Restaurantes famosos fecham suas portas no Rio de Janeiro, por Sidney Rezende
O novo prefeito da cidade a ser eleito este ano terá um desafio gigante: reerguer as relações produtivas – de trabalho – após a eclosão da pandemia de Covid-19. Já é certo que isto não será possível sem a união das três instâncias de poder, os governos federal, estaduais e municipais. Autoridades do setor de […]
POR Sidney Rezende31/05/2020|4 min de leitura
O novo prefeito da cidade a ser eleito este ano terá um desafio gigante: reerguer as relações produtivas – de trabalho – após a eclosão da pandemia de Covid-19. Já é certo que isto não será possível sem a união das três instâncias de poder, os governos federal, estaduais e municipais.
Autoridades do setor de bares e restaurantes com quem converso frequentemente estimam que, tanto no Rio como em São Paulo, pelo menos 25% do segmento simplesmente abandonarão o setor e, como consequência, haverá fechamentos definitivos de lojas e demissão em massa de funcionários.
No Rio, cidade com forte potencial turístico, já se começa a sentir os efeitos devastadores. É bem verdade que a propagação do coronavírus acelerou a crise financeira no setor, mas outros problemas já vinham destruindo a categoria: insegurança pública, aumento de preços de serviços, redução do fluxo de turistas e dificuldade de formação de mão de obra de padrão internacional.
Todos os aspirantes a cargos públicos enchem a boca para falar de “saúde, educação e turismo”, mas o que se vê na prática é um deserto de ações bem sucedidas. O Rio e o Brasil estão dando errado.
Vamos colecionar histórias tristes. O restaurante Fellini, no Leblon, na zona sul, anunciou que vai fechar no fim do mês de junho. Foram quase 30 anos abrigando clientes que ali se encontravam para comemorar em família suas vitórias ou, simplesmente, para curtir um ambiente aprazível. O triste texto de despedida registra aquela frase respeitosa, mas cheia de simbolismo: “A todos nosso Muito Obrigado”.
A decisão dos proprietários é o atestado que não é possível manter um negócio aberto só com serviço de delivery. Teme-se que tome a mesma atitude de tirar o time de campo o prestigiado Aconchego Carioca, no mesmo bairro.
O restaurante Ráscal fechou dois de seus estabelecimentos (no Rio-Sul e CasaShopping). A Companhia Tradicional de Comércio, que administra o bar Astor, em Ipanema, e duas unidades da Bráz Pizzaria, no Jardim Botânico e na Barra da Tijuca, foi obrigada a demitir 22 funcionários da unidade da Barra da Tijuca e outros 44 foram desligados do bar Astor. Os estabelecimentos tiveram suas atividades interrompidas.
O delicado Laguiole Lab, o Puro Jardim Botânico, a cervejaria Yeasteria, o restaurante Zuka (Leblon) e o Espírito Santa também só existirão na nossa memória. Ou, quem sabe, mais adiante poderão voltar às atividades. Por enquanto, também fecharam.
A churrascaria Fogo de Chão, exemplo de luta e empreendedorismo, também foi arrastada pelos efeitos da pandemia do novo coronavírus. O famoso restaurante de carnes demitiu 690 funcionários no mês de abril. Só no ponto de Botafogo, de frente para a baía de Guanabara, dos 82 funcionários, 73 foram mandados embora.
Com informações da Veja e Diário do Rio.
O novo prefeito da cidade a ser eleito este ano terá um desafio gigante: reerguer as relações produtivas – de trabalho – após a eclosão da pandemia de Covid-19. Já é certo que isto não será possível sem a união das três instâncias de poder, os governos federal, estaduais e municipais.
Autoridades do setor de bares e restaurantes com quem converso frequentemente estimam que, tanto no Rio como em São Paulo, pelo menos 25% do segmento simplesmente abandonarão o setor e, como consequência, haverá fechamentos definitivos de lojas e demissão em massa de funcionários.
No Rio, cidade com forte potencial turístico, já se começa a sentir os efeitos devastadores. É bem verdade que a propagação do coronavírus acelerou a crise financeira no setor, mas outros problemas já vinham destruindo a categoria: insegurança pública, aumento de preços de serviços, redução do fluxo de turistas e dificuldade de formação de mão de obra de padrão internacional.
Todos os aspirantes a cargos públicos enchem a boca para falar de “saúde, educação e turismo”, mas o que se vê na prática é um deserto de ações bem sucedidas. O Rio e o Brasil estão dando errado.
Vamos colecionar histórias tristes. O restaurante Fellini, no Leblon, na zona sul, anunciou que vai fechar no fim do mês de junho. Foram quase 30 anos abrigando clientes que ali se encontravam para comemorar em família suas vitórias ou, simplesmente, para curtir um ambiente aprazível. O triste texto de despedida registra aquela frase respeitosa, mas cheia de simbolismo: “A todos nosso Muito Obrigado”.
A decisão dos proprietários é o atestado que não é possível manter um negócio aberto só com serviço de delivery. Teme-se que tome a mesma atitude de tirar o time de campo o prestigiado Aconchego Carioca, no mesmo bairro.
O restaurante Ráscal fechou dois de seus estabelecimentos (no Rio-Sul e CasaShopping). A Companhia Tradicional de Comércio, que administra o bar Astor, em Ipanema, e duas unidades da Bráz Pizzaria, no Jardim Botânico e na Barra da Tijuca, foi obrigada a demitir 22 funcionários da unidade da Barra da Tijuca e outros 44 foram desligados do bar Astor. Os estabelecimentos tiveram suas atividades interrompidas.
O delicado Laguiole Lab, o Puro Jardim Botânico, a cervejaria Yeasteria, o restaurante Zuka (Leblon) e o Espírito Santa também só existirão na nossa memória. Ou, quem sabe, mais adiante poderão voltar às atividades. Por enquanto, também fecharam.
A churrascaria Fogo de Chão, exemplo de luta e empreendedorismo, também foi arrastada pelos efeitos da pandemia do novo coronavírus. O famoso restaurante de carnes demitiu 690 funcionários no mês de abril. Só no ponto de Botafogo, de frente para a baía de Guanabara, dos 82 funcionários, 73 foram mandados embora.