Rio Grande do Sul. Uma análise preliminar revelou a presença de arsênio no sangue de três pessoas que participaram de uma confraternização familiar em Torres, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul.
O elemento químico, conhecido por sua alta toxicidade, foi detectado no sangue de duas vítimas que sobreviveram e em Neuza Denize Silva dos Anjos, que morreu após consumir o bolo.
As análises, conduzidas pelo Hospital Nossa Senhora dos Navegantes e confirmadas pelo delegado Marcos Vinícius Veloso, indicam que o arsênio foi encontrado em níveis mais elevados no sangue da mulher que preparou o bolo, que permanece hospitalizada junto ao sobrinho-neto de 10 anos. Ambos estão em estado clínico estável. Outras duas pessoas, Tatiana Denize Silva dos Santos e Maida Berenice Flores da Silva, também morreram horas após o incidente devido a paradas cardiorrespiratórias.
A Polícia Civil investiga as hipóteses de envenenamento intencional ou intoxicação alimentar acidental. O caso ganhou contornos mais graves após a reabertura de uma investigação sobre a morte do ex-marido da mulher que preparou o bolo, ocorrida em setembro por suposta intoxicação alimentar. O corpo será exumado para análises complementares.
O que é arsênio?
O arsênio é um elemento químico que, ao ser transformado em arsênico, assume uma forma altamente tóxica. Quantidades superiores a 100 mg podem ser fatais para um adulto. A substância é incolor e inodora, o que dificulta sua detecção em alimentos e bebidas.
Embora proibido no Brasil como raticida, o arsênico ainda é utilizado em tratamentos oncológicos específicos. Sua alta toxicidade demanda investigações rigorosas em casos de contaminação, incluindo análise de fontes de água e alimentos.