Rio. Uma casa de Umbanda localizada no Maracanã, Zona Norte do Rio, foi alvo de um ataque na noite da última segunda-feira (27). O local foi invadido, saqueado e teve imagens religiosas destruídas. O caso foi registrado na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi).
Ao sair, os criminosos ainda deixaram uma Bíblia na porta, o que levantou suspeitas de intolerância religiosa. Diante da destruição, os responsáveis pelo terreiro abriram uma vaquinha online para reconstruir o espaço.
Segundo a mãe de santo Fernanda, líder da Casa de Caridade Caboclo Pena Dourada, o ataque não foi apenas um ato de vandalismo, mas também um episódio de preconceito contra religiões de matriz africana.
“Foram três anos de muito trabalho e dedicação. Atendemos a comunidade, distribuímos cestas básicas, ajudamos famílias carentes e fazemos ações sociais. Ver tudo destruído assim é desesperador”, lamentou.
Roubo e destruição
Os invasores furtaram praticamente tudo o que havia no local, levando 10 ventiladores de parede, dois de mesa, dois de teto e um de torre, quatro aparelhos de ar-condicionado, duas geladeiras, um freezer, um expositor de salgados, fogão industrial, micro-ondas, botijão de gás, máquina de lavar, televisão, computador, filtro de água, além de diversos disjuntores, tomadas e holofotes. Além do roubo, a estrutura do terreiro foi completamente depredada, com portas arrombadas, janelas quebradas e atabaques jogados no chão.
Inicialmente, Fernanda fez um desabafo nas redes sociais ao ver a destruição. “Eles arrombaram os portões, deixaram a casa toda aberta, quebraram a imagem de Exu e deixaram tudo revirado. Além disso, roubaram as torneiras, então a casa estava alagada. Nada restou. Ainda deixaram uma Bíblia na porta. Não sei como vamos conseguir reconstruir tudo”, escreveu.
O roubo foi de grande porte, mas, segundo Fernanda, não chamou a atenção dos vizinhos. O crime só foi descoberto na manhã seguinte, quando um frequentador do terreiro notou a porta arrombada e avisou os responsáveis.
Agora, os responsáveis pelo terreiro se mobilizam para reconstruir o espaço e esperam que o crime seja investigado.
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