Rio. Nesta terça-feira (15), o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), comentou, pela primeira vez, as operações dos últimos dias feitas pela Polícia Militar que culminaram nas mortes de menores de idade; Thiago, de 13 anos, na Cidade de Deus, e Wendell, de 17, e Eloáh, de 5, no Morro do Dendê.
“Tem que ter humildade e coragem para defender quando está certo. E humildade para reconhecer quando alguma coisa fora do protocolo acontece. Tem que lembrar que nenhum deles foi em operação, foi em ronda. Ronda tem seus protocolos muito claros e definidos. A nossa investigação agora é para entender se algum desses policiais fugiu dos protocolos e se sim serão punidos. Essas punições não vão devolver a vida de ninguém. Mas é o nosso papel como correção”, iniciou ao falar com jornalistas.
“Vamos continuar o treinamento. Nada disso traz uma vida de volta, é trabalhar duro todos os dias. Eu vi o rosto triste do coronel Henrique na entrevista hoje, é uma situação que nos comove. Vamos acordar cada vez mais cedo para mudar essa situação. Eu queria dizer que esse é um dos nossos piores momentos como governantes. Ninguém acorda de manhã para trabalhar querendo saber no fim do dia que uma criança perdeu sua vida. Eu não comemoro a morte de ninguém, nem de traficante, nem de ninguém. Isso toca no meu coração de pai, meus filhos já tiveram essa idade. Não quero uma frase clichê de minhas sinceras condolências. Essa é uma dor no meu coração”, destacou Castro.
Em 2023 o Instituto Fogo Cruzado já mapeou que 16 crianças (entre 0 e 12 anos incompletos) foram baleadas na Região Metropolitana do Rio: 7 morreram e 9 ficaram feridas. Em 2022, nesse mesmo período, 5 crianças foram baleadas: 2 mortas e 3 feridas.