Rio. A Operação VAR, deflagrada nesta segunda-feira (11) pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, é respostas para denúncias de, ao menos, 10 jogos com suspeitas de manipulação.
Essas partidas foram identificadas pela empresa de monitoramento de apostas Sportradar, contratada pela Federação de Futebol do Estado do Rio (Ferj), em divisões inferiores e sub-20 do Campeonato Carioca, nas temporadas de 2023 e 2024. Os relatórios foram encaminhados à Delegacia de Crimes contra o Consumidor (Decon). Há outras partidas sob a mesma suspeita antes de 2023, mas que não entraram nessa conta.
Nesse cenário, a Ferj afastou de competições oito times que tiveram jogos que apontaram “a existência de provas claras e incontestáveis, obtidas dos mercados de apostas”, segundo consta no relatório.
A última decisão foi de 25 de setembro, quando o Petrópolis Gonçalense ficou proibido de disputar o restante da Série A2 (segunda divisão) do Carioca Sub-20. Além dele, Esporte Clube Nova Cidade e Sociedade Esportiva Belford Roxo também foram retirados da Série B1 (terceira divisão) do Carioca Sub-20, em junho. O jogo entre os dois clubes, inclusive, foi citado pela Polícia Civil por causa de “um volume significativo de apostas na Ásia”.
Já entre os profissionais das equipes, os casos que geraram afastamento foram em 2023. Angra dos Reis Esporte Clube e Sociedade Esportiva Búzios disputavam a Série B2 do Carioca (quarta divisão).
O Clube de Futebol São José Ltda, IQSL Brasileirinho Clube Social e Duque Caxiense Futebol Clube estavam na Série C (quinta divisão) e são investigados pela Decon.
Os jogadores desses times também tiveram o registro suspenso pela federação, seguindo o regulamento de competições que trata sobre casos de manipulação.
A Ferj não confirma quais jogos estão sob investigação, mas informa “o compromisso com a lisura do futebol e mantém o firme propósito de combater esse mal e punir severamente os responsáveis”.
+ veja a nota oficial da Ferj:
“Não é de hoje que a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro trava árdua e incessante batalha contra a manipulação de resultados.
Defensora do jogo limpo, a FERJ, no que lhe cabe, impôs e impõem sanções desportivas administrativas e sempre teve por diretriz enviar ao Ministério Público, aos Tribunais de Justiça Desportiva e à Polícia Civil – no momento através da Delegacia do Consumidor (Decon) – todos os relatórios, produzidos pela Sportradar, empresa internacional contratada para detecção de movimentos que indicam a probabilidade de manipulação de resultados em partidas de todas as séries de suas competições, bem como o envio de qualquer outro documento que contenham dados suspeitos.
A Federação reafirma o compromisso com a lisura do futebol e mantém o firme propósito de combater esse mal e punir severamente os responsáveis. Para tais objetivos, conta com o Poder Judiciário, Ministério Público, Polícia e Tribunais Desportivos, a quem sempre recorreu e de quem sempre teve total apoio”.