Após repercussões negativas, o governo federal decidiu revogar o decreto que extinguia a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca), uma área com mais de 4 milhões de hectares que fica na divisa entre o Sul e Sudoeste do Amapá com o Noroeste do Pará.
O anúncio será feito oficialmente pelo ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, em entrevista coletiva. A publicação no Diário Oficial da União deve ser feita nesta terça-feira (26).
No dia 23 de agosto, o governo publicou decreto que acabava com a reserva a fim de atrair novos investimentos privados no setor de mineração. A área é rica em ouro e outros minérios, como ferro, manganês e tântalo, e conta com terras indígenas.
Organizações não-governamentais, ambientalistas, artistas e a imprensa interacional, acusaram o governo de ceder a interesses comerciais em detrimento do meio ambiente com a publicação do
decreto. Após muitas críticas, o governo fez um novo decreto, com algumas mudanças práticas, embora tenha mantido a extinção da reserva e a liberação da exploração mineral em parte da área.
Na prática, voltará a vigorar o decreto baixado em 1984, durante a ditadura militar, e que criou a reserva. Do total de hectares, cerca de 2,3 milhões ficam em território amapaense, em áreas dos municípios de Laranjal do Jari, Pedra Branca, Mazagão e Porto Grande.
A área de proteção foi criada em 1984 pelo governo de João Figueiredo. Na ocasião, foi definida a proteção da área de 47 mil quilômetros quadrados (km²), incrustada em uma região entre os estados do Pará e do Amapá.
Desde então, pesquisa mineral e atividade econômica na área passaram a ser de responsabilidade da Companhia Brasileira de Recursos Minerais (CPRM – Serviço Geológico Brasileiro) ou de empresas autorizadas pela companhia. Além do cobre, estudos geológicos apontam a ocorrência de ouro, manganês, ferro e outros minérios na área.