Ruth de Aquino deixa O Globo, após queda de braço com diretor geral, Frederic Kachar

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O jornalista Ricardo Bruno publicou no site Agenda do Poder a mudança que acontecerá na redação de O Globo. Leia o artigo na íntegra: A jornalista Ruth de Aquino está deixando o cargo de sênior publisher da editora Globo, responsável pelos jornais O GLOBO e Extra e revista Época. Oficialmente, seu desligamento ocorrerá em fins […]

POR Redação SRzd30/11/2018|4 min de leitura

Ruth de Aquino deixa O Globo, após queda de braço com diretor geral, Frederic Kachar

Jornalista Ruth de Aquino. Foto: Divulgação

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O jornalista Ricardo Bruno publicou no site Agenda do Poder a mudança que acontecerá na redação de O Globo. Leia o artigo na íntegra:

A jornalista Ruth de Aquino está deixando o cargo de sênior publisher da editora Globo, responsável pelos jornais O GLOBO e Extra e revista Época. Oficialmente, seu desligamento ocorrerá em fins de dezembro, mas ela já informou aos amigos e colegas de redação o pedido de demissão em caráter irrevogável. A saída de Ruth encerra uma desgastante queda de braço travada com o diretor geral da empresa, Frederic Kachar, que tenta de todas as formas ter o absoluto controle editorial das publicações.

Extremamente vaidoso, Kachar não aceita dividir o poder. Historicamente, o comando da redação se reportava diretamente à família Marinho. Ao substituir Ascânio Saleme , Kachar imaginava que todos os seus problemas estavam resolvidos. E não foi bem assim. Competente e zelosa de sua responsabilidade profissional diante da linha editorial da empresa, Ruth não se dobrava a orientações politicamente estapafúrdias oriundas do diretor geral. Após um processo crescente de confrontos, ela preferiu pedir o boné a continuar a medir forças para garantir seu espaço.

Numa nova tentativa de obter o controle absoluto da redação, Kachar resolveu extinguir o cargo de diretor editorial das empresas.

Numa nova tentativa de obter o controle absoluto da redação, Kachar resolveu extinguir o cargo de diretor editorial das empresas. Assim, passa a orientar diretamente os editores responsáveis pelas publicações – Globo, Extra, Valor e Época – sem a mediação de um profissional, hierarquicamente forte, capaz de oferecer ponderações lógicas às suas ordens.

O ego demasiadamente inflado de Kachar veio à mostra em 2016, quando as organizações Globo trouxeram Obama ao Brasil. A despeito de não ser jornalista, Kachar trouxe para si a responsabilidade de entrevistar o ex-presidente americano, trazendo descontentamento no comando da redação.

Ao lado da disputa de egos, as publicações da editora GLOBO atravessam a mais grave crise financeira de sua história. Foi-se o tempo das comemorações e festas para celebrar os desafios superados. Em 2009, por exemplo, auge do governo Lula, os executivos da área comercial se reuniram num fim de tarde na sala de Agostinho Vieira, à época diretor do jornal, para abrir um Veuve Cloquot em celebração ao atingimento da meta de R$ 1 bilhão de faturamento dos jornais O Globo e Extra. O resultado, somado ao caixa produzido pelo Valor Econômico e pela revista Época, totalizava a espetacular cifra de R$ 1,4 bilhão.

Jornal O Globo. Foto: Divulgação

Para se ter ideia da queda abissal dos números da empresa, vejam os resultados mais recentes. Em 2017, O Globo, o Extra, o Expresso, o Valor e a revista Época faturaram pouco mais de R$ 380 milhões. Ou seja: as empresas da editora Globo tiveram redução de receita da ordem de 72%. E o faturamento continua a se desmilinguir. A previsão neste ano é que todos os veículos da editora Globo somados não cheguem a casa dos R$ 300 milhões.

A Lava Jato foi determinante para este tsunami. A Petrobras e a BR distribuidora contribuíam em média com R$ 70 milhões/ano em publicidade. A Friboi, leia-se Joesley Batista, respondia por cerca de 25 milhões. Toda semana eram de três a quatro meias páginas com Toni Ramos garantindo a qualidade das carnes do frigorífico. A prisão de Orlando Diniz, ex-presidente da Fecomércio, trouxe outro baque fenomenal ao orçamento de O Globo. A Fecomércio respondia por R$ 58 milhões em publicidade/ano. A troca de comando na prefeitura do Rio foi também devastadora. Com Eduardo Paes, a Prefeitura do Rio anunciava em média 40 mihões/ano. Com Crivella, zero. Somente este casos – os mais vistosos – importaram numa redução de receita de quase R$ 200 milhões ao Globo. A crise é tão grande que já se fala na descontinuidade das publicações O Extra e O Expresso. A conferir.

 

O jornalista Ricardo Bruno publicou no site Agenda do Poder a mudança que acontecerá na redação de O Globo. Leia o artigo na íntegra:

A jornalista Ruth de Aquino está deixando o cargo de sênior publisher da editora Globo, responsável pelos jornais O GLOBO e Extra e revista Época. Oficialmente, seu desligamento ocorrerá em fins de dezembro, mas ela já informou aos amigos e colegas de redação o pedido de demissão em caráter irrevogável. A saída de Ruth encerra uma desgastante queda de braço travada com o diretor geral da empresa, Frederic Kachar, que tenta de todas as formas ter o absoluto controle editorial das publicações.

Extremamente vaidoso, Kachar não aceita dividir o poder. Historicamente, o comando da redação se reportava diretamente à família Marinho. Ao substituir Ascânio Saleme , Kachar imaginava que todos os seus problemas estavam resolvidos. E não foi bem assim. Competente e zelosa de sua responsabilidade profissional diante da linha editorial da empresa, Ruth não se dobrava a orientações politicamente estapafúrdias oriundas do diretor geral. Após um processo crescente de confrontos, ela preferiu pedir o boné a continuar a medir forças para garantir seu espaço.

Numa nova tentativa de obter o controle absoluto da redação, Kachar resolveu extinguir o cargo de diretor editorial das empresas.

Numa nova tentativa de obter o controle absoluto da redação, Kachar resolveu extinguir o cargo de diretor editorial das empresas. Assim, passa a orientar diretamente os editores responsáveis pelas publicações – Globo, Extra, Valor e Época – sem a mediação de um profissional, hierarquicamente forte, capaz de oferecer ponderações lógicas às suas ordens.

O ego demasiadamente inflado de Kachar veio à mostra em 2016, quando as organizações Globo trouxeram Obama ao Brasil. A despeito de não ser jornalista, Kachar trouxe para si a responsabilidade de entrevistar o ex-presidente americano, trazendo descontentamento no comando da redação.

Ao lado da disputa de egos, as publicações da editora GLOBO atravessam a mais grave crise financeira de sua história. Foi-se o tempo das comemorações e festas para celebrar os desafios superados. Em 2009, por exemplo, auge do governo Lula, os executivos da área comercial se reuniram num fim de tarde na sala de Agostinho Vieira, à época diretor do jornal, para abrir um Veuve Cloquot em celebração ao atingimento da meta de R$ 1 bilhão de faturamento dos jornais O Globo e Extra. O resultado, somado ao caixa produzido pelo Valor Econômico e pela revista Época, totalizava a espetacular cifra de R$ 1,4 bilhão.

Jornal O Globo. Foto: Divulgação

Para se ter ideia da queda abissal dos números da empresa, vejam os resultados mais recentes. Em 2017, O Globo, o Extra, o Expresso, o Valor e a revista Época faturaram pouco mais de R$ 380 milhões. Ou seja: as empresas da editora Globo tiveram redução de receita da ordem de 72%. E o faturamento continua a se desmilinguir. A previsão neste ano é que todos os veículos da editora Globo somados não cheguem a casa dos R$ 300 milhões.

A Lava Jato foi determinante para este tsunami. A Petrobras e a BR distribuidora contribuíam em média com R$ 70 milhões/ano em publicidade. A Friboi, leia-se Joesley Batista, respondia por cerca de 25 milhões. Toda semana eram de três a quatro meias páginas com Toni Ramos garantindo a qualidade das carnes do frigorífico. A prisão de Orlando Diniz, ex-presidente da Fecomércio, trouxe outro baque fenomenal ao orçamento de O Globo. A Fecomércio respondia por R$ 58 milhões em publicidade/ano. A troca de comando na prefeitura do Rio foi também devastadora. Com Eduardo Paes, a Prefeitura do Rio anunciava em média 40 mihões/ano. Com Crivella, zero. Somente este casos – os mais vistosos – importaram numa redução de receita de quase R$ 200 milhões ao Globo. A crise é tão grande que já se fala na descontinuidade das publicações O Extra e O Expresso. A conferir.

 

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