1964-1985).

Eunice esteve sempre ativa numa longa jornada pela busca de desaparecidos políticos perseguidos pelo estado brasileiro.

Ela era casada com o deputado Rubens Paiva, com quem teve cinco filhos, entre eles, o escritor Marcelo Rubens Paiva, autor do livro ‘Ainda estou aqui’, que embasou o filme.

Na obra, o escritor conta a história da mãe e as dificuldades que ela enfrentou para manter a família após o desaparecimento do marido.

Rubens Paiva foi assassinado em 1971 pela Ditadura Militar.

A morte do deputado, porém, só foi oficializada em 1996, ano em que a família obteve, finalmente, um atestado de óbito, dado pelo governo Fernando Henrique Cardoso. À época do desaparecimento de Rubens Paiva, Eunice e a filha Eliana, que tinha 15 anos, também foram presas.

Conforme a biografia de Eunice, hospedada no site Memorias da Ditadura, Eunice permaneceu presa por 12 dias e a filha solta 24 horas depois. Ainda de acordo com a biografia, “após ser solta, dedicou-se em encontrar a resposta sobre o paradeiro de Rubens”.

Em janeiro de 1971, Rubens Paiva foi sequestrado, torturado e assassinado nos porões do DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna) do Rio de Janeiro.

A família morava no Rio quando os militares foram até sua casa e levaram ela, o marido e a filha Eliana ao DOI-CODI, na Rua Barão de Mesquita, nº 425, no bairro da Tijuca. Eunice ingressou na faculdade de direito em 1973 e tornou-se uma advogada renomada.

Eunice Paiva liderou campanhas pela abertura de arquivos sobre vítimas do regime. Com sua militância e crítica ao regime ditatorial, arriscou a própria vida, como mostraram documentos do SNI (Serviço Nacional de Inteligência) que vieram a público em 2013.

Tanto ela quanto seus filhos foram vigiados por agentes militares de 1971 até 1984. Eunice foi uma das principais forças de pressão que culminou com a promulgação da Lei 9.140/95, que reconhece como mortas as pessoas desaparecidas sem paradeiro conhecido ou corpo encontrado em razão de participação em atividades políticas durante aquele período de trevas.

“Eunice combateu a política indigenista do regime até o fim da ditadura, e tornou-se uma das poucas especialistas em direito indígena do país”, afirma a biografia.

Eunice morreu no dia 13 de dezembro de 2018, aos 89 anos, em São Paulo, depois de 15 anos vivendo com o Alzheimer.

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