Ações policiais ferem direitos humanos e viram polêmica no Rio

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Direitos humanos para quem? Quando falamos sobre políticas de Segurança Pública, a pergunta aparece no debate. “Todos são iguais perante a lei e, sem distinção, têm direito a igual proteção da lei. Todos têm direito a proteção igual contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação”, diz o […]

POR Redação SRzd29/03/2023|4 min de leitura

Ações policiais ferem direitos humanos e viram polêmica no Rio

Polícia Militar do Rio de Janeiro. Foto: Reprodução/Instagram PMERJ

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Direitos humanos para quem? Quando falamos sobre políticas de Segurança Pública, a pergunta aparece no debate. “Todos são iguais perante a lei e, sem distinção, têm direito a igual proteção da lei. Todos têm direito a proteção igual contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação”, diz o artigo 7º da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

“Toda a pessoa tem direito, em plena igualdade, a que a sua causa seja equitativa e publicamente julgada por um tribunal independente e imparcial que decida dos seus direitos e obrigações ou das razões de qualquer acusação em matéria penal que contra ela seja deduzida”, explica o artigo 10º.

Dessa forma, o Estado deve cumprir as normas para garantir os direitos humanos dos cidadãos. Quando uma ação policial acontece na favela, há quem questione se aquelas pessoas merecem tais direitos. E, com o avanço de uma extrema-direita que considera que “bandido bom é bandido morto”, esses direitos humanos são relegados.

A ascensão do bolsonarismo em 2018 é sintoma do enfraquecimento dos direitos humanos que se tornaram objeto de disputa com o slogan ‘direitos humanos para humanos direitos’.

As operações policiais nas comunidades promovidas pelo governo Cláudio Castro recebem críticas pela forma brutal e com direitos humanos em segundo plano.

“A ascensão do bolsonarismo em 2018 é sintoma do enfraquecimento dos direitos humanos que se tornaram objeto de disputa com o slogan ‘direitos humanos para humanos direitos’. Como se o bolsonarismo estivesse acima do bem e do mal para decidir quem tem ou não o direito à vida, aos direitos da Constituição e proteção do Estado de Direito Democrático. A chegada ao poder do bolsonarismo indicou um enfraquecimento do marco civilizatório associado ao monopólio da violência pelo Estado democrático de direito, garante dos direitos fundamentais. O governo Bolsonaro perdeu as eleições no âmbito federal no ano passado, mas conseguiu reeleger o governador Cláudio Castro que, embora seja menos ideológico, comunga das mesmas ideias marciais que reforçam a lógica militarista da violência, inepta para reduzir o elevado número de mortes da população mais vulnerável do Estado”, explica o cientista político Pedro Villas Boas.

Para o sociólogo José Ignácio Cano, “os direitos humanos no Rio, eu acho que não é que eles estejam sendo derrotados agora. Eles sempre estiveram. Desde o fim do governo Brizola, os direitos humanos no Rio realmente têm um papel muito periférico e são continuamente violados. A novidade, talvez, nesse governo Witzel-Castro é que estão sendo desrespeitadas decisões do STF, no sentido de que não podiam fazer operações policiais durante a pandemia, e fizeram. Então, acho que há um acinte mais claro às decisões do Supremo. Fora isso, eu acho que continua tudo como sempre e os direitos humanos nunca foram prioridade na política de segurança do Rio de Janeiro desde o fim do governo Brizola”.

Infelizmente, não podemos dizer que em algum momento da nossa história os Direitos Humanos não estiveram derrotados.

Segundo as pesquisadoras Monique Carvalho e Lia Rocha, da UERJ, existem iniciativas que demonstram que a luta pelos direitos humanos está em curso. “Como a ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) 635, conhecida como a ‘ADPF das Favelas’, que obriga as forças policiais a seguir algumas normas durante as operações policiais. Dados do Instituto Fogo Cruzado e do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (UFF) demonstraram que, após a implementação da ADPF em junho de 2020, as mortes resultantes de ação policial caíram de 129 em maio para 34 em junho. Nas duas primeiras semanas de junho, ainda segundo o mesmo estudo, houve uma redução de 75,5% nas mortes durante operações policiais, em comparação com a média do mesmo período entre 2007 e 2019. Então ainda há esperança de reduzirmos o número de mortes e violências no Estado. Mas, infelizmente, não podemos dizer que em algum momento da nossa história os Direitos Humanos não estiveram derrotados”.

Direitos humanos para quem? Quando falamos sobre políticas de Segurança Pública, a pergunta aparece no debate. “Todos são iguais perante a lei e, sem distinção, têm direito a igual proteção da lei. Todos têm direito a proteção igual contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação”, diz o artigo 7º da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

“Toda a pessoa tem direito, em plena igualdade, a que a sua causa seja equitativa e publicamente julgada por um tribunal independente e imparcial que decida dos seus direitos e obrigações ou das razões de qualquer acusação em matéria penal que contra ela seja deduzida”, explica o artigo 10º.

Dessa forma, o Estado deve cumprir as normas para garantir os direitos humanos dos cidadãos. Quando uma ação policial acontece na favela, há quem questione se aquelas pessoas merecem tais direitos. E, com o avanço de uma extrema-direita que considera que “bandido bom é bandido morto”, esses direitos humanos são relegados.

A ascensão do bolsonarismo em 2018 é sintoma do enfraquecimento dos direitos humanos que se tornaram objeto de disputa com o slogan ‘direitos humanos para humanos direitos’.

As operações policiais nas comunidades promovidas pelo governo Cláudio Castro recebem críticas pela forma brutal e com direitos humanos em segundo plano.

“A ascensão do bolsonarismo em 2018 é sintoma do enfraquecimento dos direitos humanos que se tornaram objeto de disputa com o slogan ‘direitos humanos para humanos direitos’. Como se o bolsonarismo estivesse acima do bem e do mal para decidir quem tem ou não o direito à vida, aos direitos da Constituição e proteção do Estado de Direito Democrático. A chegada ao poder do bolsonarismo indicou um enfraquecimento do marco civilizatório associado ao monopólio da violência pelo Estado democrático de direito, garante dos direitos fundamentais. O governo Bolsonaro perdeu as eleições no âmbito federal no ano passado, mas conseguiu reeleger o governador Cláudio Castro que, embora seja menos ideológico, comunga das mesmas ideias marciais que reforçam a lógica militarista da violência, inepta para reduzir o elevado número de mortes da população mais vulnerável do Estado”, explica o cientista político Pedro Villas Boas.

Para o sociólogo José Ignácio Cano, “os direitos humanos no Rio, eu acho que não é que eles estejam sendo derrotados agora. Eles sempre estiveram. Desde o fim do governo Brizola, os direitos humanos no Rio realmente têm um papel muito periférico e são continuamente violados. A novidade, talvez, nesse governo Witzel-Castro é que estão sendo desrespeitadas decisões do STF, no sentido de que não podiam fazer operações policiais durante a pandemia, e fizeram. Então, acho que há um acinte mais claro às decisões do Supremo. Fora isso, eu acho que continua tudo como sempre e os direitos humanos nunca foram prioridade na política de segurança do Rio de Janeiro desde o fim do governo Brizola”.

Infelizmente, não podemos dizer que em algum momento da nossa história os Direitos Humanos não estiveram derrotados.

Segundo as pesquisadoras Monique Carvalho e Lia Rocha, da UERJ, existem iniciativas que demonstram que a luta pelos direitos humanos está em curso. “Como a ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) 635, conhecida como a ‘ADPF das Favelas’, que obriga as forças policiais a seguir algumas normas durante as operações policiais. Dados do Instituto Fogo Cruzado e do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (UFF) demonstraram que, após a implementação da ADPF em junho de 2020, as mortes resultantes de ação policial caíram de 129 em maio para 34 em junho. Nas duas primeiras semanas de junho, ainda segundo o mesmo estudo, houve uma redução de 75,5% nas mortes durante operações policiais, em comparação com a média do mesmo período entre 2007 e 2019. Então ainda há esperança de reduzirmos o número de mortes e violências no Estado. Mas, infelizmente, não podemos dizer que em algum momento da nossa história os Direitos Humanos não estiveram derrotados”.

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